A expectativa é que a tecnologia de Artificial Intelligence for IT Operations (AIOps) ganhe evidência, pelo potencial transformador
Por José Francisco
Os ataques cibernéticos progrediram a tal ponto que hoje eles estão entre os maiores perigos à segurança e à integridade pessoal, privada e nacional.
De acordo com uma nova pesquisa da Verizon, desenvolvida com o apoio da brasileira Apura Cyber Intelligence, em 2021, ataques conhecidos como ransomwares de dupla extorsão cresceram 13%.
Nas empresas, o alvo é a busca de dados sigilosos, por vezes, em razão de sistemas infectados ou do vazamento de credenciais de funcionários.
Para as vítimas, além do prejuízo com o tempo parado para a recuperação dos sistemas, pode haver também o crime de extorsão, com os criminosos exigindo o pagamento duas vezes, a primeira para obter a devolução dos dados e a segunda para que as informações não sejam divulgadas.
Recentemente, depois da Americanas e da Submarino.com ficarem dias fora do ar, bem como a Renner e a CVC terem seus sistemas impactados em 2021, mais uma loja virtual brasileira encarou de frente um ataque hacker, o qual impactou até o funcionamento das suas unidades físicas e o Twitter da rede.
De acordo com o relatório Global Digital Trust Insights, de 2022, da PwC, os investimentos na área de prevenção ao cibercrime tendem a crescer, com 69% dos entrevistados informando que aumentarão seus gastos em proteção cibernética no decorrer deste ano.
Em paralelo, a empresa de pesquisa e consultoria em tecnologia Gartner estimou que os gastos com segurança da informação e gerenciamento de riscos totalizarão US$ 172 bilhões em 2022, contra US$ 155 bilhões em 2021 e US$ 137 bilhões no ano anterior.
Neste sentido, a expectativa é que a tecnologia de Artificial Intelligence for IT Operations (AIOps) ganhe evidência dia após dia, por seu potencial transformador na área de TI (Tecnologia da Informação) e sua capacidade de auxiliar líderes e técnicos em funções como monitoramento de performance, investigação e resolução rápida de falhas e problemas.
E o melhor de tudo, segundo Rafael Scalia, expert em cibersegurança e gerente global de customer success da Run2biz, é que não há a necessidade de ser um especialista em TI para aproveitar as vantagens dessa solução: “Um fornecedor pode cuidar muito bem disso para a empresa, independente do segmento onde ela atua”.
Como explica Scalia, a ferramenta é fundamental para quem quer manter uma postura de sobreaviso diante dos “inimigos ocultos”, por oferecer a chance de identificar – e interferir – em comportamentos inusitados dos sistemas e reagir em tempo real, reduzindo sobrecargas de aplicações e sistemas, mau funcionamento de hardwares e possíveis ataques virtuais e seus efeitos, muitas vezes catastróficos: “Seu ponto-chave está justamente no mapeamento das ameaças cibernéticas e falhas do sistema, já que qualquer comportamento anormal irá disparar alertas”.
Fundamentalmente, essas soluções consomem, arquivam, conservam e averiguam informações do ambiente digital com algoritmos especializados de machine learning (aprendizado da máquina), onde os computadores têm a capacidade de aprender de acordo com os retornos esperados, transformando os dados em insights ou fornecendo respostas e ações úteis para a operação de TI.
“No que diz respeito às investidas de hackers, as AIOps atuam da seguinte forma: se for reconhecida uma tentativa de invasão ou login por colaborador que já não faz mais parte do quadro da empresa, é gerado, automaticamente, por meio da inteligência artificial, um alerta ao suporte. Assim, é possível saber, em tempo real, o potencial da ameaça e tomar uma atitude rápida, antes que seja tarde demais”.
Fato é que, além de fazer esse monitoramento preciso, bem como a devida proteção virtual, as AIOps ainda automatizam as atividades, muitas delas consideradas repetitivas e que não agregam nenhum valor a quem as executa.
“O principal benefício é a redução de erros e falhas humanas, aumentando a produtividade e deixando o time mais estratégico. Fato que ocasionará a celeridade de todos os processos internos e a decisão certa e precisa, no momento oportuno, por meio do uso de dados”, comenta José Francisco, CTO da Run2biz.
Ele explica que toda essa rapidez se dá porque a tecnologia contida nas AIOps consegue cruzar, em um piscar de olhos, uma quantidade gigantesca de dados, gerando as previsões mais plausíveis.
“Além disso, a nossa solução de AIOps, chamada Simon, é igualmente útil para monitorar e aplicar rotinas de correção automáticas quando uma brecha for reconhecida pelo sistema ou quando uma aplicação estiver sobrecarregada”, garante José Francisco, que elenca abaixo os principais motivos que levam as empresas a procurar as soluções de AIOps da Run2biz:
– Prevenção a ataques virtuais;
– Reconhecimento de anomalias e correção de erros e falhas no menor tempo possível;
– Obtenção de estatísticas e determinados padrões vindos de servidores e aplicações;
– Realização de análises preditivas;
– Identificação de causas raízes dos mais diversos tipos de problemas nas infraestruturas de TI;
– Automação das atividades, principalmente as burocráticas e repetitivas, as quais consomem muito tempo e energia dos colaboradores;
– Realização de respostas e ações automáticas, como ativar ou desativar um determinado recurso, por exemplo.
“Por fim, entre os melhores ganhos estão a redução de custos e de tempo dispendidos na solução de problemas que poderiam ser evitados e a melhora no desempenho da operação e da produtividade interna, contribuindo, assim, para uma melhor qualidade do produto ou serviço ofertado ao cliente final”, pontua o CTO da Run2biz.
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