Nos corredores do RD Summit 2025 ficou evidente que a IA e as vendas já não se encontram apenas no campo das promessas, mas da prática
Por Filipe Nascimento, CEO da Callface, empresa do grupo Wevy

Nos corredores do RD Summit 2025 ficou evidente que a inteligência artificial e as vendas já não se encontram apenas no campo das promessas, mas da prática.
O evento aconteceu em São Paulo, no mês de novembro, reunindo mais de 20 mil participantes e consolidando-se como o maior encontro de marketing e vendas da América Latina.
A integração entre humanos e máquinas entrou em uma nova etapa, com implicações estratégicas, operacionais e culturais que quem atua em comunicação e negócios precisa compreender com profundidade.
O evento mostrou que a IA aplicada à comunicação e às vendas deixou de ser um tema inspiracional para se tornar um eixo real de competitividade. E isso exige das empresas não apenas investimento em tecnologia, mas também uma revisão profunda de processos, métricas e mentalidade.
Globalmente, o mercado de IA em vendas movimentou cerca de US$ 24,64 bilhões em 2024 e deve atingir US$ 145,12 bilhões até 2033, crescendo mais de 22% ao ano. No Brasil, o avanço é ainda mais acelerado: de US$ 2,5 bilhões em 2024 para US$ 16,8 bilhões até o fim da década. Esses números confirmam que a IA aplicada à comunicação comercial não é mais um experimento, mas uma nova infraestrutura de negócios. E, como o RD Summit evidenciou, quem souber traduzir tecnologia em relacionamento sairá na frente.
Durante muito tempo, a IA foi vista como uma ferramenta auxiliar. Agora, ela passa a fazer parte do núcleo operacional da comunicação de vendas. Agentes autônomos e copilotos comerciais, antes restritos a laboratórios, já são realidade em diversas empresas.
Um estudo da McKinsey & Company mostra que 88% das organizações utilizam IA em alguma função, mas apenas 23% conseguiram escalar agentes inteligentes de forma consistente. Isso demonstra que a questão não está mais em adotar a tecnologia, e sim em integrá-la aos fluxos de trabalho, de modo que o vendedor humano atue lado a lado com a IA, usando-a como copiloto estratégico.
Essa transformação também muda o modo de comunicar. A IA não veio para fazer com que as empresas falem mais, mas para que falem melhor. O RD Summit reforçou a importância da personalização em escala, ajustar tom, timing e conteúdo com base em dados comportamentais e contextuais do comprador.
Globalmente, o mercado de IA voltado a vendas e marketing deve crescer de US$ 57,99 bilhões em 2025 para US$ 240,58 bilhões em 2030, a uma taxa de quase 33% ao ano. Esse salto se explica pelo movimento das equipes comerciais rumo a conversas mais relevantes, onde a IA ajuda a identificar emoções, interpretar sinais e orientar o vendedor sobre quando e como agir. Trata-se da união ideal entre dados e decisão humana.
Mais do que tecnologia, a verdadeira vantagem competitiva está na cultura. As empresas que geram valor com IA têm em comum uma base sólida de governança, curadoria e aprendizado contínuo. Não basta operar ferramentas, é preciso pensar junto a IA.
O vendedor do futuro não será aquele que domina scripts, mas quem entende como interpretar contextos, equilibrar automação e empatia, e manter a curiosidade como motor da relação com o cliente. No evento, esse equilíbrio apareceu com força: a IA cuida da triagem e da recomendação; o humano, da confiança e da construção de relacionamento.
O valor da comunicação inteligente, daqui para frente, será medido em impacto, não em funcionalidades. Métricas como tempo até o primeiro contato, taxa de resposta e conversão de reuniões originadas por insights automatizados tornam-se indicadores estratégicos.
Segundo a Grand View Research, quase um quarto do mercado global de IA em vendas já se concentra em comunicação e engajamento com clientes, um sinal de que a voz das empresas está se tornando cada vez mais digital, sem perder a necessidade de ser humana.
Diante desse cenário, a preparação deixou de ser opção e se tornou urgência. Com 88% das empresas já utilizando IA de alguma forma, continuar em modo experimental é arriscado. Integrar a IA ao dia a dia das operações, escutar e agir com base em dados são passos indispensáveis. Profissionais que utilizam a IA para personalizar abordagens e antecipar objeções ganham produtividade e relevância. Ao mesmo tempo, é fundamental cultivar uma cultura humana + IA, baseada em liderança, ética e sensibilidade. Tecnologia sem cultura é apenas um experimento; cultura sem tecnologia é atraso.
O RD Summit 2025 mostrou que o futuro da comunicação entre IA e vendas não é sobre substituição, mas sobre ampliação. O vendedor continua no centro da jornada, apenas equipado de forma diferente. A IA não fala nem decide sozinha, ela amplia o que o vendedor fala e sugere o que ele decide. Por isso, o convite para quem lidera times comerciais é claro: encare a IA como parceira de comunicação, e não como ferramenta de automação.
O primeiro passo é identificar os pontos de contato repetitivos, adotar automações que gerem insights reais e preparar a equipe para usar os dados como aliados, não substitutos. O futuro não é sobre máquinas ou humanos, mas sobre o que acontece quando ambos aprendem a falar a mesma língua.
Filipe Nascimento é CEO da Callface, empresa do grupo Wevy especializada em soluções de comunicação e IA voltadas à produtividade e relacionamento.
Sobre a Callface
Criada em 2016, a Callface é especialista em soluções de comunicação por voz. Pertencente ao grupo Wevy, é referência em inovação e transformação digital na América Latina. Em 2025, lançou a Callface AI, uma solução que transforma ligações em inteligência comercial.
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