:: Luís Osvaldo Grossmann
:: Convergência Digital :: 14/08/2013
A alta administração será apresentada nesta quarta-feira, 14/8, a um novo sistema de proteção de comunicações intragovernamentais – na prática um token com algoritmo de criptografia para garantir a inviolabilidade das trocas de informações. A ferramenta funciona, por exemplo, para o envio de e-mails entre os ministros de Estado.
“Vamos demonstrar esse sistema de criptografia ao Comitê Gestor e os órgãos interessados já podem pedir. É um algoritmo desenvolvido totalmente no Brasil, pela Abin, assim como o próprio token”, explicou o diretor do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações da Presidência da República, Raphael Mandarino.
Haverá, assim, uma demonstração do token durante a reunião do Comitê Gestor da Segurança da Informação, formado pelos ministérios da Justiça, Defesa, Relações Exteriores, Fazenda, Previdência Social, Saúde, Desenvolvimento, Minas e Energia, Planejamento, Comunicações, Ciência e Tecnologia, CGU e AGU, além das pastas diretamente ligadas à Presidência como a Casa Civil, o Gabinete de Segurança Institucional e a Secretaria de Comunicação.
Mandarino, que participou nesta quarta-feira de audiência pública na Câmara sobre as denúncias de espionagem dos EUA, defendeu o uso da criptografia como uma das principais ferramentas de defesa do governo – embora tenha ressaltado que a nova ferramenta de criptografia já estava prevista na regulamentação da Lei de Acesso da Informação, por conta das informações ‘classificadas’.
“Os equipamentos são frágeis, tem backdoor até pela lei, americana ou do país onde são fabricados. Só que essas leis não ficam em território nacional, mas viajam o mundo. Para proteger informações precisamos de criptografia, e com algoritmo de Estado. No caso, dois algoritmos feitos em parceria com o Cepesc da Abin que já têm 12 ou 13 anos de uso, plenamente seguros, nunca quebrados.”
O diretor do Cepesc, ou seja, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para Segurança das Comunicações da Abin, Otávio Cunha da Silva, explicou que “a tendência é que levemos a todos os órgãos da administração pública a garantia da segurança da informação”. Segundo ele, os desenvolvimentos são nacionais, sem nenhum tipo de colaboração com órgãos internacionais. “São algoritmos desenvolvidos por brasileiros para defender as comunicações brasileiras.”
Para o diretor do Cepesc, “nesse problema que está em pauta na mídia mundial, o domínio da tecnologia é a grande solução. É difícil, complicado, oneroso, mas temos que ter isso em foco. E a criptografia é fundamental. Não é possível imaginarmos que essas coisas não acontecerão nem agora ou no futuro. O que nos cabe é criptografar nossas informações e proteger nossas redes.
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