Durante o Q4 de 2025, a Resecurity, provedora de inteligência de ameaças e cibersegurança sediada em Los Angeles, observou um aumento notável de pessoas maliciosas utilizando o DIG AI, e que está aumentando consideravelmente durante as festas de fim de ano, quando a atividade ilegal mundial atinge um novo recorde.
Com eventos importantes agendados para 2026, incluindo as Olimpíadas de Inverno em Milão e a Copa do Mundo da FIFA, a IA criminosa pode representar novas ameaças e desafios de segurança, permitindo que agentes mal-intencionados escalem suas operações e burlem políticas de proteção de conteúdo na internet.
O DIG AI permite que pessoas maliciosas aproveitem o poder da IA para gerar orientações que variam desde a fabricação de dispositivos explosivos até a criação de conteúdo ilegal, incluindo CSAM – Child Sexual Abuse Material – Material de Abuso Sexual Infantil.
O DIG AI fica hospedado na rede TOR, por isso tais ferramentas não são facilmente descobertas ou acessíveis pelas autoridades policiais. Elas criam um mercado clandestino significativo — que vai desde a pirataria e derivados até outras atividades ilícitas.
Iniciativas de Segurança vs. Uso Malicioso
Apesar disso, existem iniciativas importantes, como a AI for Good – IA para o Bem, estabelecida em 2017 pela União Internacional de Telecomunicações (UIT) e pela agência da ONU para tecnologias digitais, que promovem o uso responsável de novas tecnologias. No entanto, os criminosos focarão no oposto — transformando a IA em arma e fazendo mau uso dela.
A Resecurity confirmou que o DIG AI pode facilitar a produção de conteúdo CSAM. A ferramenta pode permitir a criação de imagens ou vídeos hiper-realistas e explícitos de crianças — seja gerando conteúdo inteiramente sintético ou manipulando imagens benignas de menores reais.
Esse problema apresentará um novo desafio para os legisladores no combate à produção e distribuição desse material. Investigadores colaboraram com autoridades policiais (LEA – Law Enforcement Authorities) para coletar e preservar evidências de criminosos produzindo conteúdo CSAM altamente realista usando o DIG AI — às vezes rotulado como “sintético”, mas, na verdade, interpretado como ilegal.
Em 2024, um psiquiatra infantil dos EUA foi condenado por produzir e distribuir CSAM gerado por IA através da alteração digital de imagens de menores reais. As imagens eram tão realistas que atingiram o limite federal dos EUA para a classificação de CSAM.
Em 2025, órgãos de segurança e organizações de segurança infantil relatam um aumento acentuado no CSAM gerado por IA, com infratores incluindo adultos e menores – por ex: colegas de classe criando nudes deepfake para bullying ou extorsão.
A UE- União Europeia, o Reino Unido e a Austrália promulgaram leis criminalizando especificamente o CSAM por IA, independentemente de crianças reais serem retratadas ou não. Em 2025, a Resecurity coletou inúmeros indicadores de que a IA já está sendo usada ativamente por criminosos, e espera-se que novos tipos de crimes de alta tecnologia alavancados por IA surjam em 2026.
A Resecurity acredita que a comunidade da Internet enfrentará desafios de segurança sombrios viabilizados pela IA em 2026, quando, além das pessoas, a IA criminosa usada em arma (weaponized) transformará ameaças tradicionais e criará novos riscos visando a nossa sociedade em um ritmo nunca visto.
Os profissionais de cibersegurança e de prevenção as leis devem se preocupar com o surgimento de precursores tão perigosos e estar preparados para continuar a luta contra a ‘máquina’ — no quinto domínio da guerra: o cibernético.
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