Documento é como se fosse a carteira de identidade da pessoa ou da empresa na internet; veja como fazer
Por Paula Resende, G1 GO
Cerca de 4% dos goianos possuem certificado digital, segundo dados do Instituto Nacional de Tecnologia da Informações colhidos até 2015. Ainda pouco adotado, mas cada vez mais buscado, o documento é como se fosse a carteira de identidade da pessoa ou da empresa na internet. Assim, ele proporciona segurança e agiliza transações por dispensar a presença do interessado no local e ter validade jurídica.
O valor do certificado varia entre R$ 200 e R$ 500. Ele é estabelecido conforme a natureza, ou seja, se é para pessoa física ou jurídica, e o período de validade, de 1 ou 3 anos.
CEO da Soluti, empresa goiana especializada em segurança e certificação digital, Michel Medeiros explica que a busca pelo serviço é cada vez maior tanto que a companhia possui mais de 2 mil franquias espalhadas pelo país. Ele destaca que o certificado digital torna as transações virtuais seguras.
“Ele veio para tirar o medo das pessoas. Como é criptografado, somente a pessoa do outro lado vai acessar as informações. Ele cria um túnel de comunicação entre a pessoa e o site que está acessado. É mil vezes mais seguro que acessar com usuário e senha”, explica Medeiros.
Como fazer
Para ter um certificado digital, é necessário escolher uma das empresas autorizadas para o registro, acessar o site dela, solicitar a emissão do documento e agendar o horário de comparecimento à unidade.
No local, serão validados os dados preenchidos no momento do pedido do certificado. Por isso, é preciso levar os documentos originais. O solicitante também passará pelo processo de cadastramento biométrico, com a coleta das digitais e de uma foto.
Medeiros afirma que o certificado traz inúmeras vantagens para profissionais de todas as áreas e até mesmo para o consumidor de produtos pela internet. Atualmente, ele acredita que os empresários são os mais beneficiados.
“Eles começam a fazer todas as obrigatoriedades do governo de forma eletrônica. A principal delas é a nota fiscal eletrônica. Ele tira o bloco de notas da gaveta do comerciante”, afirma o CEO da Soluti.
Da cidade ao campo
A modernidade digital também está chegando ao campo. Gerente sindical da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Vitor Hugo Evangelista explica que a entidade começou em outubro do ano passado um projeto para informar agricultores e pecuaristas sobre a ferramenta.
Desde então, 180 certificados foram expedidos. A quantia é pequena diante de um total de 70 produtores cadastrados na Faeg.
“Este ano já tivemos um aumento de mais de 50% do número de emissões por mês em relação ao ano passado. O aumento é expressivo, mas ainda está longe da nossa meta, que é expedir 400 por mês”, disse Evangelista.
Para o gerente sindical, o certificado ajuda, principalmente, na contratação e demissão de colaboradores, na assinatura de contratos em geral e na compra e venda de produtos.
“O certificado veio somar muito no dia a dia do produtor, que cada vez tem menos tempo para realizar as atividades”, opina Evangelista.
Medeiros pondera que “falta conscientização digital dos benefícios”.
“Criamos a Associação Nacional de Certificação Digital e nossa missão é fazer a evangelização do uso do certificado digital. Quando as pessoas entenderem um pouco mais sobre a certificação, acho que vamos superar uma burocracia que vai gerar eficiência”, crê Medeiros.
Diretor comercial da Soluti, Julio Cesar Mendes acrescenta que também é necessário aumentar o número de processos que utilizam o certificado digital.
“Hoje as aplicações estão concentradas na esfera governamental e, para difundir, o ideal é que as empresas privadas também utilizem o certificado digital, como em planos de TV por assinatura”, conclui.
Fonte: G1
(Foto: Paula Resende/ G1)