Os próximos 10 anos prometem enormes avanços e mudanças na tecnologia e no mundo conectado. Pelo menos essa é a expectativa das novas gerações de consumidores ouvidas pelo estudo Connected Living 2025, realizado pela Gemalto, especializada em segurança digital. Foram 1,2 mil jovens do Brasil, China, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos entrevistados e uma certeza: eles esperam, daqui 10 anos, poder se conectar à pleno a qualquer momento, de qualquer lugar e com acesso a sistemas de segurança simplificados.
“Foi muito interessante perceber que, independentemente da realidade dos países e das suas particularidades tecnológicas, essa é uma certeza comum”, aponta o diretor de marketing da América Latina da Gemalto, Ernesto Haikewitsch.
Jornal do Comércio – Qual é a maior preocupação dos jovens em relação à evolução da tecnologia?
Ernesto Haikewitsch – O primeiro ponto de expectativa dos jovens é a qualidade da internet. Eles esperam que, em 2025, o acesso em alta velocidade seja uma realidade, e não mais uma preocupação. Pela pesquisa, 61% dos entrevistados esperam sempre fazer downloads via Wi-Fi sem problemas onde quer que estejam; e 87%, que a internet 5G de alta velocidade torne o acesso a conteúdo on-line uma experiência completa. Ninguém mais tem paciência para esperar pelas coisas, especialmente as novas gerações. As pessoas querem ter acesso aos dados de forma imediata. É isso que direciona a vida conectada.
JC – Essa realidade é similar entre os entrevistados brasileiros?
Haikewitsch – Uma questão interessante é que os entrevistados brasileiros são os que mais se preocupam – 97% esperam que as conexões 5G ou as tecnologias vigentes permitam o acesso a todos os conteúdos on-line sem problemas. Isso é resultado dos problemas de infraestrutura que enfrentamos hoje; e que não se repetem com tanta intensidade em países como Estados Unidos e os europeus e asiáticos.
JC – Qual o maior desafio das empresas para conseguirem atender às expectativas das novas gerações de consumidores?
Haikewitsch – O grande desafio é garantir essa conectividade esperada pelos consumidores, mas com segurança. E nesse aspecto é interessante observar que isso deve ser oferecido de forma absolutamente conveniente, que a segurança esteja garantida de forma a não impactar o usuário final, sem que ele precisar gravar milhões de senhas e códigos.
JC – A biometria é a resposta ideal para oferecer esse acesso seguro e simplificado aos dispositivos móveis?
Haikewitsch – Os jovens apostam na biometria para garantir a segurança de acesso no futuro. Até 2025, 67% esperam poder desbloquear seus telefones com a impressão digital, 43% esperam digitalizar as suas retinas, e 33% acham que os seus smartphones poderão identificar seus respectivos DNAs. Até pouco tempo, a biometria parecia algo intangível. Mas hoje já é realidade, por exemplo, se pensarmos que já podemos sacar dinheiro no caixa eletrônico sem usar o cartão. Isso deve acontecer também no ambiente de trabalho, onde a biometria permitirá acesso à estação de trabalho por meio da impressão digital. O uso dessa tecnologia deve se massificar nos próximos anos.