A China tem em uso o maior e mais moderno sistema de vigilância do mundo, que usa o reconhecimento facial para identificar os cidadãos
Deputados federais e senadores da bancada do PSL no Congresso Nacional vão apresentar no início do ano legislativo (que começa em fevereiro) um PL (Projeto de Lei) que define a obrigação da implantação de tecnologia de reconhecimento facial em locais públicos para auxiliar as forças de segurança pública no combate ao crime e captura de suspeitos ou foragidos.
De acordo com o projeto, a primeira capital onde o sistema seria instalado seria o Rio de Janeiro.
O sistema consiste em câmeras especiais que podem ser usadas por policiais ou instaladas em estações de trem e metrô, aeroportos, vias públicas de grande movimento de pedestres e até em pontos estratégicos de comunidades dominadas por traficantes e milícias. O custo estimado não foi divulgado até o momento.
A iniciativa parte de um grupo de cerca de 20 parlamentares eleitos em 2018 pelo PSL, que conta com uma bancada de 52 deputados na Câmara e 4 senadores, e será apresentado pelo deputado Felício Laterça.
“Os chineses estão muito à nossa frente na questão da segurança pública, e como representante do estado do Rio de Janeiro essa tecnologia toda muito me interessa”, afirmou o deputado ao UOL antes de embarcar junto com uma comitiva de 12 parlamentares rumo à China para conhecer o sistema de reconhecimento facial, na terça-feira (15).
Pretendemos dar um choque de segurança pública nas cidades com a ajuda da tecnologia e experiência chinesa.
Vamos conhecer o quartel-general de onde é operado esse sistema, assim como empresas que dominam a tecnologia.
Nossa ideia é conseguir uma parceria com os chineses e trazer essa tecnologia.
Chineses têm 170 milhões de câmeras com essa capacidade
A China tem em uso o maior e mais moderno sistema de vigilância do mundo, que usa o reconhecimento facial para identificar os cidadãos – e, desta maneira, prender criminosos e suspeitos. No país, existem 170 milhões de câmeras com essa capacidade e outras 400 milhões serão instaladas, de acordo com informações divulgadas pelo governo. Os equipamentos conseguem reconhecer o rosto das pessoas e fazer imediatamente a associação com suas informações registradas.
Essa leitura permite também identificar o gênero e a idade das pessoas.
O sistema também associa o rosto do cidadão a informações como o carro que utiliza, suas rotas mais frequentes, a seus parentes e às pessoas com quem ele entra em contato, dados do fisco, profissionais e outros.
No final de 2017, um repórter da rede britânica BBC fez um teste no metro de Pequim, e levou apenas 7 minutos para ser localizado e detido pela polícia depois que sua foto foi inserida no banco de dados de pessoas procuradas do sistema.
De acordo com as autoridades chinesas, o objetivo do sistema não é apenas capturar suspeitos e resolver crimes, e sim ajudar a impedi-los.