Basta uma rápida olhada em nossas vidas para perceber que os nossos hábitos de finanças mudaram. Não faz nem trinta anos que para checar o extrato da conta era necessário ir até o caixa de um banco
Por Raul Fernandes Lima
De lá para cá, porém, muita coisa mudou. Hoje, com um simples smartphone, a pessoa possui inúmeras ferramentas que auxiliam na gestão, controle e até no pagamento de suas contas.
A união entre tecnologia e o mercado financeiro fez com que o ato de pagar um boleto, por exemplo, fosse tão rápido e prático quanto pedir um motorista via aplicativo móvel. A “uberização” da experiência de pagamento no Brasil é um conceito sem volta no país.
É um movimento recente e que coincide com a popularização dos aplicativos móveis no Brasil. A pesquisa FintechDeepDive, da consultoria PwC, indica que 46% das startups brasileiras especializadas no mercado financeiro surgiram após 2016 e que um quarto delas (25%) atuam em meios de pagamento.
Isso provocou uma mudança profunda no setor não só aqui, mas em todo o mundo. Outro relatório da PwC mostra que 80% das fintechs oferecem serviços focados no consumidor, contra apenas 56% dos bancos tradicionais.
A união entre tecnologia e finanças permitiu que o setor fosse desburocratizado e, principalmente, simplificado para a população ao oferecer opções de qualidade para auxiliá-la com seu dinheiro.
Os brasileiros não são acostumados a investir em grande parte pela falta de conhecimento de como funciona essas aplicações. Quando as pessoas passam a ter acesso rápido e barato a empresas de qualidade, esta barreira se desmancha e novas possibilidades surgem no mercado.
Para isso, é essencial que as fintechs, grandes responsáveis por essa transformação, continuem investindo em tecnologia e focando nos problemas reais das pessoas.
A estratégia deve ser o desenvolvimento de ferramentas que auxiliem as pessoas e empresas a cuidarem de suas finanças e propiciem a inclusão financeira de todos.
Modalidades como o cartão pré-pago, por exemplo, permitiram que uma parcela significativa de “não-bancarizados” pudesse consumir produtos e serviços e ter mais controle com seu salário.
Dessa forma, a educação financeira segue como o grande desafio das empresas especializadas em tecnologia e finanças para o próximo ano.
É necessário trabalhar muito para reverter o cenário atual. As pessoas precisam ser engajadas e estimuladas a se interessarem por finanças e mostrar como elas podem fazer isso é o primeiro passo. O próximo ano será de transformação, fazendo com que o mercado seja cada vez mais relevante no dia a dia da população.
A tecnologia veio para ajudar a vida das pessoas e finanças é um aspecto muito importante nisso. O tema não pode ser um fator limitante, mas sim um potencializador, que permite a realização de sonhos.
Juntos, tecnologia e finanças são essenciais para os usuários terem mais controle, facilidade e agilidade no cuidado com seu dinheiro e permitem que eles tenham mais tempo para dedicar às situações que amam. No futuro, cuidar das finanças vai ser tão simples quanto navegar em redes sociais.
Raul Fernandes Lima
CTO da Acesso