A deep web é pauta em diversas matérias, fóruns e postagens na internet desde a sua criação, porém ganhou maior visibilidade nos últimos anos e consequentemente novos acessos. Por permitir que seus usuários trafeguem sem serem rastreados é possível encontrar todo tipo de conteúdo em sua extensão, e por esse motivo tornou-se uma ferramenta bastante usada por criminosos.
Desde a venda de drogas, passando por pornografia até serviços como assassinato encomendado podem ser encontrados no lado obscuro da rede, e apesar dos diversos riscos que oferece, as agências de segurança do mundo começaram a usar o que antes era uma ferramenta para criminosos como uma arma de defesa.
Empresas como o FBI e a GCHQ já observam o lado profundo da internet à procura de traficantes e vendedores de armas há um tempo, a novidade é que agora as empresas especializadas em segurança da informação foram convidadas a participar dessa busca e auxiliar o governo contra organizações criminosas voltadas principalmente a pornografia infantil.
Ações
Apesar de garantir anonimato, o outro lado da internet age com uma cautela próxima a paranoia. Como na vida real, os criminosos optam por não se identificar e os contatos feitos na área são restritos, já que existem policiais a paisana navegando na rede.
É possível encontrar diversas referências a ações policiais na deep web, além de dicas de como manter-se anônimo e “limpar sua casa”, nome dado a ação que destrói um link com informações ilegais sem deixar nenhum vestígio.
Sites relacionados a pornografia infantil e escravidão são hospedados de forma mais profunda e o acesso a eles é feita a partir de contatos relacionados. O trabalho de agências como o FBI então, é encontrar usuários na parte mais rasa da deep web que saibam quem são os “peixes grandes” para que a polícia possa se infiltrar.
Muitos links divulgados no lado profundo da internet já estão mortos ou corrompidos, por isso a polícia têm maior dificuldade para realizar seu trabalho, por isso empresas especializadas começaram a auxiliar os profissionais de segurança pública.
As empresas parceiras mais conhecidas – e que são autorizadas a falar sobre o assunto – são a BrightPlanet e Hold Segurança. Elas foram criadas para monitorar a deep web, recolher dados e acessar todas as camadas do outro lado da internet.
A BrightPlanet, por exemplo, monitora a web em nome de agências de aplicação da lei, em busca de atividades ilegais específicas para a criação de relatórios de inteligência personalizados e monitorar indivíduos “criminalmente previstos” e sua atividade online.
Para realizar esse trabalho estas empresas utilizam várias ferramentas que automatizam a coleta e análise de atividade criminosa sendo discutidas online. Eles podem digitalizar contas nas redes sociais com ameaças aos locais ou indivíduos específicos, assim como procurar palavras-chave e acessos – essenciais como executor legal no mundo do terrorismo e do extremismo subterrâneo.
Outros usuários
Tanto o usuário comum, como as empresas de tecnologia e governo podem acessar o lado profundo da internet de diversas maneiras, porém a mais comum delas é a rede Tor, um navegador que permite aos usuários acessem links da deep web de forma anônima sem que seu histórico seja rastreado.
Outra maneira de acessar o outro lado da rede é através do I2P, que funciona como uma rede dentro de outra rede, e permite que os usuários protejam sua comunicação do rastreamento de terceiros. Essa opção é muito usada para a venda de produtos ilegais, mas também por profissionais de risco, jornalistas, ativistas e por todos que querem manter total privacidade.
Apesar de não ser seguro, muitos usuários comuns tem curiosidade de acessar essa rede ou necessitam acessar por questões profissionais de privacidade se você faz parte desse grupo e pretende se arriscar nessas áreas, procure um profissional de segurança da informação para lhe auxiliar, prepare seu computador e cuidado com seus contatos.