Dados do Fórum Econômico Mundial presentes na pesquisa estimam que Inteligência artificial e biologia sintética ao lado de nanociência e computação quântica, marcarão próxima onda de inovação tecnológica
Estudo do Boston Consulting Group, Looking to Nature for the Next Industrial Revolution, revela que a próxima onda de inovação tecnológica será marcada por avanços em campos que vão desde a inteligência artificial à biologia sintética, passando pela nanociência e computação quântica.
O Fórum Econômico Mundial prevê que esse processo disruptivo possa levar a oportunidades de negócios anuais no valor de US$ 10 trilhões e criar 395 milhões de empregos até 2030.
Enquanto isso, o BCG estima que essa revolução terá um impacto em mais de US$ 30 trilhões nas atividades econômicas nos próximos 30 anos, valor que equivale a 40% do PIB global atualmente.
Para empresas em setores como o farmacêutico, químico, de agricultura, abastecimento de alimentos, manufatura e advanced materials essa revolução é maior do que qualquer outra que as tecnologias digitais criaram.
Esse processo de revolução envolve quatro características: a abordagem de tecnologia profunda; a capacidade de manipular matéria inorgânica e orgânica no nível atômico; o uso do princípio de design da natureza e capacidade de fabricação; além da criação de uma oportunidade de negócio com potencial significativo para o avanço da sustentabilidade.
Juntas, elas formam um ciclo de design-construção-teste-aprendizado na natureza, chamado design-build-test-learn (DBTL), em inglês.
Para entender o impacto deste ciclo, o estudo considera como exemplo o processo para a produção de fertilizantes de amônia e nitrogênio. Esse processo requer grandes quantidades de energia para converter o nitrogênio atmosférico em amônia, consumindo de 3% a 5% do suprimento mundial de gás natural e cerca de 1% a 2% do suprimento total de energia do mundo.
Além disso, é responsável por mais de 1% de todas as emissões de CO2, e suas emissões de N2O são 250 a 300 vezes mais potentes do que o CO2 na contribuição para o aquecimento global. Mais de 50% do nitrogênio sai das lavouras, contaminando as fontes de água.
Isso, no entanto, mudou quando foi possível projetar microrganismos para substituir fertilizantes químicos. Empresas passaram a usar técnicas de edição de genes, por meio do ciclo DBTL para projetar novos organismos, até que identificaram cepas bacterianas que podem fixar nitrogênio diretamente nas raízes das plantas.
Isso é capaz de reduzir a dependência da agricultura de fertilizantes de nitrogênio, cortar as emissões de efeito estufa, reduzir a poluição da água e aumentar a eficiência agrícola. Entre outros exemplos dessa revolução industrial da natureza está o aproveitamento de inteligência artificial e automação para descobrir produtos químicos e materiais avançados, bem como desbloquear o potencial de nanopartículas.
Ou ainda a reciclagem de resíduos de processos industriais para fermentar combustível, proteínas, fibras e materiais.
Essa revolução promete estabelecer e manter uma relação muito diferente com a natureza daquela que as empresas têm há séculos, mudando a mentalidade de inovação empresarial de exploradora para produtiva.
Em vez de reunir e usar a produção da natureza, ou simplesmente explorar a natureza para resolver problemas, os empresários, cientistas e engenheiros de hoje estão utilizando uma compreensão mais profunda das leis da natureza para projetar e fabricar tipos de produtos completamente novos de maneira sustentável.
Como acontece com outros aspectos da tecnologia, a maioria das empresas não consegue dominar esse processo revolucionário por conta própria. Por isso, esse processo exige que governos e instituições continuem a apoiar e promover a pesquisa básica, ajudando a construir a infraestrutura e definir os padrões necessários para sustentar uma base industrial distribuída e mais resiliente.
Governos e instituições também desempenharão um papel crucial na definição de regulamentos e normas éticas, a fim de combater os medos e a desinformação que podem ameaçar a aceitação pública dos movimentos transformadores.
Para ler o estudo na íntegra, acesse aqui
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