Um novo estudo revela que 11% dos departamentos jurídicos já utilizam ou planejam incorporar tecnologias de inteligência artificial
Um novo estudo revela que 11% dos departamentos jurídicos já utilizam ou planejam incorporar tecnologias de inteligência artificial (IA). Além disso, 75% dos profissionais acreditam que a IA pode otimizar a redação e revisão de contratos, enquanto 69% veem seu potencial para facilitar a pesquisa jurídica.
A pesquisa, conduzida pelo Thomson Reuters Institute em abril, consultou 587 membros de departamentos jurídicos de empresas nos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá. A maioria dos entrevistados (95%) está ciente da existência dessas ferramentas e expressa confiança (82%) em sua aplicabilidade no âmbito legal. No entanto, há incertezas quanto ao uso de inteligências artificiais generativas, como o ChatGPT, com apenas 54% dos entrevistados apoiando essa utilização.
Nilton Serson, advogado especialista em contencioso cível, direito societário e empresarial, destaca que esse movimento em direção à inovação e eficiência é significativo.”Apesar de parecer um número modesto, acredita-se que a adoção da inteligência artificial acelerou rapidamente à medida que mais departamentos jurídicos experimentarem os benefícios tangíveis, como otimização de tempo, redução de custos e maior precisão em várias tarefas”.
No entanto, surgem preocupações sobre segurança. Os profissionais destacaram questões relacionadas à precisão, confidencialidade de dados e segurança. Atualmente, a aceitação de ferramentas de IA é maior nos departamentos jurídicos das empresas do que nos escritórios de advocacia. Apenas 3% dos escritórios já utilizam essas ferramentas, enquanto 2% planejavam adotá-las.
Dos participantes interessados em incorporar o ChatGPT, quase um terço (31%) planeja começar a utilizar a tecnologia nos próximos seis meses. Em contraste, apenas 5% dos advogados de escritórios compartilham a mesma perspectiva.
Apesar da receptividade interna nos departamentos jurídicos, 23% dos entrevistados acreditam que a ferramenta não deve ser empregada para atividades legais realizadas por escritórios de advocacia terceirizados.
Nilton Serson ressalta que com a crescente adoção da inteligência artificial (IA) no campo jurídico traz consigo uma série de desafios éticos que merecem atenção: “Governança de Dados: Estabelecer uma governança sólida para os dados utilizados pela IA é essencial. Isso envolve garantir a qualidade, integridade e segurança dos dados, bem como a transparência em sua origem e uso. Transparência nos Algoritmos: Os sistemas de IA devem ser transparentes quanto aos algoritmos utilizados. Compreender como as decisões são tomadas é fundamental para garantir confiança e responsabilidade.
Viés Algorítmico: A IA pode reproduzir preconceitos presentes nos dados de treinamento. Mitigar o viés é crucial para evitar discriminação indevida. Privacidade e Confidencialidade: O tratamento adequado dos dados pessoais é crucial. A IA deve respeitar a privacidade dos indivíduos e proteger informações sensíveis. Responsabilidade: Determinar quem é responsável pelas decisões tomadas pela IA é um desafio complexo. Embora a máquina não possa ser processada legalmente, seus criadores e operadores podem ser responsabilizados”.
A aplicação de sistemas de inteligência artificial (IA) no campo jurídico requer uma abordagem transparente e responsável, além de focar nos resultados, é crucial divulgar os valores incorporados no design do sistema.
Compreender como esses valores são traduzidos em decisões é fundamental para a confiança e a responsabilidade. A coleta e o uso de dados devem ser éticos e legais. Isso envolve obter consentimento adequado, garantir a qualidade e a integridade dos dados e proteger informações sensíveis com medidas de segurança sólidas.
Manter um diálogo contínuo com partes interessadas é essencial. Explicar como os sistemas funcionam, seus impactos e como as decisões são tomadas ajuda a construir confiança.
Ter especialistas com diferentes perspectivas na equipe de desenvolvimento é valioso. Isso permite avaliar e projetar sistemas de IA de forma mais completa e imparcial.
Serson finaliza: “Que a adoção da IA no direito não é isenta de desafios. Questões de confiança na tomada de decisões automatizadas, a necessidade de garantir a privacidade e a segurança dos dados e as preocupações éticas relacionadas ao uso da IA exigem atenção cuidadosa”.
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