IA e Segurança Operacional são pilares técnicos que inovam o setor público nos últimos anos de maneira acelerada
Por Bruna Boner

A digitalização dos serviços públicos brasileiros avançou de forma acelerada nos últimos anos. Processos antes presenciais foram digitalizados, dados migraram para a nuvem e, hoje, o cidadão se conecta ao Estado com um clique.
Essa transformação, porém, trouxe novos desafios: lidar com dados descentralizados e redundantes, processos sem integração, ausência de cultura de dados e um aumento expressivo na superfície de ataque cibernético.
No SECOP 2025, foram apresentados dois eixos complementares para enfrentar essa realidade. O primeiro é o letramento em Inteligência Artificial Generativa, com foco em preparar lideranças e equipes para a aplicação prática da IA em todas as camadas das instituições, de forma ética e segura. O segundo é a adoção adequada da realidade de cada instituição.
Segundo o Gartner (2024), a adoção de IA no setor público exige a integração de bases de dados centralizadas, uma infraestrutura de IA com governança robusta — conhecida como Trust, Risk & Security Management (TRiSM) — e comitês humanos de supervisão capazes de alinhar decisões técnicas a objetivos estratégicos. Sem essa fundação, iniciativas de IA tendem a gerar pouco valor ou expor as organizações a riscos operacionais e reputacionais. Nesse sentido, o programa de
Letramento em IA Generativa propõe um diagnóstico estratégico para identificar aplicações de maior impacto, oferece trilhas de aprendizado personalizadas para executivos, líderes e especialistas, incentiva a aplicação prática por meio de gamificação e hackathons e disponibiliza mentoria especializada, acompanhada de medições de impacto baseadas em KPIs.
Os resultados dessa abordagem são claros: aumento da eficiência operacional por meio da automação de tarefas e da análise de grandes volumes de dados, melhoria da tomada de decisão com base em evidências concretas e análises preditivas em tempo real, maior capacidade de prevenção de fraudes e ampliação da inclusão digital por meio da simplificação da linguagem técnica e da democratização das informações.
A segurança cibernética, nesse contexto, deixou de ser um tema restrito a áreas técnicas e passou a ser pauta estratégica para o setor público. Apenas nos últimos três anos, foram registrados no Brasil 2,2 bilhões de eventos de segurança, com mais de 500 mil atores de ameaça monitorados diariamente.
Incidentes de grande impacto, como a exposição de mais de 1 milhão de registros do SIAPE em 2024, reforçam a urgência em adotar modelos de SOC adequados à realidade e à criticidade de cada órgão.
As opções vão desde o SOC Compartilhado, também conhecido como SOCaaS, que opera remotamente e é mais econômico, indicado para órgãos sem equipe própria de segurança; passando pelo SOC Híbrido, que combina inteligência centralizada com operação assistida localmente, ideal para órgãos com dados sensíveis; até o SOC Dedicado, com equipe e infraestrutura 100% in loco, voltado para missões críticas, como ministérios, tribunais e autarquias de alta relevância.
Duas soluções ofertas pela Globalweb ganham destaque nessa estratégia: o Professional Service Soc, baseado em ferramentas de código aberto com infraestrutura auditável e foco na soberania tecnológica; e o Enterprise Service SOC, que utiliza plataformas conhecidas de mercado, oferecendo alta automação, analytics avançado e recursos de machine learning para detecção comportamental e resposta a incidentes. Modelos que foram desenhados para atender as diferentes necessidades das instituições públicas.
A convergência em IA e operações seguras via SOC é o que viabiliza a inovação responsável no setor público. Dados protegidos por um SOC robusto alimentam modelos de IA confiáveis; decisões orientadas por IA tornam as operações mais eficientes e preditivas; e a governança garante que toda essa tecnologia esteja alinhada à legislação, à ética e aos objetivos institucionais.
Esse modelo integrado contempla desde a criação de Data Lakes governamentais para unificar dados e eliminar silos até a orquestração de gestão, tratamento e classificação das informações, passando pelo uso de modelos preditivos e de IA generativa para atendimento ao cidadão, monitoramento de ameaças e detecção de anomalias, sempre com monitoramento 24×7 e resposta imediata a incidentes críticos.
O futuro do setor público será definido por quem conseguir unir inteligência e segurança em um ecossistema único. IA sem segurança é vulnerável; SOC sem IA é limitado. A combinação dos dois, estruturada sobre governança, dados de qualidade e equipes capacitadas, é o que permitirá oferecer serviços públicos mais eficientes, seguros e alinhados às demandas da sociedade digital.
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