Todo domínio embaixo do “.br” identifica sites genuinamente brasileiros
Dois anos antes da primeira conexão à internet no Brasil, Jon Postel, responsável pelo serviço IANA (Internet Assigned Numbers Authority), delegou à Fapesps a gestão do domínio de topo para código de país (ccTLDs, country-code Top Level Domain) para o Brasil.
No dia 18 de abril de 1989 a FAPESP registrou o domínio .br nas tabelas internacionais do IANA. A intenção era permitir o uso de endereçamentos hierárquicos para identificar as máquinas que participavam das redes já utilizadas pelos acadêmicos brasileiros para troca de mensagens.
Faziam parte desta equipe que gerenciava o .br, neste época, Alberto Courrege Gomide, Joseph Moussa e Demi Getschko.
Na época as redes predominantes no cenário acadêmico brasileiro eram a BITNET (Because It’s Time NETwork), a HEPnet (High Energy Physics Network) e a UUCP (Unix-to-Unix Copy Program). Assim, antes mesmo da conexão brasileira à Internet, que se daria em 1991, o domínio foi utilizado para identificar as máquinas que participavam das redes já utilizadas pelos acadêmicos. E ganhou a primeira subdivisão: os subdomínios org.br, gov.br, com.br, net.br e mil.br.
O futuro espaço de nomes da Internet no Brasil começara a se estruturar
Hoje, todo domínio embaixo do “.br” identifica sites genuinamente brasileiros.
Uma das grandes vantagens em usar o .br é a geração de receita investida na gestão da Internet. O que entra para o .br volta para internet brasileira. Ao recolher a taxa de 30 reais por ano, que gera um superávit grande, o Registro.br banca a manutenção de inciativas relevantes como a manutenção das cópias do servidor-raiz L, a operação dos pontos de troca de tráfego, os estudos do CETIC.br que geram valiosas estatísticas sobre o uso da Internet no Brasil, os cursos gratuitos de IPv6.
Para fazer tudo isso, o Registro.br mantém uma equipe de profissionais altamente qualificados, que a todo o momento analisam e desenvolvem novas ferramentas para aprimorar o sistema de registro de domínios brasileiro e manter a liderança tecnológica do país nessa área. Exemplo disso é o projeto DNSSEC, padrão internacional que estende a tecnologia DNS, tonando a resolução de nomes mais segura, reduzindo o risco de manipulação de dados e informações. Frederico Augusto de Carvalho Neves, Diretor de Serviços e de Tecnologia do NIC.br, foi protagonista na sua especificação.
Criptografia mais forte, nomenclatura acessível (com suporte a caracteres especiais, como acentos) e um processo de registro simplificado também estão entre as principais melhorias nos processos do registro.br nos últimos anos.
E como fica tudo isso com a chegada dos novos sufixos genéricos na Internet, os chamados “top level domains”? O .br perde relevância? A resposta é não. Mas talvez perca volume.
De todo modo, o NIC.br já se credenciou junto à Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (ICANN) como provedor de “back end” para gerenciar e publicar a base de dados com os nomes de novos sufixos genéricos. A prefeitura do Rio de Janeiro, as organizações Globo e o UOL escolheram o NIC.br para ser “back end” dos domínios .rio, .globo e .uol. O próprio NIC.br submeteu propostas para obtenção de novos domínios .bom e .final, para qualquer eventualidade. Prevenção.final !
A atuação do NIC.br como “operador de back end” é um movimento de defesa do .br, já que diversos operadores multinacionais se preparam para atuar no Brasil.
A continuidade do .br é prova viva de do protagonismo dos técnicos brasileiros no cenário internacional de governança da Internet nos últimos 26 anos. Manter a nossa identidade na rede é sinal de orgulho. Concordam?
LAGO E DE LUCA, IDG Brasil / Digital Network! Brasileiros, Sistema Globo de Rádio
Formação acadêmicaPontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
Fonte: Linkedin