Os SOCs são Centros de Operações de Segurança que estão evoluindo diante de um cenário digital cada vez mais complexo
Por Dawn-Marie Vaughan e Renato Moura

Os centros de operações de segurança (SOCs) sempre foram o coração da cibersegurança corporativa. Monitoram redes, detectam ameaças e respondem a incidentes em tempo real. Mas, diante de um cenário digital cada vez mais complexo, marcado por ataques sofisticados, escassez de talentos e exigências regulatórias como a LGPD e a a Resolução BCB nº 498 de 2025 que estabelece novas regras de cibersegurança para Provedores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTI) no Sistema Financeiro Nacional, o modelo tradicional precisa evoluir.
O desafio da complexidade crescente
As organizações enfrentam hoje um duplo desafio: modernizar seus SOCs e, ao mesmo tempo, lidar com a escassez de profissionais qualificados e a ampliação das superfícies de ataque. Modelos baseados em ferramentas isoladas e monitoramento reativo perdem eficiência diante da velocidade e da inteligência dos adversários.
Além disso, o excesso de alertas de baixo valor consome tempo e energia das equipes, dificultando a identificação das ameaças que realmente importam. Não por acaso, muitas violações ainda são detectadas por agentes externos — e não pelo próprio SOC. Isso corrói a confiança e reforça a percepção de que a segurança é apenas um custo operacional, e não um diferencial competitivo.
Do operacional ao estratégico
A mudança necessária passa por uma integração profunda entre segurança e negócio. O SOC deve ser parte da estratégia corporativa, conectado às funções de gestão de risco e aos objetivos da organização.
Quando os dados de segurança se transformam em inteligência, eles deixam de ser apenas indicadores técnicos e passam a orientar decisões. Esse é o caminho para que a segurança se torne um facilitador de crescimento, inovação e confiança — e não apenas uma camada de proteção.
Seis pilares para o SOC moderno
A modernização de um SOC não acontece da noite para o dia, mas algumas diretrizes já apontam o caminho:
1. Integração e automação. Unificar sistemas e automatizar processos de governança, risco e conformidade aumenta a visibilidade e conecta a segurança diretamente aos resultados do negócio.
2. Consciência situacional. Ter um mapa atualizado de ativos, dados e conexões é essencial para priorizar defesas e identificar vulnerabilidades críticas.
3. Operações guiadas por inteligência. Combinar dados técnicos com contexto de negócio e setor transforma alertas em decisões acionáveis e melhora o tempo de resposta.
4. Defesa proativa. Usar inteligência para antecipar ameaças e testar continuamente sistemas muda o papel do SOC — de reagir a incidentes para evitar que eles aconteçam.
5. Colaboração entre humanos e IA. A inteligência artificial deve potencializar o trabalho humano, automatizando tarefas repetitivas e permitindo que analistas se concentrem em investigações complexas.
6. Arquitetura preparada para o futuro. SOCs modernos precisam de estruturas modulares, abertas e integradas a ambientes de TI, OT, IoT e nuvem — garantindo escalabilidade e adaptação constante.
O SOC como motor de resiliência
O futuro da segurança não está apenas em detectar ataques mais rápido, mas em antecipar riscos e proteger a confiança dos negócios. SOCs modernos e inteligentes tornam-se motores de resiliência empresarial, ajudando organizações a operar com segurança, agilidade e visão estratégica em um mundo digital imprevisível.
Em mercados como o Brasil e América Latina, onde a maturidade digital avança rapidamente, o papel do SOC vai muito além da tecnologia: torna-se um pilar estratégico para proteger o que realmente impulsiona o negócio: pessoas, dados e confiança.
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