O Brasil conta com apenas 1.8 médicos para cada mil habitantes. Tecnologias que ajudam na prevenção de doenças e na otimização do sistema de saúde estão melhorando a qualidade de vida do brasileiro
Segundo relatório da consultoria McKinsey, o Brasil possui menos médicos por pessoa do que a maioria dos países desenvolvidos.
Os dados são do Brazil Digital Report, que levantou vários aspectos da economia nacional, em parceria com o Brasil no Vale do Silício, movimento de estudantes brasileiros que começou em Stanford, nos Estados Unidos. Um dos caminhos para popularizar a saúde no país é através da tecnologia.
Atualmente, no Brasil, a média é de 1.8 médicos para cada mil habitantes, enquanto em países desenvolvidos a média chega a 4.1.
“Existe uma grande lacuna no sistema de saúde nacional. Isso começa desde a formação, onde não conseguimos qualificar profissionais o suficiente para aumentar essa média. Por isso a tecnologia pode ajudar, através de plataformas de saúde que melhoram a qualidade de vida. Claro que um aplicativo não substitui um médico, mas pode motivar o usuário a praticar mais exercícios, cuidar da sua alimentação, medir a frequência cardíaca constantemente, por exemplo, e isso impacta diretamente na sua qualidade de vida e na prevenção de doenças crônicas”, comenta Bruno Rodrigues, CEO da GoGood, empresa que promove inovação no RH atráves da saúde corporativa.
Soluções que fazem a diferença
As health techs, startups que desenvolvem soluções para a área, estão crescendo no Brasil. Já são 353 empresas mapeadas. Dessas, 46,4% estão em fase de tração, e 30% em fase de operação, segundo o Global Startup Ecosystem Report, pesquisa lançada pelo Startup Genome. Conheça algumas das soluções que estão ajudando a popularizar a saúde no país:
Saúde corporativa
Segundo dados do INSS, em 2018, foram concedidos mais de 196 mil benefícios a trabalhadores que precisaram ser afastados de suas atividades profissionais por problemas de saúde ocasionados diretamente pelo trabalho.
Tentando mudar essa realidade a GoGood, empresa de saúde digital corporativa, foca o desenvolvimento de sua tecnologia na prevenção de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão.
Ao disponibilizar aplicativos e plataformas que ajudam colaboradores a reduzir fatores de risco à saúde – como sedentarismo e obesidade – e a mudarem seu estilo de vida, a GoGood auxilia a aumentar a produtividade dos colaboradores e a melhorar o clima organizacional.
A empresa, que atende principalmente médias e grandes organizações — como PayPal e Santander —, conquistou resultados como a duplicação da frequência de prática de atividades físicas dos usuários. Em 2019, a GoGood foi uma das selecionadas para o ScaleUp Endeavor Transforma.
A startup recebeu investimento do fundo Canary e já captou mais de R$ 1,5 milhão. É a única plataforma de bem-estar certificada como parceira do Great Place to Work (GPTW).
Apoio para os planos de saúde
Criado pela Softplan, uma das maiores desenvolvedoras de softwares para gestão do Brasil, o Dictas foi idealizado por uma equipe especialista em ciência de dados, com conhecimento e experiência em gestão de saúde.
Por meio dele, é possível otimizar os custos de operadoras que, em retorno, aumentam a eficácia dos serviços ofertados aos usuários.
A ferramenta fornece um acesso a painéis com indicadores, usando Machine Learning, Big Data e Advanced Analytics, além de inteligência artificial, para detectar gastos desnecessários e que não beneficiam os assistidos pelos planos.
Por meio de uma investigação minuciosa, a tecnologia realiza simulações, mapeia os dados coletados e/ou cruzados e recomenda, de forma preditiva, intervenções a serem feitas pelos gestores do sistema.
Além disso, também pode ser usada na medicina preventiva, classificando os pacientes por grupos de riscos, sugerindo grupos por tipo de patologia crônica e identificando exames que poderiam ser realizados antecipadamente pelos usuários para evitar o aparecimento e o desenvolvimento de possíveis doenças.
Ajuda na integração
A ePHealth é uma empresa graduada pelo MIDITEC, incubadora da Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE), que desenvolve uma plataforma para Atenção Primária em Saúde (prevenção), focando na melhoria da rotina de agentes de saúde do sistema público.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), melhorar a atenção básica é uma das formas mais eficientes de reduzir de custos e melhorar a eficiência no setor, pois é responsável por até 80% dos problemas, além de ser a porta da entrada da população no sistema saúde, público ou privado.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, são cerca de 250 mil agentes comunitários de saúde, acompanhando a população que utiliza o SUS, e é neste segmento que a startup atua.
“Esta área ainda muito carente de tecnologias no Brasil, e foi nisso que nos especializamos, lançando um aplicativo gratuito para agentes de saúde, hoje o número 1 do mercado, atingindo: 3.132 municípios, 1.3 milhões de vidas acompanhadas, 6.3 milhões de visitas domiciliares realizadas, por 22 mil Agentes de Saúde”, explica Pedro Pereira, CEO da ePHealth.
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