Com novidades, como o Pix, Open Finance e criptomoedas, setor financeiro vive um momento latente para a inovação digital
Novidades como Pix, Open Finance e Real Digital, além do crescimento das fintechs, têm trazido mudanças significativas para o mercado financeiro, que, de forma muito rápida, necessita se adaptar e buscar soluções e inovações.
Para 2023, essas transformações pelas quais o setor passa e a velocidade delas só devem se intensificar, segundo análise de André Mello, CEO da RTM, empresa da Anbima e da B3, que hoje é o principal hub integrador do mercado financeiro.
Para André, nos últimos anos, tem ocorrido uma movimentação significativa para a modernização do setor bancário, impulsionada tanto pelo surgimento de fintechs quanto pelas regulamentações do Banco Central, que buscam a digitalização do segmento.
Nesse caminho, o Open Finance, por exemplo, deve se desenvolver e ganhar mais adeptos em 2023, o que levará instituições a ficarem mais atentas ao tema e aos casos de uso, impactando seus projetos.
“As oportunidades que um sistema financeiro aberto deve proporcionar na obtenção de novos clientes, com certeza despertarão o interesse de algumas instituições em etapas do Open Finance que ainda não são obrigatórias para elas”, acredita.
Além disso, existe no mercado de crédito uma expectativa em duplicatas escriturais, que detém um volume enorme de operações, e que deve ser normatizado pelo Bacen no próximo ano. Também está prevista uma mudança no processo de compensação de boletos, com a CIP (Câmara Interbancária de Pagamentos) assumindo a sua modernização. O objetivo é simplificar e reduzir o prazo de compensação para o credor final.
O Real Digital é outro tema que continuará em alta, e as instituições devem se preparar, cada vez mais, para a sua implementação, resume o gestor sobre os principais pontos de atenção do setor financeiro para o ano que vem.
Confira os principais pontos indicados por André como oportunidade e desafios para o mercado em 2023:
Pix só deve crescer
As novas funcionalidades do Pix, como o parcelamento, aumentam a quantidade de clientes que fazem uso dessa alternativa, bem como o volume de transações geradas nesse mercado.
As instituições devem estar preparadas em termos de infraestrutura e segurança para garantir o funcionamento do Pix dentro dos padrões de continuidade determinados pelo Bacen.
Além disso, é importante ressaltar que o Pix parcelado é uma modalidade de crédito pessoal (ou empréstimo pessoal) oferecida pela instituição. Ou seja, funciona como um marketing para a oferta de um novo serviço.
O Pix garantido será o mecanismo de parcelamento de compras oferecido oficialmente, mas independente disso, o Pix parcelado agiliza transações e ajuda a aquecer ainda mais o mercado, algo que é incentivado pelo Bacen.
Real Digital e o caminho inevitável
A moeda digital centralizada (CBDC) é uma resposta inevitável dos bancos centrais ao avanço das criptomoedas, com o objetivo de fortalecer políticas monetárias e evitar um risco
sistêmico, analisa André. A expectativa é que o Real Digital facilite as transações, tanto nacionais quanto internacionais, além de promover maior inclusão financeira, a redução da circulação de papel moeda e o combate a crimes como lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, já que permite mais rastreabilidade ao ecossistema financeiro.
Em 2023, porém ainda será algo muito novo para o mercado brasileiro, que não tem muita familiaridade com “smart contracts” ou contratos autônomos, tecnologia que vai viabilizar as transações do Real Digital.
“O ‘smart contract’ é digital, não pode ser perdido ou adulterado e é autoexecutável, garantindo a segurança da execução do acordo. Ao longo dos anos, o uso deste recurso no segmento financeiro pode gerar um aumento significativo de crédito concedido pelas instituições financeiras, pois trará mais rapidez e facilidade para verificação de perfis de crédito”, analisa.
Busca por segurança nunca é demais
Com o crescimento da digitalização, o mercado financeiro está mais exposto a ciberameaças do que nunca, por isso, o segmento como um todo vem se questionando como fazer uma estratégia para mitigar vulnerabilidades e proteger dados e aplicações de forma eficiente.
“Por trás deste questionamento estão duas necessidades: a primeira é a de atender regulatórios e a segunda é mitigar riscos cada vez maiores e mais graves”, diz André.
Um termômetro para essa necessidade é o crescimento de ofertas dentro dele. A RTM, por exemplo, tem soluções especializadas de cibersegurança para fortalecer as operações do setor financeiro, como análise e gestão de vulnerabilidades, HSM no modelo como serviço e pentest.
Além disso, adquiriu a certificação PCI DSS, atendendo o padrão de segurança no processamento de dados sensíveis em operações com cartões. “Recentemente, também firmamos uma parceria com a Fortinet, líder em soluções de cibersegurança, para fazer a migração da nossa rede MPLS para Secure SD-WAN, garantindo alta disponibilidade e resiliência, sem abrir mão da proteção contra riscos”, conta o CEO.
Desafios e oportunidades do Open Finance
O crescimento do Open Finance certamente é uma realidade para 2023, mas André alerta que o grande desafio no Brasil é fazer com que as instituições que ainda não possuem uma obrigatoriedade legal para participar entendam que estar neste ambiente aberto pode beneficiá-las, enxergando além da questão de custos.
O Open Finance pode ajudar na aquisição de novos clientes, facilitar o onboarding e melhorar a experiência dos usuários finais em transações, como, por exemplo, no e-commerce. E os consumidores também ganham quando há mais instituições participando, pois terão mais possibilidades de inclusão e crédito.
“Com esta percepção, o nível de adoção ao sistema deve crescer e se popularizar no mercado brasileiro. Um ponto de atenção para as instituições será cumprir com o cronograma de implementação faseado do Banco Central, que pode ser considerado apertado para algumas empresas”, observa André.
Trabalho digital mais ágil, soluções mais dinâmicas
Desde 2020, com o auge da crise da pandemia, foi necessário pensar em como o setor financeiro poderia trabalhar de forma mais flexível, pensando por exemplo que os colaboradores adotariam o home office como modelo de trabalho, pelo menos em alguns momentos.
“Neste período, disponibilizamos uma versão da nossa console Turret Trade Solution para ser utilizada em casa e possibilitamos o acesso remoto às hotlines contratadas. Porém, essa tendência de um trabalho mais ágil e flexível vai se manter. Hoje, continuamos desenvolvendo ferramentas que atendam essas necessidades”, conta André Melo,
A mais recente inovação da RTM nesse sentido é a RTM Community, plataforma com soft turret embutido que permite que traders e profissionais do setor se comuniquem para fechar negócios, utilizando qualquer dispositivo, como smartphone, computador ou tablet, de qualquer lugar, sempre cumprindo com todos os requisitos de compliance e auditoria exigidos no setor.
Arquiteturas Serverless
Os últimos anos foram de migração intensa para a nuvem no setor financeiro e isso deve continuar ocorrendo, porém, segundo o CEO da RTM, é natural que, após certos aprendizados, haja um movimento pendular, onde instituições busquem mais equilíbrio, entendendo quais aplicações podem funcionar para uma estrutura on-premise e de cloud (privada, híbrida ou pública).
“Uma tendência é a busca por arquiteturas serverless (modelo de desenvolvimento nativo em nuvem, sem o gerenciamento de servidores), que possibilita uma escalabilidade das aplicações ainda mais ágil, resiliente, segura e uma melhora na operação devido à redução de componentes a serem gerenciados”, completa.
Fintechs e mais inovação
As fintechs trazem agilidade, inovação e buscam segmentos de clientes não contemplados satisfatoriamente nas soluções e produtos financeiros atuais, ou seja, elas acabam descobrindo novos mercados, trazendo economia e eficiência.
“Vários fatores favorecem a expansão das fintechs no Brasil, um deles é o percentual significativo da população que ainda é desbancarizada. Outro é a dificuldade de pessoas e empresas em acessar crédito nos players tradicionais. Mas além disso, hoje, muitas pessoas desejam mais praticidade e uma experiência digital eficiente, o que vem sendo bastante explorado pelas fintechs. E este movimento digital liderado por elas torna o mercado cada vez mais dinâmico, com uma concorrência acirrada, beneficiando o consumidor final”, analisa André.
A inovação está presente de diferentes formas dependendo do tipo de player. As fintechs, por exemplo, já nascem digitais e prezam pela agilidade, priorizando recursos como nuvem e soluções as a service.
Por isso, elas tendem a estar mais abertas ao co-desenvolvimento de produtos com parceiros e outras startups e conseguem testar produtos com agilidade.
“Já as empresas mais tradicionais do setor financeiro precisam acelerar suas estratégias de transformação digital devido este movimento das fintechs e, por isso, vêm explorando a inovação aberta por meio de um relacionamento mais próximo com startups, a criação de spin-offs (como o Next criado pelo Bradesco) e também investimentos (como o Itaú com a Liqi)”, conclui o CEO da RTM.
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