O Brasil pode ser alvo de um apagão, e o que pode justificar é a demanda por energia, falhas em linhas de transmissão e mudanças climáticas

A possibilidade de um apagão nacional ainda desperta medo nos brasileiros, mas os riscos não são tão simples quanto parecem. O aumento da demanda por energia, falhas em linhas de transmissão, mudanças climáticas e sobrecarga em horários de pico podem pressionar o sistema. Segundo Raphael Ruffato, CEO da Lead Energy, a realidade é mais complexa e novas tecnologias ajudam a reduzir o risco de blecautes.
Hoje, o Brasil chega a produzir mais eletricidade do que consome em alguns momentos do dia, principalmente graças à matriz renovável. O problema, segundo o executivo, é que essa abundância não acontece de forma constante, já que a produção solar e eólica varia conforme o clima e o horário.
O que realmente pode causar um apagão (e o que não pode)
O maior desafio é equilibrar oferta e demanda ao longo do dia. Quando há sobra de energia, parte dela é desperdiçada. Mas nos horários de maior consumo, o sistema opera muito próximo do limite. “É essa contradição que aumenta o risco de falhas, especialmente em dias de calor intenso ou quando as condições climáticas reduzem a produção das renováveis”, explica Ruffato.
As linhas de transmissão também são decisivas. Mesmo que o país tenha energia suficiente, ela não chega de forma estável a todas as regiões. Para reduzir a sobrecarga, o Operador Nacional do Sistema (ONS) já anunciou investimentos em novas linhas de distribuição, incluindo projetos na Bahia.
Tecnologia como aliada
Apesar dos riscos, a tecnologia ajuda a manter o sistema sob controle. Baterias em larga escala e hidrogênio verde podem armazenar energia excedente e liberá-la nos momentos críticos. Redes inteligentes e digitalização também permitem prever falhas e redirecionar eletricidade de forma mais eficiente.
“Não dá para falar em apagão iminente sem considerar as transformações em curso”, reforça Ruffato. “A digitalização, o avanço das baterias e até a resposta da demanda já estão mudando a forma como lidamos com os horários de pico. O risco existe, mas não é inevitável”, completa.
Energia em transição
O Brasil tem uma vantagem importante: quase 90% da matriz elétrica vem de fontes renováveis, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O desafio, segundo Ruffato, não é apenas gerar mais energia, mas garantir que ela esteja disponível quando os consumidores precisam.
“A pergunta ‘o apagão está próximo?’ não tem resposta simples. O futuro depende de investimentos em transmissão, inovação em armazenamento e políticas que incentivem um consumo mais equilibrado. Até lá, os riscos existem, mas os avanços tecnológicos ajudam a afastar o cenário de blecaute generalizado”, conclui.
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