Com a ferramenta do background check, Gustavo Scarpa seria alertado sobre os riscos do investimento realizado e não teria caído no golpe
O ex-atleta do Palmeiras, Gustavo Scarpa, juntamente com o colega do Fluminense, Willian Bigode, investiram ao todo R$11 milhões em criptomoedas em 2020.
Dois anos depois, Scarpa suspeitou de um golpe e optou por resgatar o investimento. Porém, por não ter conseguido resgatar o valor investido, o atleta registrou um boletim de ocorrência de estelionato.
As investigações apontaram que a empresa, na qual o jogador do Fluminense era sócio, está envolvida com uma possível pirâmide financeira envolvendo as criptomoedas como ativo em questão.
Nesse cenário, a checagem de antecedentes pode evitar que pessoas invistam patrimônio em empresas que não são confiáveis.
“O cenário das criptomoedas é relativamente novo. O que podemos dizer é que os investimentos financeiros no meio tecnológico, como criptomoedas, estão se adaptando à segurança, compliance e legislação neste momento. Portanto, o ideal é que estas empresas pensem na segurança de ambos os lados”, explica Rodolpho Takahashi, especialista em consultoria empresarial e COO da IAUDIT Tecnologia, empresa especializada em compliance anti fraude e tecnologia com mais de 20 anos no mercado.
Quando se trata de possíveis pirâmides financeiras é preciso estar atento a forma com que as organizações prometem retornos e investimentos, assim como ao histórico da empresa como um todo, algo em que o background check, conhecido como checagem de antecedentes, pode ser uma alternativa.
Em 2021, a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC) apontou em relatório que, somente nos EUA, cerca de 46 mil pessoas perderam aproximadamente U$ 1 bilhão de dólares em golpes envolvendo criptomoedas.
Checagem de antecedentes e criptomoedas
O especialista considera essencial que o investidor, assim como a empresa, realizem a busca por informações antes de investir um patrimônio ou de receber um investimento para que este seja gerido.
Existem dois tipos de checagem de antecedentes: o primeiro é o background check massificado, que pode ser conectado diretamente ao processo de onboarding da plataforma via API. Ele é ideal para checagens em grande volume, que precisa ser feita de forma rápida e segura.
A segunda opção é o background check dossiê, cujo foco é a checagem de pessoas ou empresas de forma aprofundada e detalhada com o intuito de trazer a maior quantidade de informações possíveis na apuração.
Ao final do processo de verificação, é gerado um relatório e entregue a quem solicitou a checagem, que toma a decisão a partir daquelas informações.
É importante lembrar que os parâmetros para a aceitação ou não são decididos pelo investidor ou empresa que pediu a checagem.
Segundo o especialista, para um caso semelhante ao do jogador Scarpa, a checagem de antecedentes seria a ferramenta mais apropriada para trazer informações sobre a empresa que cuidaria do patrimônio do atleta, mostrando se poderiam ou não haver riscos na escolha do investimento.
“O investidor precisa conhecer bem a empresa e a oportunidade de investimento que está sendo oferecida e conhecer o histórico/passado do parceiros da organização. Por outro lado, a empresa também precisa comprovar que a pessoa interessada em investir está disposta a correr determinados riscos, afinal, todo investimento possui um risco envolvido, no entanto, uma checagem prévia pode evitar que as pessoas se envolvam em possíveis esquemas de pirâmide, além de outros golpes”, finaliza Takahashi.
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