A superfície de ataque tem tudo a ver com presença digital, podendo servir como porta de entrada para indesejados interessados em suas informações
Por Antônio Radaelli
A superfície de ataque de uma organização tem tudo a ver com sua presença digital, podendo servir como porta de entrada para visitantes indesejados interessados em suas informações.
Com a adoção de novas tecnologias e expansão de operações para a nuvem e ambientes híbridos, essa superfície de ataque cresce e se torna mais complexa e quanto maior a complexidade, maior a possibilidade de ataques às suas informações, elevando o risco de exploração de vulnerabilidades, interrupção de operações e vazamento de informações, trazendo grande impacto ao negócio.
Assim, compreender e gerenciar de forma eficaz a superfície de ataque é essencial para reduzir vulnerabilidades, antecipar ameaças e proteger os ativos críticos da organização de forma proativa.
Historicamente, as organizações focavam suas defesas em técnicas como:
- Testes de penetração, que simulam de forma controlada ataques a um conjunto reduzido de sistemas e com aplicação periódica (a cada 3, 6 ou 12 meses).
- Gerenciamento de vulnerabilidades que permite identificar e classificar vulnerabilidades de forma contínua (ou não – dependendo da política da empresa) num conjunto de sistemas conhecidos para proteger seus ativos.
No entanto, essas práticas tradicionais começaram a mostrar limitações, pois não foram projetadas para lidar com a rápida expansão e a constante mudança das superfícies de ataque modernas, podendo deixar de fora ativos desconhecidos ou novos vetores de ataque.
O Gerenciamento de Superfície de Ataque (Attack Surface Management – ASM) é um processo contínuo e dinâmico que envolve a identificação, monitoramento e gerenciamento de todos os pontos de entrada potenciais que um atacante poderia explorar para ter acesso às informações de uma organização.
Isso inclui não apenas os sistemas e aplicativos internos, mas também recursos externos, como domínios, subdomínios, APIs, IPs, BYOD, serviços na nuvem, sistemas de terceiros – que podem estar conectados aos sistemas da organização – e até dispositivos IoT.
Esta estratégia busca fornecer uma visão completa, de fora para dentro da organização e com a perspectiva dos atacantes.
Essa avaliação da superfície de ataque, baseada na priorização do risco, permite reduzir a exposição e as vulnerabilidades dos ativos conhecidos e – até então – desconhecidos, mesmo aqueles fora do perímetro tradicional da organização, de forma proativa.
Essa proatividade faz parte da estratégia do gerenciamento da superfície de ataque, com o monitoramento contínuo e análises baseadas em risco, além da integração com sistemas SIEM e SOAR.
Enquanto as ferramentas tradicionais de gerenciamento de vulnerabilidades e testes de penetração continuam a desempenhar um papel crucial na identificação e mitigação de riscos conhecidos, o gerenciamento de superfície de ataque (ASM) amplia essa abordagem, oferecendo uma visão contínua e abrangente de todos os ativos, complementando essas práticas, permitindo que as organizações ajustem suas defesas proativamente e também facilitando respostas mais rápidas e coordenadas, fortalecendo a postura geral de segurança da organização.
O Gerenciamento da Superfície de ataque é uma evolução necessária na estratégia das organizações preocupadas com a segurança das suas informações, enriquecendo e expandindo a eficácia dos controles de cibersegurança existentes, de forma que as empresas possam se adaptar rapidamente a um cenário de ameaças em constante evolução.
A integração de tecnologias como o gerenciamento de superfície de ataque (ASM) no programa de segurança das informações fortalece a resiliência dos sistemas de negócios, garantindo sua continuidade e estabilidade operacional, pois promove a melhoria contínua nos controles protetivos, aumentando a visibilidade e a capacidade de resposta a incidentes e reduzindo tanto os riscos quanto os custos associados a possíveis violações.
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