Proteger os dados da empresa e dos clientes sempre foi uma prioridade dos bancos e setor financeiro.
Durante anos, os bancos e as outras empresas do mercado financeiro continuaram a aprimorar suas medidas de segurança da informação com o objetivo de manter o máximo controle das contas e sigilo de as informações de seus clientes.
Desta forma observamos que as instituições financeiras começaram a avaliar novas tecnologias para mitigar os riscos e suplantar os ataques de hackers, que são cada vez mais articulados e mais rápidos.
Investir em biometria como uma das alternativas a senhas e números PIN (Personnal Identification Number) é o que mais agrada aos CIOS e CFO’s do mercado financeiro.
O custo implementação em todos os dispositivos é muito alto, por essa razão as empresas começam a implementar projetos piloto com sites on-line, caixas eletrônicos, aplicações de telefonia e call centers, separadamente, para compreender como os clientes reagiriam a métodos alternativos de verificação de forma a garantir as suas poupanças, investimentos e informações pessoais são protegidas. Isto é o que vimos, recentemente, no CIAB 2016 e o que foi apresentado no evento Biometrics in Banking and Financial Services Event realizado em Nova York entre 27-29 de junho.
O CIAB 2016 foi marcado por soluções de biometria: a facial, a da íris, a manuscrita, a por voz e biometria colhida pela forma do andar do cliente dentro da agência bancária. Hoje a biometria mais utilizada para aferir as impressões digitais no setor financeiro é a leitura das digitais dos dedos, mas esse método acaba trazendo muitos problemas pela alta incidência de pessoas que têm problemas com a identificação das suas digitais.
O evento, em Nova York, Biometrics in Banks and Financial Services Summit reuniu líderes mundiais do setor financeiro para discutir os desafios e estudos de caso relatando as experiências com a integração do custo de uma tecnologia eficiente e futurista. Simplificar o processo de autenticação utilizando recursos da tecnologia biométrica parece ser a principal aposta do mercado financeiro mundial, essa foi a tendência apresentada no evento americano.
A Autenticação Forte e a Assinatura Irrefutável nunca foram tão necessárias para o mercado financeiro convencional como na década atual, e principalmente, com o surgimento no mercado das Fintech’s.
O bordão do mercado de tecnologia em relação a autenticação forte sempre foi: O que você sabe, o que você tem e o que você é. Agora estamos entrando na era do quarto fator: Como você é!
O como você é envolve a biometria com tempestividade, ou seja, que é colhida e verificada no exato momento em que ocorre, somada a temporalidade que é conferida por um carimbo do tempo com a hora exata em que o evento ocorreu.
Porque mundialmente o quarto fator não é um certificado digital?
O certificado digital para o mercado americano, por exemplo, nunca foi uma solução vencedora dado o conceito de Infraestrutura de Chaves Públicas Americana ser diferente do modelo brasileiro.
Nossa Infraestrutura de Chaves Públicas normatiza a padronização dos certificados digitais emitidos no âmbito da ICP Brasileira e estabelece que todas as aplicações públicas aceitem certificados emitidos independente da Autoridade Certificadora emissora, o que faz, por exemplo, com que um certificado PF (Pessoa Física) emitido por qualquer AC seja, exatamente, igual ao certificado digital e-CPF emitido na hierarquia da Receita Federal. São compostos pelos mesmos campos, tem as mesmas funcionalidades e são aceitos nas aplicações da mesma forma.
Nos EUA, o processo não funciona desta forma, como não há um padrão os diversos formatos de certificados digitais e as milhares de aplicações não são interoperáveis.
E por que no Brasil o mercado financeiro não utiliza o certificado digital como fator de autenticação?
Em primeiro lugar, por causa da logística de validação dos titulares. O mercado alega que a certificação digital não pegou nos bancos pelos custos envolvidos: preços de desenvolvimento do projeto, mídias, certificados digitais, adaptação da rede bancária, por exemplo os ATM’s.
Porém, acreditamos mesmo que o maior entrave da certificação digital no mercado financeiro é a logística de: comprar, validar, emitir, instalar o certificado ou os drives de leitoras e tokens, revogar e renovar.
É um processo demorado, desgastante e custoso, além de ter necessidade de suporte caríssimo para todos os parâmetros do setor financeiro.
Desta forma, que acreditamos que a biometria chegará com força total no mercado financeiro como o quarto fator disponível para autenticação.
Mas ainda cremos que o certificado digital possa ser adotado pelo bancos, no momento em que seus processos se tornem mais amigáveis e simples para os clientes, no entanto, enquanto a indústria viver das obrigatoriedades só os visionários investirão na simplificação desses processos.
Assista a reportagem feita pela Rede Globo na cobertura do CIAB 2016 em que aparecem as alternativas da biometria para os bancos.
O SPTV foi ao ar no sábado, 25 de junho de 2016.
A matéria aborda diferentes tecnologias inovadoras que utilizam Biometria para aumentar a segurança das operações bancárias.