A inovação mora principalmente em como as empresas adquirem, moldam e adaptam essas tecnologias às realidades e necessidades internas
Por Shirley Fernandes
Nos dias atuais, é essencial manter o potencial inovativo dentro das empresas, principalmente no setor de tecnologia. Costumamos colocar a inovação como um lugar de destaque tecnológico na corrida pelo grande prêmio de autoridade de mercado.
Mas a realidade é que a inovação dentro das empresas vai além de ter tecnologias de ponta e ferramentas em inteligência artificial (IA) generativa que resolvam problemas operacionais de forma rápida.
A inovação mora principalmente em como as empresas adquirem, moldam e adaptam essas tecnologias às realidades e necessidades internas e, principalmente, em como apresentam essa força para seus clientes.
Afinal, como é possível inovar se não conhecemos a tecnologia do objeto da ação? Como inovar se nossos times internos não entendem o dinamismo do mundo contemporâneo? O resultado disso já sabemos e já vimos acontecendo: empresas desatualizadas, especialistas defasados e falta de competitividade.
Mas como é possível, em um cenário atual, manter a empresa sempre atualizada e competitiva? Temos que considerar a inovação tecnologica como uma jornada, um processo e uma transformação cultural e de mindset, afinal, a era digital, impulsionada pela IA, trouxe uma transformação profunda no modo de como as empresas operam e competem. Nesse cenário, a gestão do conhecimento emerge como um fator crucial para o sucesso organizacional e para o fruto inovativo.
Ao mesmo tempo em que a tecnologia avança a passos largos, urge a necessidade de desenvolver e reter talentos capacitados capazes de identificar oportunidades, analisar de forma estratégica, adotar de forma consciente e ser agente transformador nos negócios.
O conhecimentoprecede a inovação. Então, quanto mais conhecimentos existentes que você tem na empresa, de uma forma estruturada, mais você consegue dar passos para inovar. Certamente, o conhecimentoé um novo fator de produção.
Quanto mais o utilizamos, mais o conhecimento cresce e, quanto mais é compartilhado, mais ele se amplia. Um saber ampliado, fazendo essa gestão dele, existe o que chamamos de Inteligência organizacional.
O Microsoft Work Trend Index 2024, por exemplo, nos apresenta um panorama claro dessa realidade. A inteligência artificial já faz parte do dia a dia das empresas, automatizando processos e impulsionando a inovação, seja de maneira intencional por meio de investimento interno ou por uso não regulamentado pelos próprios colaboradores.
No entanto, a pesquisa destaca que a adoção dessas tecnologias exige um novo conjunto de habilidades por parte dos funcionários. A capacidade de aprender continuamente, adaptar-se a novas ferramentas e trabalhar em colaboração com máquinas se torna essencial.
Ora, mas isso já não era um imperativo? É necessário pensar esses requisitos para além do digital como conhecíamos antes. O boom que a IA generativa trouxe para a sociedade está desenhando um novo modo de se relacionar com as máquinas e um novo modelo mental necessário regado de soft e hard skills importantes para um bom processo inovativo.
A gestão do conhecimento como pilar da inovação
A capacitação dos colaboradores é o alicerce sobre o qual se constrói uma gestão do conhecimento eficaz. Ao investir em treinamento e desenvolvimento, as empresas não apenas aumentam a produtividade e a qualidade dos seus serviços, mas também fortalecem a cultura organizacional e promovem a inovação.
A rápida evolução da tecnologia exige que os colaboradores estejam sempre atualizados e a capacitação permite que eles dominem as novas ferramentas e softwares, maximizando o seu potencial, afinal, colaboradores capacitados são mais produtivos, pois conseguem realizar suas tarefas de forma mais eficiente e eficaz, o que contribui para a melhoria da qualidade dos produtos e serviços, pois os colaboradores adquirem conhecimentos e habilidades mais aprofundados.
A gestão do conhecimento está totalmente voltada à inovação. Se você não cria novos conhecimentos, você não tem a possibilidade de organizar toda a inteligência organizacional da sua empresa e muito menos de chegar num patamar de inovação.
Certamente, empresas que investem em capacitação tendem a ter taxas de rotatividade menores com colaboradores se sentindo mais valorizados e com mais oportunidades de crescimento.
Neste cenário, a máxima permanece: colaboradores capacitados são mais propensos a gerar novas ideias e soluções, impulsionando a inovação dentro da organização.
A gestão do conhecimento em um mundo digital
A gestão do conhecimento em tecnologia exige uma abordagem estratégica e assertiva. Ela pode abranger diversos aspectos e gostaria de reforçar três em específico:
- Identificação e captura do conhecimento: É fundamental identificar e capturar o conhecimento tácito e explícito da organização, seja ele proveniente de documentos, processos, pessoas ou tecnologias.
- Compartilhamento do conhecimento: Este é um ponto que deve ser explorado ao máximo, pois o conhecimento em si precisa ser compartilhado de forma clara e acessível a todos os colaboradores, utilizando ferramentas e plataformas digitais de gestão do conhecimento e inteligência artificial.
- Criação de uma cultura de aprendizado: A cultura organizacional deve estimular a troca, aprendizagem contínua e o intercâmbio de conhecimento. Uma cultura forte e que reforce esses pontos é essencial para que a capacitação seja efetiva.
No mais, a gestão do conhecimento em tecnologia é um imperativo para as empresas que desejam se manter competitivas em um mercado cada vez mais dinâmico e exigente. Ao investir em capacitação e criar uma cultura de aprendizado, as organizações podem desbloquear o potencial de seus colaboradores, impulsionar a inovação e alcançar resultados superiores.
Organizar as informações irão gerar um bolsão de conhecimento estruturado em trilhas, em processos, de uma forma padronizada, de uma forma concatenada dentro de uma forma alinhada com a estratégia. Tendo isso de uma forma orgânica na organização, isso gera inovação.
Esta não é uma tarefa rápida ou fácil, mas os frutos dessa jornada são reais e com resultados visíveis. Construir uma base sólida permite que as empresas se mantenham competitivas e relevantes e que, sobretudo, sejam um case de sucesso em aproveitamento de tecnologias emergentes.
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