Diferente de senhas ou impressões digitais, a biometria da íris analisa padrões únicos do olho humano para criar “assinatura digital” exclusiva
Imagine um mundo onde sua identidade seja confirmada com um simples olhar. Essa realidade está se tornando concreta no Brasil com a adoção da biometria da íris como um dos principais mecanismos de autenticação digital.
Considerada uma das tecnologias mais seguras do mundo, essa inovação promete reduzir fraudes e otimizar serviços, mas também levanta questionamentos sobre privacidade e segurança de dados.
A chegada da World ID ao Brasil
A Tools for Humanity – idealizada por Sam Altman, cofundador da OpenAI – iniciou as operações no Brasil em novembro de 2024 por meio do projeto World. O objetivo era coletar dados biométricos da íris para criação da chamada World ID, uma identificação global que permitiria comprovar que o titular é um ser humano único vivo, promovendo maior segurança digital.
Para incentivar a adesão, a empresa ofereceu pagamento de aproximadamente R$ 600 em criptomoedas aos participantes. Com foco em regiões periféricas de São Paulo, a iniciativa atraiu quase meio milhão de brasileiros para a leitura da íris. No entanto, muitos participantes não compreendiam completamente os riscos e benefícios do programa, segundo reportagem do G1.
Antes de ser suspenso pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), o aplicativo World foi baixado por cerca de 1 milhão de pessoas no Brasil. A ANPD interrompeu a coleta devido a preocupações com privacidade e consentimento, exigindo que a empresa garantisse maior transparência e a possibilidade de revogação do consentimento para exclusão dos dados do sistema.
Como funciona a Biometria da Íris?
Diferente de senhas ou impressões digitais, a biometria da íris analisa os padrões únicos do olho humano para criar uma “assinatura digital” exclusiva. Um escaneamento de alta precisão captura a estrutura da íris, transformando-a em um código matemático seguro e imutável.
Com essa tecnologia, bancos, serviços públicos e plataformas digitais podem garantir acessos mais seguros e livres de fraudes. A tendência segue o exemplo global de iniciativas como o World ID, que já registrou mais de 10 milhões de usuários e emprega provas de conhecimento zero (ZKPs) para reforçar a privacidade dos dados coletados.
Aplicações da Biometria da Íris
A tecnologia já está sendo amplamente utilizada ao redor do mundo. Em aeroportos, por exemplo, muitos países adotaram sistemas de verificação baseados na íris para agilizar o embarque e desembarque de passageiros, garantindo mais rapidez e segurança.
Outra aplicação crescente é a autenticação de pagamentos, permitindo que consumidores realizem transações financeiras apenas olhando para um dispositivo de leitura da íris, sem a necessidade de cartões ou senhas.
Os principais desafios e riscos
Apesar das vantagens, a implantação da biometria da íris no Brasil enfrenta desafios importantes, principalmente relacionados à privacidade e à regulamentação. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) considera biometria um dado sensível, exigindo regras claras para coleta e armazenamento.
1. Irrevogabilidade dos dados
Se uma senha vazar, ela pode ser trocada. Mas e se seu padrão de íris for comprometido? Diferente de senhas ou documentos, os dados biométricos são permanentes, tornando sua segurança um aspecto crítico.
2. Consentimento e exploração financeira
O caso da World ID no Brasil trouxe à tona um dilema ético: até que ponto oferecer incentivos financeiros para coleta de dados biométricos pode influenciar economicamente a decisão dos usuários e comprometer a liberdade de escolha? A ANPD suspendeu a prática por entender que muitas pessoas aderiram ao projeto sem ter plena compreensão dos riscos envolvidos.
3. Possível uso indevido e monitoramento
Governos ou empresas poderiam utilizar a biometria da íris para rastrear indivíduos em larga escala. Essa preocupação é real e levanta questões sobre a proteção de dados e liberdades individuais.
4. Centralização e controle de dados
Mesmo com soluções descentralizadas, como a do World ID, a necessidade de verificação pode concentrar dados em poucas mãos, criando vulnerabilidades para hackers ou abuso de poder por parte de empresas e governos.
Como o Brasil pode proteger seus cidadãos?
A regulamentação será fundamental para garantir que a adoção da biometria da íris aconteça de forma segura e ética. Medidas essenciais incluem:
- Transparência total: Empresas e governos devem explicar claramente como os dados serão usados e protegidos.
- Auditorias regulares: Inspeções frequentes devem ser feitas para garantir que os sistemas sejam seguros e confiáveis.
- Consentimento real e informado: Nenhum dado deve ser coletado sem que o usuário compreenda completamente os riscos e benefícios.
- Privacy by Design: A segurança e a privacidade devem ser priorizadas desde a concepção da tecnologia.
Conclusão
A biometria da íris tem potencial para revolucionar a segurança digital no Brasil, tornando as transações e acessos mais rápidos e protegidos. No entanto, a tecnologia também carrega riscos que precisam ser tratados com seriedade.
O caso do World ID serve de alerta para que regulamentações mais rígidas sejam estabelecidas e para que os cidadãos tenham maior controle sobre seus próprios dados. Com boas práticas de proteção e transparência, o Brasil pode se tornar uma referência global em identificação digital segura e responsável. Resta saber se a tecnologia será utilizada a favor da sociedade ou se se transformará em um risco invisível para a liberdade individual.
Fonte: V/CERT
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