Aumento de 650% foi verificado entre abril e julho de 2020 – logo após a regulamentação da prática –, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Veja qual é o perfil dos profissionais da saúde que utiliza o documento eletrônico
Com a regulamentação da Telemedicina – publicada em março deste ano pelo Ministério da Saúde e válida enquanto durar a pandemia no país –, a procura por certificado digital pelos profissionais da área de saúde cresceu de forma significativa.
Segundo o levantamento, a emissão do documento eletrônico na Serasa Experian ligado ao setor aumentou 650% entre abril e julho deste ano, representando um resultado oito vezes superior em relação ao mesmo período do ano passado.
“Com a adoção da telemedicina, mesmo que temporária, já identificamos esse movimento de transformação digital dos profissionais da saúde, que passaram a aderir a essa prática tanto para facilitar o atendimento quanto para beneficiar boa parte da população que está evitando sair de casa.”
“No caso de uma consulta virtual, o certificado digital permite ao médico emitir receitas e atestados no ambiente eletrônico de forma prática, rápida, segura e com validade jurídica. Importante mencionar que o documento eletrônico já é uma tecnologia utilizada no Prontuário Eletrônico do Paciente, por exemplo, porque ajuda a otimizar, traz mais segurança e evita fraudes nos processos de hospitais e clínicas”, afirma o diretor de Identidade Digital da Serasa Experian, Mauricio Balassiano.
Logo no início do período de isolamento social, o psiquiatra Lucas Braziliano, de 34 anos, passou a fazer seus atendimentos de forma virtual. “Meus pacientes precisavam continuar suas consultas e mesmo que o atendimento fosse por videochamada, quando era necessário prescrever uma receita controlada ou atestado, precisávamos contar com serviços de entrega para fazer o envio.”
Resolvi fazer a emissão do certificado digital e me surpreendi com a agilidade, praticidade e segurança que a tecnologia proporciona. A prescrição de receita e atestados por meio do documento eletrônico facilitou muito todo o processo, permitindo manter o tratamento dos meus pacientes sem que ninguém precisasse sair de casa”, diz o médico.
Profissionais da saúde com mais de 60 anos lideram o uso de certificado digital
Dentro de uma amostra de profissionais da saúde que possuem o certificado digital da Serasa Experian, os especialistas da companhia traçaram um perfil. Os profissionais do setor mais idosos – com mais de 60 anos – lideram o uso da tecnologia com 27,4%.
“São profissionais mais maduros e experientes e, ao contrário do que muitos pensam, estão mais antenados às tecnologias que podem beneficiar e trazer maior credibilidade à sua atuação no mercado”, ressalta Balassiano. Em segundo e terceiro lugares estão os profissionais entre 41 e 50 anos (25,7%) e 51 a 60 anos (22,1%). Veja detalhes no gráfico abaixo:
Dentre os profissionais de saúde que adotaram o documento eletrônico da Serasa Experian, os homens são a maioria, com 57,6%. Já as mulheres representam os outros 42,4%. No que diz respeito ao cadastro nos Conselhos competentes, 37,0% contam com registro no CFM (Conselho Federal de Medicina), 31,67% no CRM (Conselho Regional de Medicina), 14,12% no CFO (Conselho Federal de Odontologia) e 6,14% no CFP (Conselho Federal de Psicologia).
“O Brasil conta com milhares de CNPJs ativos no setor de saúde, sendo a maioria representada por microempresas. Tendo em vista as transformações digitais que a sociedade tem presenciado, é fundamental que esses profissionais acompanhem os processos já estabelecidos e se preparem para os que ainda virão em termos de atendimento remoto. É possível se antecipar ao uso de ferramentas adequadas, como o certificado digital, para contar com suas vantagens e agir com mais agilidade e segurança de acordo com as regulamentações”, conclui Balassiano.
Metodologia na saúde
O estudo considerou o volume de emissão de certificado digital da Serasa Experian apenas para profissionais da saúde no período de abril a julho de 2020, na comparação com o mesmo intervalo do ano anterior.
Considerando uma amostra de cerca de 130 mil CPFs de profissionais da saúde que possuem o documento eletrônico da Serasa Experian ativo, foi traçado o perfil para entender a representatividade por sexo e idade, por exemplo.
Telemedicina
De acordo com a Portaria nº 467 as atividades de Telemedicina “podem contemplar o atendimento pré-clínico, de suporte assistencial, de consulta, monitoramento e diagnóstico, por meio de tecnologia da informação e comunicação, no âmbito do SUS, bem como na saúde suplementar e privada”, além de ter vigência prevista somente para o período de pandemia.
Porém o Conselho Federal de Medicina (CFM) já havia definido classificações de procedimentos como teleconsulta e teletriagem médica, além de limitações para a prática de Telemedicina.
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