Empresas da área de tecnologia desenvolvem ferramentas focadas na educação
Segmento é uma das grandes apostas de startups. A expectativa é que 2019 seja um ano de expressão no mercado nacional.
Andar pelas ruas de outro país, explorar uma floresta tropical ou programar robôs, um mundo de possibilidades, está, agora, a um clique.
Formado por aplicativos, cursos online e plataformas inovadoras, este novo cenário se deve em boa parte à atuação das Edtechs (Education + Technology).
A onda tecnológica na educação chegou ao Brasil e já se instalou em 26 estados e no Distrito Federal. Em 2017, foram mapeadas 364 edtechs no Brasil, de acordo com o Mapeamento Edtech, da Associação Brasileira de Startups (abstartups) em conjunto com o Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB).
Apesar de a maior concentração ser ainda nos grandes centros, como São Paulo, os outros estados tem apresentado tendências de crescimento.
Disparado, São Paulo (43%) lidera a concentração de startups focadas no setor, seguido por Minas Gerais (11%), Rio de Janeiro (10%) e Santa Catarina (5%).
O levantamento delimitou ainda a área de atuação mais comuns das empresas: 47% delas atuam com projetos voltados à educação básica, ou seja, ensino fundamental e médio.
Com experiência de mais de 20 anos em educação, o educador Marcio Donellas, um dos idealizadores do Descomplica – uma das edtechs pioneiras e de maior sucesso nacional, focado na preparação para vestibulares e exames como Enem –, avalia positivamente o crescimento da tendência no Brasil.
“A tecnologia beneficia todos os envolvidos no processo da educação, alunos e professores. Não temos mais barreiras físicas, agora o saber está também no ambiente virtual. Com tanto potencial, a promessa é que o próximo ano seja de grande destaque para este segmento”, reafirma o especialista em educação e tecnologia.
Saindo da curva, Dornellas conta que seu atual projeto foge da tendência nacional de programas voltados ao ensino básico.
“Existem tantos outros nichos educacionais que podem ser otimizados, como o de educação a distância e também o ensino de línguas estrangeiras”, prospecta.
O novo trabalho do especialista será uma plataforma que pretende “desengessar” a forma de ensinar inglês. “Com os recursos disponíveis, o programa irá apostar, finalmente, na imersão da conversação e abordagens mais modernas”, antecipa o educador.
Assim como tantos outras que estão em desenvolvimento pelo país, a plataforma está prevista para ser lançada em breve.
A expectativa é que o setor das edtechs seja aquecido em 2019 e o Brasil entre de vez na tendência mundial. E mercado é o que não falta.
O país conta com 184,1 mil escolas, cerca de 50 milhões de estudantes (de todos os níveis), em média 2 milhões de professores e mais de 200.000 instituições de ensino reguladas.