Saiba o que vai mudar na vida dos brasileiros com a expansão do open banking e quais benefícios o sistema financeiro aberto pode trazer para você
Imagine uma loja virtual onde você pode escolher os produtos financeiros que melhor atendem às suas necessidades e, se desejar, contratar um cartão de crédito em uma instituição, um empréstimo em outra e uma conta corrente em uma terceira.
Tudo isso sem precisar fornecer um monte de informação para cada uma dessas instituições.
Esse é o conceito básico, para o consumidor, do sistema de open banking (banco aberto) ou open finance (sistema financeiro aberto) que está sendo implantado no Brasil pelo Banco Central em conjunto com os bancos e demais instituições que integram o sistema financeiro do país.
A novidade chega para revolucionar o jeito de contratar produtos e serviços financeiros no Brasil e foi inspirada em um modelo que começa a ser adotado em vários países ao redor do mundo.
A principal referência internacional no tema é o Reino Unido, que saiu na frente e implantou o open banking em 2018, mas o sistema também está presente na União Europeia, Austrália, Canadá, Cingapura, Estados Unidos, Hong Kong, Japão, Índia, México e Nova Zelândia, entre outros países.
O que é o open banking
O open banking permite que os clientes das instituições financeiras, de pagamentos e outras autorizadas a funcionar no Brasil pelo Banco Central autorizem o compartilhamento de seus dados com outras instituições das quais desejam contratar produtos de crédito, investimentos ou apenas centralizar, em um só aplicativo, as diversas movimentações financeiras que possuem em diferentes bancos.
Tudo de forma segura, dentro do internet banking ou do aplicativo de seu banco no seu celular. O sistema tem o potencial de facilitar a vida de clientes individuais e empresas com mais acesso a produtos financeiros de menor custo e maior conveniência.
Para que o cliente conte com essa conveniência, terá que autorizar o compartilhamento de suas informações com a outra instituição, e a decisão para o compartilhamento é sempre do próprio cliente.
O open banking foi criado pelo Banco Central exatamente com essa finalidade: “aumentar a eficiência e a competição no sistema financeiro nacional e abrir espaço para a atuação de novas empresas no setor”, segundo definição da própria instituição.
Na prática, ele vai facilitar a circulação de informações no sistema financeiro, permitindo que pessoas e empresas:
– Conheçam melhor os produtos e serviços financeiros.
– Comparem preços de tarifas e taxas para a contração de crédito.
– Tenham um histórico de relacionamento com diferentes instituições financeiras.
– Compartilhem seu histórico de relacionamento e outros dados com as instituições com as quais querem trabalhar.
– Sejam beneficiados com melhores taxas e tarifas.
– Tenham mais acesso a crédito e outros produtos e serviços financeiros.
A plataforma também abre um mundo de oportunidades para os bancos, fintechs e outras instituições inovarem na abordagem dos clientes e desenvolverem serviços sob medida para atendê-los.
O open banking faz parte do movimento de modernização do sistema financeiro iniciado há alguns anos no país e que levou ao lançamento do PIX em 2020.
Como o open banking funciona
O open banking não é um site nem um aplicativo. É uma padronização de tecnologias que facilitará o compartilhamento das informações dos clientes entre instituições.
Isso é feito por um meio muito seguro, que são as APIs (Application Programming Interfaces, ou seja, interfaces de programação de aplicações) e nos canais das próprias instituições.
A API de open banking é como uma ponte que liga um ponto a outro. Ela possibilita que o cliente, que tem conta no banco A e quer compartilhar seus dados com o banco B para comprar um serviço qualquer, faça isso de um jeito muito fácil.
Quais são os benefícios do open banking
Mais saúde financeira
Com o open banking você pode comparar serviços e escolher o que melhor serve para você, sem gastar muito tempo fazendo pesquisas ou comparando produtos que têm características diferentes em diversas instituições. Isso facilita manter as finanças em dia, buscando os serviços financeiros que tragam mais benefícios para você ajudem no seu dia a dia.
Tarifas e prazos mais visíveis
Você poderá pesquisar e comparar taxas e prazos das linhas de crédito e escolher aquele que traga mais benefícios para você. Exemplo: você tem conta corrente no banco X, mas gostou da oferta de crédito do banco Y, com o open banking você pode contratar o serviço de crédito do banco Y sem necessariamente ter uma conta corrente nele.
Foco na solução dos seus problemas
Com a universalização de acesso aos dados bancários, a competitividade aumenta entre as instituições à medida em que você, cidadão, tem maior autonomia de escolha. Para conquistar a sua preferência, elas terão que se destacar criando soluções para os seus problemas. E, por consequência, você poderá obter tarifas mais baixas e condições mais vantajosas.
Aplicativos de orientação e planejamento financeiro
A expectativa é que, no processo de desenvolvimento do open banking, surjam aplicativos que unifiquem diferentes serviços financeiros em uma única ferramenta, facilitando a sua vida.
Se você investe na corretora X, tem uma conta corrente em um banco Y, e ainda contratou crédito na instituição Z, você pode, com alguns cliques, monitorar e suas fazer movimentações em um único lugar. Isso apenas vale para as instituições que participam do Open Banking.
Facilidades para fazer pagamentos
Já pensou poder fazer pagamentos usando o WhatsApp, por exemplo? O sistema do open banking possibilita a criação de outras formas de pagamentos que usem a tecnologia e sejam seguros.
Segurança e controle na sua mão
Você escolhe como, quando e com qual instituição quer compartilhar os seus dados cadastrais, sendo que esse compartilhamento só poderá ser concluído com o seu consentimento.
Esse serviço deve ser gratuito, ou seja, você poderá conceder seus dados e as instituições não podem cobrar pela troca que farão entre si nem de você.
As instituições participantes devem obedecer às regras estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central. Essas regras abrangem as responsabilidades pelo compartilhamento e as características obrigatórias desse processo, que inclui as etapas de consentimento (autorização de compartilhamento), autenticação (verificação de identidade) e confirmação.
Adicionalmente, as instituições participantes, por meio da estrutura responsável pela governança do Open Banking, devem adotar padrões tecnológicos, procedimentos operacionais e outros aspectos necessários à implementação do sistema financeiro aberto.
Quais dados serão compartilhados e com quem?
É você quem vai decidir. A sua instituição só pode compartilhar seus dados cadastrais e das operações que você já realizou com ela quando você solicitar. Esse pedido será feito em três etapas:
– Consentimento – Você pede ou dá um ok para o compartilhamento.
– Autenticação – Faz o login no aplicativo ou internet banking.
– Confirmação – Autoriza formalmente o compartilhamento.
A autorização é para finalidades e prazos específicos. Você pode, por exemplo, pedir para seu banco compartilhar seus dados por um mês com uma finctech da qual você quer contratar um empréstimo.
Novidades do Open Banking em 2021
A implementação do open banking acontece em quatro fases e se estenderá ao longo de 2021. Na primeira etapa, implantada em fevereiro, foram contemplada informações sobre os canais de atendimento das instituições financeiras, produtos e serviços mais relevantes, como contas de depósito à vista e operações de crédito.
A seguir, você conhece os serviços contemplados nas próximas etapas e as datas de implementação, de acordo com o Banco Central.
15/7: Cadastro rápido e mais serviços
Preencher formulários e fazer cadastros são tarefas extintas para quem utiliza o Open Banking.
Isso porque a partir de 15 de julho, os consumidores podem solicitar produtos ou serviços financeiros a instituições das quais não são clientes, usando apenas um de seus dados cadastrais (nome, número de documento ou endereço, por exemplo).
Com essa informação, as instituições que participam do Open Banking podem acessar a sua ficha cadastral, desde que você as autorizem. Você também poderá compartilhar informações sobre suas transações de conta corrente, poupança, cartões e operações de crédito.
30/8: Comparar preços de produtos e serviços financeiros
A partir desta data, se desejar, você pode receber, comparar e contratar propostas de crédito de diferentes instituições, não apenas daquela em que você tem conta.
Ampliam-se, assim, as oportunidades para escolher as propostas mais vantajosas e adequadas ao seu perfil.
Todos os serviços básicos das instituições cadastradas no sistema de open banking estarão disponíveis, na próxima etapa, para que você tenha mais liberdade para escolher o que pretende contratar.
15/12: Compartilhar dados de operações bancárias
Na fase final de implementação do Open Banking, você poderá compartilhar informações também sobre suas operações de câmbio, investimentos, seguros, previdência com outras instituições e receber propostas, ampliando leque de escolhas.
Vale lembrar que também o compartilhamento desses dados só acontece com a sua autorização prévia e específica.
Quais instituições participam do open banking
São obrigados a participar do open banking todos os grandes bancos que atuam no país (múltiplos, comerciais, de investimento, câmbio e caixas econômicas) dos chamados segmentos S1 e S2.
Além deles, participam instituições com contas de depósito à vista, poupança e de pagamentos e correspondentes de crédito eletrônico. Para as demais instituições autorizadas pelo Banco Central, a participação é voluntária.
Fonte: Meu Bolso em Dia
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