O ISO 27001 e 27701 são certificações se posicionam com mais maturidade, competitividade e resiliência no cenário de ameaças cibernéticas
Em um mundo onde a cibersegurança se tornou uma pauta estratégica nas empresas, as normas ISO/IEC 27001 e ISO/IEC 27701 têm ocupado posição de destaque. E, neste Mês da Conscientização sobre Segurança Cibernética, o tema ganha ainda mais força com a necessidade crescente de proteger ativos digitais e garantir o tratamento adequado de dados pessoais, dentro e fora do Brasil. O aumento dos incidentes cibernéticos e das violações de dados tem reforçado, cada vez mais, a importância dessas normas como referência global em boas práticas de segurança e privacidade.
A ISO/IEC 27001, voltada à gestão da segurança da informação, já é a norma que mais cresce em certificações no mundo, impulsionada pela pressão do mercado e por legislações como a LGPD. Ela define um modelo de gestão que ajuda as organizações a identificar vulnerabilidades, tratar riscos de segurança da informação, fortalecer a proteção de dados e promover a melhoria contínua da gestão da segurança.
Já a ISO/IEC 27701, voltada à privacidade, ganhou uma nova versão recentemente e pode, agora, ser certificada de forma independente, abrindo caminho para organizações que buscam alinhar-se à LGPD e outras regulamentações globais, como a GDPR europeia.
Dados apontam urgência em investir em cibersegurança
Nos últimos anos os ataques cibernéticos vêm aumentando consideravelmente, especialmente contra empresas ao redor do mundo. No Reino Unido, por exemplo, 43% das empresas relataram ter sofrido algum tipo de violação ou ataque de segurança da informação nos últimos 12 meses, segundo o estudo Cyber Security Breaches Survey 2025estudo Cyber Security Breaches Survey 2025, conduzida pelo Department for Science, Innovation and Technology (DSIT).
No Brasil, um levantamento da Grant Thornton Brasil e Opice Blum Advogados apontou que 79% das empresas brasileiras acreditam estar mais expostas a ataques cibernéticos do que em anos anteriores, e 66,5% colocam a cibersegurança entre os cinco maiores riscos corporativos.
No entanto, no Brasil, muitas organizações ainda estão em processo de amadurecimento quanto à importância estratégica da certificação, especialmente no que diz respeito à integração entre segurança da informação, privacidade e governança corporativa.
“Muitos profissionais de TI acabam concentrando seus esforços no aspecto técnico da segurança, enquanto a alta gestão pode ter a percepção de que os riscos estão sob controle. O desafio está em integrar essas visões, fortalecendo a governança e criando uma cultura em que segurança digital seja realmente parte da estratégia da empresa”.

“É comum que as ações de conscientização enfrentem certa resistência interna, não por falta de interesse, mas porque ainda há uma desconexão entre a visão técnica e a visão de negócio”, explica Daniel Cadorin, sócio-fundador da Dédalo, consultoria do Grupo OSTEC especializada em certificações ISO de Segurança e Privacidade, complementa.
Para se ter uma ideia, de acordo com a 3ª edição da BugHunt Pesquisa Nacional de Segurança da Informação, mais de 60% das empresas brasileiras adotam campanhas de conscientização e treinamento como principal medida de cibersegurança, mas o estudo também aponta que para 44% das empresas a adesão da equipe é uma barreira.
Estes dados mostram que, embora haja crescente consciência do problema, ainda existem grandes lacunas em cultura, processos e governança que sustentam a necessidade de adoção rigorosa de normas internacionais.
Por que essas normas estão no centro das atenções?
Os sócios-fundadores da Dédalo, Marcos Gomes e Daniel Cadorin, destacam a importância da conformidade com essas normas diante da crescente pressão por segurança da informação e privacidade nas empresas.
Atualmente, possuir tais certificações é essencial para a estratégia competitiva dos negócios. A consultoria, inclusive, já é certificada nas normas ISO/IEC 27001 e ISO/IEC 27701 e credenciada pela Exemplar Global para oferecer o curso de Lead Implementer da ISO 27001.

“Mais do que comprar equipamentos, softwares, instalar e configurar ferramentas, a ISO 27001 exige planejamento, análise de riscos, definição de controles, auditorias e melhoria contínua. Isso profissionaliza a operação e reduz os custos com incidentes”, pontua Marcos Gomes.
Além da proteção aos dados e da redução de riscos, a certificação traz ganhos financeiros e reputacionais. As companhias certificadas ganham ainda uma maior agilidade em processos de contratação e licitações, funcionando como um verdadeiro “selo de confiança” no mercado.
Ou seja, com a digitalização acelerada e o aumento dos ataques cibernéticos, adotar essas normas deixou de ser uma escolha e passou a ser um diferencial competitivo vital. Empresas que investem na certificação demonstram maturidade, compromisso com a proteção de seus clientes e preparo para enfrentar crises com resiliência. “Ter a ISO 27001 e a 27701 mostra ao mercado que a empresa leva a sério a segurança e a privacidade. Isso pesa em contratos, parcerias e até na avaliação por investidores”, complementa Daniel Cadorin.
A força da ISO/IEC 27701 diante da privacidade de dados e LGPD
A privacidade de dados nunca foi tão debatida como atualmente. A Pesquisa de Privacidade do Consumidor de 2024, realizada pela Cisco Consumer Privacy Survey revelou que 44% dos brasileiros declararam conhecer a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Desses, 81% acreditam que seus dados estão seguros.
Com o avanço da LGPD e de outras legislações globais de privacidade, cresce a necessidade de as organizações estruturarem práticas consistentes de governança e gestão de dados pessoais. Nesse contexto, a ISO/IEC 27701 tem sido adotada como referência para alinhar essas práticas a padrões internacionais.
A revisão mais recente da norma ampliou seu alcance, permitindo que empresas busquem certificação direta no sistema de gestão de privacidade, mesmo sem possuírem previamente a certificação ISO/IEC 27001, o que favorece a difusão da cultura de governança da privacidade em diferentes setores.
“A ISO/IEC 27701 trata especificamente da gestão da privacidade e da governança de dados pessoais, oferecendo uma estrutura reconhecida internacionalmente para demonstrar o compromisso da empresa com boas práticas e com a conformidade às legislações de proteção de dados, como a LGPD”, explica Gomes.
Como conquistar as certificações e quais os riscos de não obtê-las?
Segundo os especialistas da Dédalo, as certificações nas normas ISO/IEC 27001 e ISO/IEC 27701, exigem a implementação de um Sistema de Gestão da Segurança da Informação (SGSI) e/ou de um Sistema de Gestão da Privacidade da Informação (SGPI), ambos baseados no ciclo PDCA (Planejar, Fazer, Checar, Agir).
Essas certificações também requerem a realização de auditorias e a conformidade com controles obrigatórios que envolvem desde segurança física até governança organizacional. “É preciso envolver a alta direção, investir em treinamento, automatizar rotinas e manter o ciclo de gestão ativo ao longo do tempo”, diz Marcos.
Um dos ganhos mais visíveis das certificações é a mudança de comportamento dos usuários. De acordo com o relatório Security Awareness Training Statistics 2025, treinamentos de conscientização podem reduzir ataques de phishing em até 50%.
Esse resultado mostra como normas como a ISO/IEC 27001 e a ISO/IEC 27701, ao estruturarem programas contínuos de gestão e educação em segurança e privacidade, produzem impacto real no dia a dia das organizações.
Em contrapartida, ignorar a importância dessas normas pode deixar a empresa vulnerável a incidentes cibernéticos, multas regulatórias, perda de reputação, além de ser preterida em processos de contratação. Em termos de incidentes gerais, o “Top 50 Cybersecurity Statistics for 2025” indica que 88% das organizações sofreram um ou mais incidentes cibernéticos no último ano, e 43% enfrentam múltiplas brechas.
Ainda segundo o levantamento, o custo médio global de uma violação de dados em 2024 foi estimado em cerca de US$ 4,88 milhões. “Como visto, não adotar práticas bem estruturadas de segurança e privacidade representa um risco significativo. Podemos dizer que o custo da inação pode ser muito maior do que o investimento necessário para a certificação”, conclui Daniel.
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