Para ele, algumas empresas que estarão na lista das melhores do mundo daqui a 10 anos talvez ainda nem existam
O trânsito e a direção nunca mais foram os mesmos após a invenção do Waze. O aplicativo foi fundado em 2008 pelo israelense Uri Levine e comprado cinco anos depois pelo Google, por US$1,1 bilhão. De acordo com o próprio Levine, o aplicativo é uma ampla rede social colaborativa de motoristas.
Esse empreendedor inveterado de 53 anos, apaixonado pelo Brasil, explorador de soluções e novas startups, foi um dos destaques de hoje do Latam Retail Show, o mais completo evento para o varejo, franchising, e-commerce, foodservice e shopping centers da América Latina, realizado no Expo Center Norte, em São Paulo.
Durante sua apresentação, Uri Levine falou sobre empreendedorismo, tecnologia, mercado, o futuro das startups e a criação do Waze, além do funcionamento do aplicativo.
“Gosto muito de vir ao Brasil, pois é um mercado muito importante para mim, não só pelo Waze, mas também por outras startups que tenho. Quando pergunto sobre ele às pessoas, muitas dizem que é o aplicativo mais importante de São Paulo. A cidade seria um caos sem ele. Quando criamos um produto, devemos nos perguntar o que aconteceria se ele sumisse do mercado. Se as pessoas gritarem, reclamarem, teremos a noção da importância dele”, diz.
De acordo com Levine, é preciso ter paixão para criar uma startup.
“Esta é uma jornada de muitas falhas, mesmo que tenha certeza do que está fazendo, haverá erros, pois você criará algo que ninguém nunca fez antes, inédito. Depois você celebrará muitas coisas, a primeira versão, o primeiro empregado. O primeiro ano sempre será crítico para uma empresa. O Waze foi introduzido no Brasil em 2011 e não mudou nada em sua essência. Ele tem um DNA próprio, e quando se cria uma companhia com seu DNA, você vai trabalhar muito mais satisfeito”, comenta.
A base de uma startup é achar uma solução para muitos usuários que possuem o mesmo problema.
“É preciso achar quem são seus usuários e seus problemas e se apaixonar por esses problemas, não pela solução. O DNA e a missão transformam-se na jornada de uma startup”, afirma. “Quando começamos com o Waze em Tel Aviv, o mapa estava em branco e levou seis meses para que ele ficasse bom o suficiente. A jornada deste aplicativo é relativamente curta, pois começamos com ele em 2007, e seu lançamento ocorreu em 2009. O mundo está mudando muito rápido. Se pudéssemos voltar 10 anos no tempo, não sei se viveríamos sem nossos smartphones. E não dá nem para imaginar como será o mundo daqui a 10 anos, quais serão as maiores e melhores empresas. Não dá para saber, pois as melhores talvez nem mesmo existam hoje”, explica.
O Latam Retail Show teve início na terça-feira passada e termina hoje, dia 30. O evento reuniu importantes líderes, que, juntos, discutiram como superar as barreiras do presente e do futuro do varejo e consumo. Neste ano, a temática central foi “As transformações do ecossistema de negócios com resultados” eabordou todas as mudanças pelas quais a cadeia de negócios vem passando, a evolução no perfil do consumidor e a necessidade em haver um equilíbrio nas relações tanto no varejo quanto na indústria, shopping centers, e-commerce, foodservice, franquias e em diversas outras áreas.
Dividido em congresso e exposição, o Latam Retail Show começou como Fórum Latino-americano do Varejo, por 18 anos, e há quatro passou a ser realizado no seu formato atual.
“Este é um evento para todos os perfis de varejistas, pois congrega conteúdo de altíssima qualidade, com a excelência com que é realizado e cria oportunidades para a relação de negócios.
O Latam Retail Show é formado por tomadores de decisão, onde concorrente não é concorrente”, afirma Marcelo Toledo, CEO da GS&MD, empresa do grupo GS& Gouvêa de Souza, organizador do evento.