Preocupadas com a segurança de suas informações, as corporações passaram a adotar políticas de segurança bem mais restritas
Os empresários estão mudando suas políticas e jeito de trabalhar no dia a dia e investem pesado em relação às questões relacionadas à ética e compliance. A observação é do presidente da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD), Julio Cosentino.
Segundo ele, além da preocupação em relação a hackers e cibercriminosos, os chamados vilões externos, há infelizmente riscos internos e que devem ser combatidos e evitados.
“Entre os instrumentos para barrar esses ataques nos dois sentidos está o certificado digital ICP-Brasil. A certificação digital é uma excelente ferramenta, pois alia a criptografia e algoritmos à biometria e desta forma se permite uma atuação com probabilidade de fraude quase nula”, comenta Cosentino.
Segundo pesquisa conjunta da Attachmate Corporations e do Ponemon Institute, as empresas enfrentam, em média, uma tentativa de fraude por semana. Cada vez mais, notícias sobre ataques mundiais de hackers surgem no cenário.
“Além disso, há os atos relacionados a práticas danosas dentro das empresas, que muitas vezes nem são divulgados. Por isso, adotar o uso de certificado digital nas operações internas, com modelos que dispensam quase por completo o uso de papel, tornam as operações mais seguras, além de proporcionarem grande economia às corporações”.
Segundo Cosentino, um passo importante também é relacionar-se com parceiros que tenham e utilizem certificado digital.
“Essa é uma providência fundamental. Um ambiente protegido pela certificação digital pode trazer maior tranquilidade ao ambiente de negócios”. É importante saber, disse o presidente da ANCD, que os atos ilícitos praticados por funcionários comprometem, em média, 7% da receita bruta das empresas, segundo informação da Association of Certified Fraud Examiners (ACFE), organização americana de combate à fraude.
“Informações como esta, por si, já justificam a adoção da certificação digital nas empresas, uma providência essencial e estratégica para reduzir riscos de fraudes e prejuízos potenciais”. Segundo Cosentino, muitas tarefas, como o simples envio de um email ou uma complicada autorização financeira, podem ser feitas com o uso do certificado digital. “Desta forma, se permite identificar facilmente o responsável por uma operação a qualquer momento, como se a pessoa, ao usar a certificação digital, deixasse suas impressões digitais no processo”.
Além dos ataques de hackers, que podem produzir enormes prejuízos, os especialistas dizem que as fraudes empresariais se dão por diferentes formas, como corrupção, desvios, espionagem industrial, envio de arquivos sensíveis, manipulação de dados contábeis e financeiros, por exemplo. “Muitas companhias só darão conta das perdas depois de se tornarem vítimas, muitas vezes sem possibilidade de recuperação dos ativos. Hoje, então, com a facilidade de transações por meio da internet, dos serviços online, esses riscos se tornaram potencialmente ainda maiores”.
Por tudo isso, alerta o presidente da ANCD, as empresas fazem pesados investimentos nessa área para resguardar informações, seus ativos e suas estratégias do negócio. “A essência de uma companhia são as informações que ela acumula. É o banco de dados de clientes, cadastros, planos estratégicos, programas de metas, projetos, produtos a serem lançados, composição do perfil do pessoal contratado, políticas de atuação, formação de estoques. Sem contar os dados financeiros e as relações com bancos. Por tudo isso, não se pode perder tempo em adotar práticas que evitem por em risco esse patrimônio”.