O agronegócio, um dos pilares da economia brasileira, está sempre em busca de inovações que possam otimizar processos, reduzir custos e aumentar a eficiência.
Por Ricardo Martins, Especialista em Comunicação e Agromarketing
E é nesse contexto que a tecnologia blockchain e os contratos inteligentes surgem como uma revolução silenciosa, prometendo transformar a forma como as transações são conduzidas no setor agrícola.
Imagine um cenário onde um produtor de soja no Mato Grosso possa negociar diretamente com um comprador na China, sem intermediários e com total transparência e segurança. Ou uma situação onde o pagamento de um fornecedor de insumos seja automaticamente liberado assim que a entrega for confirmada. Esses são apenas alguns exemplos do potencial dos contratos inteligentes para o agronegócio.
Mas o que exatamente são contratos inteligentes?
Em termos simples, são programas de computador que automatizam a execução de acordos entre partes. Eles são escritos como códigos em uma rede blockchain, o que significa que os termos do contrato são transparentes, imutáveis e auto executáveis. Uma vez que as condições predefinidas sejam atendidas, o contrato é automaticamente cumprido, sem a necessidade de intermediários ou processos burocráticos.
Para o agronegócio, os benefícios são claros
Contratos inteligentes podem simplificar e agilizar transações complexas, reduzindo drasticamente a papelada e a burocracia. Eles também eliminam a necessidade de intermediários, o que pode resultar em economias significativas.
Além disso, a natureza transparente e imutável dos contratos inteligentes aumenta a confiança entre as partes, reduzindo disputas e facilitando negociações.
E esse não é um conceito futurista. Contratos inteligentes já estão sendo utilizados no agronegócio ao redor do mundo. Por exemplo, a Bayer Crop Science, em parceria com o Banco Santander Brasil e a startup Tropical Melhoramento & Genética (TMG), conduziu um projeto piloto de contrato inteligente.
O objetivo era o pagamento automático aos produtores de soja na região de Campo Verde, no Mato Grosso, após a confirmação da compra por meio do código “on-chain” – isto é, na blockchain. O resultado foi uma transação totalmente automatizada e transparente.
No entanto, a adoção de contratos inteligentes no agronegócio brasileiro ainda está em seu estágio inicial. Segundo um relatório da Embrapa de 2021, apenas 0,4% das propriedades rurais no Brasil utilizam alguma forma de tecnologia blockchain. Esse número, embora baixo, representa uma oportunidade imensa para o setor.
Para aproveitar todo o potencial dos contratos inteligentes, é necessário um esforço conjunto. Empresas de tecnologia precisam desenvolver soluções acessíveis e escaláveis. Associações e cooperativas agrícolas devem promover a educação e a conscientização sobre essas tecnologias. E o governo tem um papel crucial na criação de um ambiente regulatório que estimule a inovação e garanta a segurança jurídica.
Estamos no limiar de uma nova era no agronegócio, onde a tecnologia não é mais um diferencial, mas uma necessidade. Os contratos inteligentes, com sua capacidade de automatizar e simplificar transações, serão uma parte fundamental dessa transformação.
Aqueles que abraçarem essa inovação estarão não apenas colhendo os benefícios da eficiência, mas também plantando as sementes para um futuro mais transparente, confiável e próspero para todo o setor.
Portanto, é hora de o agronegócio brasileiro arregaçar as mangas e embarcar nessa jornada rumo aos contratos inteligentes. O futuro está batendo à nossa porta, e cabe a nós decidir se vamos abri-la e abraçar as oportunidades que ela traz. A revolução dos contratos inteligentes no agro já começou. A questão é: você vai fazer parte dela?
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Sobre Ricardo Martins
Ricardo Martins, graduado em Marketing, Pós-Graduado em Neurociência, Consumo e Marketing pela PUC-RS e também em Jornalismo Digital e Marketing Estratégico Digital. Fundador da TRIWI, com foco nos setores de Tecnologia, Agro, Serviços e Indústria. Atua como palestrante e professor desde 2011, Com mais de 22 anos de experiência em Marketing Digital, sua trajetória profissional inclui empresas como Polishop, XP Investimentos, TOTVS e CNA e como consultor de empresas como B3, Lupo, Multi.
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