Empresas já estão construindo seus territórios no metaverso que estão sendo comercializados dentro do espaço virtual por valores milionários
Por Pedro Luiz Pezoa
Quando anunciou o rebranding do grupo Facebook para Meta Platforms em 2021, Mark Zuckerberg cravou no mercado sua intenção em encabeçar uma revolução tecnológica com a concepção do metaverso.
Basicamente, a ideia é imergir um universo tecnológico virtual onde seria possível acessá-lo através de apetrechos especiais, como óculos de realidade virtual, fones de ouvido, além de aplicativos específicos de smartphone.
Diversas empresas já estão construindo seus territórios no metaverso e alguns terrenos estão sendo comercializados dentro do espaço virtual por valores milionários.
A Metaverse Group, empresa do ramo imobiliário online, comprou por US$2,43 milhões um terreno dentro da Decentraland, um ambiente dentro do metaverso.
Entretanto, o cenário aparentemente promissor para a revolução tecnológica esbarra em um problema que já existe: a mão de obra. O mercado de metaverso em crescimento escancara o problema que muitas empresas já vêm sofrendo há mais de 5 anos.
De acordo com a Softex, organização desenvolvida para promover melhorias nos setores de ciência e tecnologia do Brasil, o país sofre um déficit de 408 mil profissionais de tecnologia atualmente.
Dessa forma, como esse mercado conseguirá se desenvolver, especialmente no Brasil, já que o déficit de profissionais qualificados já é uma realidade, mesmo sem o metaverso?
Por isso, a discussão perpassa por diversos pontos que já são discutidos: passou da hora de haver um maior incentivo de talentos promissores a embarcarem neste mercado, bem como dar condições para que as habilidades sejam lapidadas com profissionalização e com vontade de empresas em contratar e treinar profissionais juniores.
É chover no molhado, mas o problema que vem por aí já tem solução e é possível se preparar. Empresas precisam se dar conta do mercado em ebulição, pagar muito bem para que o profissional não migre para empresas internacionais. Além de um bom salário, é fundamental estabelecer o alinhamento de cultura, expectativas e benefícios.
O metaverso não é algo distante, bem como não é uma novidade lançada pelo Facebook. A fabricante de chips Nvidia já construiu sua plataforma Omniverse para conectar mundos 3D em um universo virtual compartilhado, usado para projetos como a criação de simulações de edifícios e fábricas do mundo real.
Ainda no ano passado, a Snap – controladora do Snapchat -, mostrou seus primeiros óculos de realidade aumentada, enquanto a gigante de tecnologia chinesa Tencent já possui patentes relacionadas ao metaverso.
Muitos especialistas que têm discutido como será feita essa disputa por espaço, defendem a ideia de que o metaverso precisará ser um espaço comum participativo, mas nenhuma dessas discussões conceituais e éticas serão desenvolvidas se não houver time qualificado para o desenvolvimento desse universo cheio de possibilidades.
Agora, gigantes ou não, muitas empresas já colocaram em seus radares a necessidade de correr contra o tempo para o desenvolvimento de um conceito que, aparentemente, já é tangível.
Desta forma, sair do conceito significa recrutar os engenheiros da atualidade que irão, tijolo por tijolo (ou código por código), construir o futuro da tecnologia. Você está preparado para enfrentar titãs em busca da melhor empreiteira?
As profissões criadas para o desenvolvimento do Metaverso
Como o Metaverso vai mudar o futuro do trabalho
O Brasil ainda não está preparado para o metaverso