A figura do contador com livros de capa dura embaixo do braço é coisa do passado Juliana Ferline, diretora da unidade de negócios PME da Sage.
Criado em 2001, por meio da Medida Provisória 2.200/2002, com o objetivo de facilitar a rotina das pessoas físicas e jurídicas, o certificado digital, especialmente na contabilidade, trouxe total segurança na remessa de informações das empresas para os órgãos públicos, principalmente à Receita Federal.
Informações como vendas de empresas, lucro, compras, movimentação financeira, funcionários, salários, impostos pagos, encargos sociais, entre centenas de outras, são enviadas pelos contadores aos órgãos públicos com o uso do certificado digital.
[blockquote style=”2″]”A certificação não apenas agilizou a entrega dessas informações, mas principalmente agregou mais segurança”, diz Elias Nicoletti Barth, superintendente da Fenacon CD, autoridade certificadora com sede em Brasília, que emite 15 mil certificados digitais por mês.[/blockquote]
Com agilidade, segurança e redução de custos, o certificado digital pode ser utilizado para a autenticação em sistemas e sites, enviar, acompanhar e retificar a declaração do Imposto de Renda, assinar documentos, entre muitas outras possibilidades. “Por garantir a identidade do titular no meio eletrônico, ou seja, por ser seguro, o certificado é amplamente requisitado para transações relacionadas ao governo, mas a tecnologia é muito mais que um instrumento para cumprir obrigações”, diz Julio Cosentino, vice-presidente da Certisign, autoridade certificadora há 19 anos no mercado, que já emitiu mais de sete milhões de certificados digitais.
Cosentino acrescenta que o certificado digital, por meio da criptografia de dados, garante a autenticidade e a integridade das transações realizadas. “Tudo o que for assinado ou transacionado via certificado digital tem validade jurídica, assegurada pela legislação.”
Além da validade legal, o certificado digital tem ainda a vantagem de evitar deslocamentos, tornando mais rápidas as transações. Com o certificado digital, por exemplo, é possível formalizar negócios a longa distância. “Um empresário daqui do Brasil pode concretizar um negócio com outro empresário que estiver em viagem à China. Basta eles acessarem uma plataforma para assinaturas de documentos via celular, tablet ou computador, e assinar com o certificado”, explica Cosentino.
[blockquote style=”2″]”O uso do certificado digital, por permitir que os processos sejam realizados do início ao fim no meio eletrônico, dispensa o uso de papel, gerando economia de produto e de espaço nos escritórios, além de diminuição de gastos com deslocamento do contador até o cliente e/ou a órgãos públicos”, diz Juliana Ferline, diretora da unidade de negócios PME da Sage.[/blockquote]
A Sage é provedora de soluções tecnológicas para empresas e contadores e que tem, entre seus produtos, o Sage One, um emissor de nota fiscal para os contadores já com o certificado digital emitido pela certificadora Soluti.
Segundo Juliana, a necessidade do certificado digital tende a aumentar com a obrigatoriedade da emissão de nota fiscal eletrônica ao consumidor pelo varejo.
Para Antonio Sérgio Borba Cangiano, diretor-executivo da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD), uma importante e grande vantagem para os contadores é o chamado Single Signon (senha única, ou assinatura única).
“Com o certificado digital, o contador não tem que memorizar uma senha para cada cliente. Ele terá uma única senha, privada, para todos os clientes. Hoje em dia a memorização de senhas, uma para cada situação, é uma grande dificuldade e não significa mais segurança, porque a senha pode ser roubada ou fraudada, e o certificado digital não.”
Lourdes Rodrigues | DCI
Fonte: DCI