Especialista dá dicas para não ter problemas com furto de dados pessoais, ao usar o e-mail, somos inundados de mensagens indesejadas
Os e-mails tornaram-se na última década o principal meio de trabalho. A rotina em qualquer empresa ou comércio passa obrigatoriamente por enviar, receber e responder inúmeras mensagens eletrônicas.
E como usamos o e-mail por tanto tempo, somos inundados de mensagens indesejadas de publicidade e de fraude.
É o denominado Spam, o tipo de email que após nos perturbar por muitos anos, vinha sendo deixado de lado, já que os próprios provedores do correio eletrônico implementaram filtros para barrar essas mensagens e as empresas concluíram que mais do que promover a marca, este tipo de publicidade a desgasta.
Mas, com a pandemia da Covid-19, empresas voltaram a valer-se da publicidade por mailing, pois o trabalho remoto teve um expressivo crescimento e a utilização dos e-mails ampliou-se.
Foi o ressurgimento do Spam, sob duas formas preponderantes, a publicidade (que é indesejada e busca ultrapassar os filtros de Spam) e as fraudes digitais.
O maior Spam no Brasil é o telefônico, as chamadas indesejadas oferecendo produtos ou serviços não solicitados.
De acordo com levantamento do aplicativo True Caller, em 2021, o país liderou o ranking desse tipo de ligação com média de 32,9 chamadas spam por usuário ao mês.
Já no caso do Spam por mensagem eletrônica (e-mails, SMS ou aplicativos) segundo pesquisa da empresa de software Avast, 55% dos entrevistados sofreram ataques de phishing em 2021 (mensagens com links para clicar e que roubam dados do usuário) e, o mais impressionante, é que segundo a empresa de segurança virtual Kaspersky, cerca de 20% dos brasileiros que recebem essas mensagens clicam nos links enviados.
Algumas dicas para evitar Spam por e-mail são conhecidas. Ao receber uma mensagem indesejada, o usuário geralmente a exclui e marca a empresa ou pessoa que a enviou como Spam.
Outras dicas para evitar golpes que começam pelo “roubo” dos dados pessoais é configurar o e-mail para não carregar imagens de remetentes desconhecidos e jamais clicar em links indicados.
A pergunta que fica é, por quê, que diante de tantos cuidados, ainda é difícil frear a expansão do Spam e das fraudes?
“Se o usuário incrementou seus cuidados, os golpistas também incrementaram as armadilhas. Você recebe uma mensagem indesejada e lê no fim da mensagem que caso não queira mais receber esse tipo de conteúdo basta clicar abaixo e por impulso, clica. Pronto, você acabou de clicar em um link phishing. Ou então recebe mensagens de bancos com o logotipo original informando problemas em sua conta ou tentativa de fraude em seu cartão e novamente com pedido para clicar abaixo. Em resumo, o golpista busca sempre atrair sua atenção para algo relevante, que o faça clicar”, explica Francisco Gomes Júnior, advogado especialista em direito digital.
Em relação às publicidades indesejadas, não se deve clicar em links de ofertas tentadoras com a venda de produtos com valores muito abaixo do normal, simplesmente exclua os e-mails.
As tentativas de fraude se intensificaram e se atualmente é muito difícil alguém cair em uma cilada como “veja minhas fotos no anexo”, pode ser que muitos sejam ludibriados por uma mensagem dizendo “seu auxílio foi liberado, clique para saber como receber”.
“Nunca nos livraremos do Spam e do lixo digital. Mas, cabe a nós zelar para que a mensagem não seja nada além do Spam e não se transforme em uma ameaça para nossos dados. Então, temos que insistir na dica, na dúvida, não clique, se for oferta tentadora ou prêmio que você ganhou sem sequer se inscrever, não clique. O mesmo vale para e-mails, consulte antes o aplicativo ou site do banco e fale com seu gerente”, finaliza Gomes Júnior, também presidente da ADDP (Associação de Defesa dos Dados Pessoais e Consumidor).
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