Apesar do crescimento elevado, o mercado de ACs ainda é restrito e altamente regulado, o que dificulta novos entrantes
Em 2021, quando completou duas décadas de atividades, a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil ultrapassou a marca de sete milhões de certificados emitidos ao ano, de acordo com o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, e a expectativa do órgão é de um novo recorde para este ano, com mais de oito milhões de emissões.
Acompanhando essa tendência, houve também um aumento no número de Autoridades Certificadoras – ACs, responsáveis pelas emissões dos certificados digitais.
Nos últimos cinco anos, houve um aumento de 67% no credenciamento de ACs de nível 1. Já o credenciamento de ACs de nível 2 teve em 2021 um salto de 160% em comparação ao ano anterior.
Apesar do crescimento elevado, o mercado de ACs ainda é restrito e altamente regulado, o que dificulta novos entrantes.
Ao mesmo tempo, existe uma demanda por parte de instituições públicas, privadas e do Judiciário que, para reduzir custos com o grande volume de certificados digitais em operações internas, buscam criar suas próprias ACs.
“O certificado digital ICP-Brasil surgiu em 2002, entretanto só começou a se popularizar quase 15 anos depois, graças a uma modernização e melhor usabilidade que hoje permitem uma experiência mais fluida e integrada para o usuário. Então, ainda há um grande movimento em direção à digitalização, com muitas possibilidades a serem exploradas“, explica Dr. Roberto Gallo, CEO da Kryptus, multinacional brasileira especializada em criptografia e segurança cibernética, que há mais de dez anos atua em parceria com a ICP-Brasil e fornece produtos e soluções para a criação e operação de infraestruturas de chaves públicas.
Responsáveis por emitir os Carimbos de Tempo, validando juridicamente a existência em data e hora exatas de dados digitais, as Autoridades Certificadoras do Tempo – ACTs também poderão vislumbrar um crescimento nos próximos anos.
Desde dezembro de 2021, quando em função de Edital específico do ITI a Kryptus tornou públicos e gratuitos certos protocolos nativos de seus produtos, os mesmos passaram a ser considerados os padrões oficiais da ICP-Brasil para a rede de Carimbo do Tempo.
Até então, os protocolos de sincronismo e auditoria eram proprietários e fechados, o que restringia o mercado.
“Nos últimos anos, as ACTs mantiveram um ritmo quase estático de crescimento, com exceção de 2013 a 2014, quando foram realizados cinco novos credenciamentos. A abertura do protocolo permitirá o surgimento de novos entrantes e uma maior competitividade para esse mercado”, prevê Roberto Gallo.
Ainda segundo Gallo, as ACs credenciadas também estão buscando diversificar e inovar seu portfólio de soluções para não depender do mercado regulatório.
“As ACs não se consideram mais apenas certificadoras digitais ou carimbadoras. Elas estão investindo em startups de diversas áreas, como meios de pagamento, setor imobiliário, produção de chips, smart cities, rastreabilidade de dispositivos IoT e também em soluções correlacionadas, como biometria, reconhecimento de voz, votação eletrônica, diplomas digitais, entre outros.“
No período de pandemia, houve uma mudança de percepção da relevância de um estabelecimento físico para o processo de identificação.
Isso ameaçou o modelo de venda das Autoridades de Registro – ARs – entidades que auxiliam as ACs a verificar a documentação física do solicitante de um certificado digital –, principalmente daquelas que atuavam exclusivamente como ponto de apoio de ACs, o que provocou uma movimentação do mercado.
“As ARs não vão perder seu valor, mas precisarão mudar um pouco suas características e modelo de negócio, tornando-se um apoio para buscar novas oportunidades nas regiões onde têm atuação“, pontua Gallo.
“A capilaridade que elas oferecem permite um melhor conhecimento e proximidade com o mercado, abrindo oportunidades para se conectar a empresas e pessoas, contribuindo para a massificação da adoção do certificado digital“.
Além da segurança, o impacto econômico pode ser um grande estímulo para essa massificação. De acordo com a consultoria McKinsey, o potencial de valor pelo uso de ID digital no país pode chegar a 30 bilhões de dólares até 2030.
“A conscientização do cidadão sobre a importância da segurança de seus dados é um primeiro passo para a exigência de que as aplicações tenham, no mínimo, um suporte para o uso dos certificados digitais, e o próprio estímulo do governo na exigência da certificação digital em alguns tipos de aplicação trouxe um maior conforto para outras soluções começarem a incorporar a certificação digital. No fim, toda a cadeia ganha“, conclui Roberto Gallo.
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