Na medida em que o mercado brasileiro de capital nascente evolui, as entidades públicas brasileiras conseguem explorar novos produtos
Gestores de fundos e representantes de bancos estatais debateram no South Summit a importância da integração público-privada na criação e manutenção do ecossistema de investimentos em inovação.
O fomento do setor público para empresas e iniciativas inovadoras evoluiu muito no Brasil e apoia o desenvolvimento no setor tecnológico nacional, especialmente durante períodos econômicos desafiadores.
Esse foi um dos aprendizados do painel “Government as a Catalyst for Venture Capital”, que reuniu representantes de bancos estatais e profissionais de fundos de investimento durante o South Summit Brazil, em Porto Alegre (RS), no dia 29 de março. A conversa foi mediada por Alexander Leitzke, Gerente de Planejamento no BRDE.
A entrada de bancos e entidades públicas no fomento a empresas de base tecnológica ajuda a abrir caminhos para venture capitalists seguirem esse mesmo caminho.
“Um dos papéis dos investidores públicos é ser pioneiro. Entrar onde o privado não está estruturado. Assumir risco, criar condições e até trazer evidências para os privados se sentirem mais confortáveis”, diz Reinaldo de Almeida Coelho, sócio fundador da Triaxis Capital, gestora de Venture Capital que atuou com os fundos Criatec 1 e 2, ambos com participação estatal.
Na medida em que o mercado brasileiro de capital nascente evolui, as entidades públicas brasileiras conseguem explorar novos produtos e possibilidades.
É o caso do BNDES, que apoia por mais de 20 anos esse segmento e, desde então, trabalha para aumentar sua participação. Segundo Livia Faria, Gerente de Fundos do BNDES, o banco começou quando o mercado era bem iniciante.
Hoje contam com mais de 50 produtos entre Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FDICs) e de participação, com R$ 7 bilhões de capital comprometido e perspectivas para expandir esse valor.
A perspectiva de aumento nos investimentos vem em um momento de instabilidade global na economia. Na visão de Felipe Marcondes de Mattos, head de venture capital da TM3 Capital, esse fluxo constante de fomento é fundamental para a manutenção do ecossistema de VCs.
“A economia é cíclica. Investidores internacionais estão com menos apetite para o Brasil hoje. Investidor público é perene, sempre investindo.”
Amadurecimento do mercado e dos investidores
Com o desenvolvimento do setor de capital semente no Brasil, a própria interação entre entidades estatais e privadas melhoraram.
Se, no início, havia um temor de influência política e falta de profissionalismo na escolha das empresas investidas, hoje os fundos se organizam para atender regras de compliance dos dois setores.
É o caso do fundo Criatec 4, a ser lançado, modelado para atender as necessidades da área governamental e de mercado.
“Hoje o investidor público é tão profissional e transparente quanto o privado”, destaca Reinaldo Coelho, da Triaxis Capital. Um dos pontos que apoia essa interação público-privada é a própria governança dos fundos, que possuem regulamentos dizendo no que se pode investir – fator que mudou nos últimos anos. “Os investidores, sejam públicos ou privados, não dão palpite no comitê. A decisão é técnica e imparcial, com base no mandato do fundo”, explica Felipe de Mattos, da TM3 Capital.
Takeaways do painel:
A entrada das instituições públicas (sejam bancos ou outros entes) são fundamentais para:
– Pioneirismo: entrar onde o setor privado ainda não está e criar bases para passar segurança aos investidores. (Reinaldo de Almeida Coelho, Triaxis Capital)
– Estabilidade: a economia é cíclica, investidores vão e vêm. O investimento público é perene. (Felipe Marcondes de Mattos, TM3 Capital)
– Externalidades além do retorno financeiro: Pesquisas mostram que, além do retorno de capital, o Criatec 2 gerou empregos qualificados. (Reinaldo de Almeida Coelho, Triaxis Capital)
Os fundos também se adaptam e precisaram entender melhor essa parceria:
– No caso do Criatec 4, o fundo será estruturado para atender as necessidades de compliance e governança de investidores públicos e privados. (Reinaldo de Almeida Coelho, Triaxis Capital)
– Os fundos têm regulamento dizendo no que se pode investir. Os investidores, sejam públicos ou privados, não dão palpite no comitê. A decisão é técnica e imparcial, com base no mandato do fundo. (Felipe Marcondes de Mattos, TM3 Capital)
Momento é bom, bom ciclo para investir, Depois de um período com valuations bastante altos em 2020 e 2021, estamos em um bom ciclo para investir. (Livia Faria, BNDES)/
Para saber mais sobre o South Summit Brazil 2023 acesse o site oficial.
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