A biometria em um desastre natural que chega atingir comunidades inteiras — seja um tornado EF3 como o de Rio Bonito do Iguaçu (PR), o furacão Beryl na Jamaica, o tufão Yagi no Vietnã ou os incêndios florestais em Los Angeles — a primeira necessidade é salvar vidas e identificar rapidamente as vítimas.
O ano de 2025 consolidou-se como um período de profundas preocupações climáticas no Brasil. Os alertas de tempestades não cessam, e o recente tornado de categoria EF3 que assolou o município de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná, é o lembrete mais trágico e imediato de que as forças da natureza não apenas ameaçam, mas de fato destroem comunidades inteiras. Soma-se a isso a intensidade crescente das chuvas e o risco de novos eventos extremos, como o ciclone extratropical que colocou vastas áreas do Sul e Sudeste do Brasil em alerta máximo em novembro.
Alguns desastres que tiveram grande repercussão
Linha do tempo dos desastres (ordem decrescente)
- Novembro de 2025 – Tornado EF3 em Rio Bonito do Iguaçu (PR, Brasil)
Ventos de 250 a 330 km/h destruíram 90% da cidade.
6 mortos, centenas de feridos e mais de 11 mil pessoas afetadas - Novembro de 2025 – Furacão Beryl (Jamaica)
Provocou apagões, enchentes e deixou milhares de desabrigados - Novembro de 2025 – Tufão Yagi (Vietnã)
Causou quase 300 mortes e destruição em larga escala - Julho de 2025 – Incêndios Florestais em Los Angeles (EUA)
Prejuízos estimados em US$ 53 bilhões, considerado o desastre natural mais caro do ano - Janeiro de 2025 – Chuvas intensas no Vale do Aço (MG, Brasil)
8 cm de chuva em apenas uma hora provocaram soterramentos e mortes em Ipatinga e Coronel Fabriciano. - Maio de 2024 – Enchentes em Porto Alegre (RS, Brasil)
Maior desastre natural da história do Rio Grande do Sul.
184 mortos, 25 desaparecidos e milhares de desabrigados - Janeiro de 2019 – Rompimento da Barragem de Brumadinho (MG, Brasil)
Um dos maiores desastres ambientais e humanitários do país, com centenas de vítimas e forte impacto socioambiental.
Diante desse cenário global, os desastres naturais estiveram entre os temas centrais debatidos na COP30, em Belém. Como resultado, as nações saíram do encontro com a missão imperativa de estruturar equipamentos adequados e fortalecer planos de ação e resiliência capazes não apenas de mitigar os efeitos devastadores desses eventos, mas, principalmente, de acelerar a capacidade de resposta humanitária.
Justamente nesse ponto que reconhecimento biométrico digital surge como uma ferramenta tecnológica capaz de transformar a resposta a emergências, combinando inovação, precisão e respeito à vida humana. Este setor tecnológico, que hoje conta com avanços como a coleta biométrica sem contato e identificação biométrica infantil e neonatal, se prova como ator central em cenários de resposta a desastres naturais e catástrofes de grandes proporções.
Quando tragédias naturais ou acidentes de grande escala acontecem, o tempo se torna o recurso mais valioso. Identificar vítimas com rapidez e precisão é essencial não apenas para fins legais, mas também para oferecer dignidade às famílias e apoiar a coordenação das ações humanitárias. Em meio a esses desafios, a identificação biométrica e suas novidades, como biometria sem contato e biometria infantil e neonatal, surgem como ferramentas tecnológicas capazes de transformar a resposta a emergências, combinando inovação, precisão e respeito à vida humana.
A identificação biométrica digital surge como uma ferramenta tecnológica transformadora e essencial na resposta a emergências e grandes catástrofes. Sua capacidade de combinar inovação, precisão e respeito à vida humana é fundamental quando o tempo se torna o recurso mais valioso. Identificar vítimas rapidamente é crucial não apenas para fins legais, mas para oferecer dignidade às famílias e coordenar eficazmente as ações humanitárias. Essa tecnologia, que engloba avanços como a biometria sem contato e a identificação infantil e neonatal, atua como ator central em cenários de desastres.
A Contribuição da Biometria Sem Contato

A captação biométrica sem contato utiliza sensores ópticos e algoritmos avançados de captura para registrar a textura, o relevo e os pontos característicos das impressões digitais com altíssima resolução — mesmo em condições de iluminação e umidade desfavoráveis.
Essa capacidade torna a tecnologia especialmente útil em operações de campo, onde a coleta precisa ser ágil, higiênica e compatível com diversos tipos de pele e faixas etárias. Além disso, a biometria sem contato tem um impacto direto na segurança dos operadores, evitando contaminação cruzada em ambientes hospitalares, necrotérios ou em locais afetados por desastres naturais.
A tecnologia também se integra com sistemas de identificação nacionais e internacionais, facilitando o cruzamento de dados entre órgãos de segurança e saúde pública.
Identificação Neonatal como Prioridade Global

Em diversos países, a identificação neonatal com uso de biometria passou a ser uma prioridade estratégica. Nesse cenário, o Brasil está entre as nações mais avançadas em identificação civil, com a Carteira de Identificação Nacional (CIN) e a possibilidade da captação da biometria do recém-nascido atrelada à biometria dos pais no momento do nascimento, que será utilizada para identificação do recém-nascido até sua idade adulta.
Essa tecnologia é extremamente importante para primeiro evitar a troca de bebês na maternidade, inclusão das pessoas desde seu nascimento aos benefícios sociais disponibilizados pelo Estado entre outros: saúde, educação, controle de vacinas.
A identificação neonatal é uma das mais eficazes ferramentas de combate ao tráfico humano, controle de fronteiras e a identificação de vítimas de desastres como os que estamos tratando neste artigo.
No caso dos desastres naturais, muitas crianças, não são identificadas permanecendo afastadas das famílias por um longo período e até mesmo por toda a vida. A identificação precisa em casos de desastres também auxilia pessoas em estado de confusão mental pelo trauma do acidente, pessoas inconscientes ou falecidas.
Outras Ferramentas de Identificação
Além das soluções de identificação biométrica, os agentes públicos de identificação utilizam outras ferramentas, como a plataforma KMD PlassData DVI/MPUB, solução internacional da NEC voltada à identificação de vítimas de desastres e pessoas desaparecidas.
O sistema é utilizado por ministérios do interior, polícias nacionais e institutos forenses em todo o mundo, permitindo: processamento automatizado de dados de desaparecidos e corpos não identificados; cruzamento de informações para encontrar correspondências plausíveis; registro nacional de pessoas desaparecidas e corpos não identificados e divulgação digital de buscas e achados entre países e instituições públicas.

“O KMD PlassData DVI, solução que integra o portfólio da NEC, segue rigorosamente os protocolos definidos pela Interpol e permite que autoridades de diferentes países colaborem em tempo real na identificação de vítimas, mesmo em cenários de catástrofe com múltiplas jurisdições. Além disso, conta com banco de dados e formulários especialmente desenvolvidos para a gestão de informações sobre pessoas desaparecidas e corpos não identificados (MPUB), conforme exigido pelos órgãos governamentais responsáveis.
Na ocasião do Congresso da Cidadania Digital tivemos a oportunidade de apresentar essa solução às autoridades presentes, reforçando que a NEC pode apoiar os agentes de segurança pública e identificação em casos de desastres — realidade que infelizmente o mundo vem enfrentando com cada vez mais frequência”, destaca José Renato Gonçalves, presidente da NEC no Brasil.
Aplicações em Campo e o Apoio Aos Institutos de Identificação
Conforme mencionado por José Renato Gonçalves, durante o Congresso da Cidadania Digital, realizado em Brasília em setembro de 2025, especialistas brasileiros e internacionais debatera, sobre identificação civil e entre os temas destacaram o potencial da biometria neonatal como suporte aos Institutos de Identificação, que reúnem profissionais altamente capacitados — os papiloscopistas — responsáveis pela coleta e análise de impressões digitais em situações civis, criminais e forenses.
Segundo Antônio Maciel Aguiar Filho, Datiloscopista da Polícia Civil de Goiás e Presidente do CONADI – CONADI – Conselho Nacional dos Dirigentes de Órgãos de Identificação Civil com quem falamos recentemente:

“A identificação civil é a base de qualquer resposta humanitária e o pilar da Cidadania Digital no país. Os recentes eventos climáticos extremos reforçam que o investimento em tecnologia não é um luxo, mas uma necessidade de infraestrutura de segurança e dignidade. Os Institutos de Identificação do país estão muito comprometidos com a modernização da identificação civil. Exercem papel fundamental na coleta, análise e cruzamento de dados biométricos respondendo pela rápida e segura identificação em desastres de massa ou na implementação da nova CIN – Carteira de Identidade Nacional – que chega em novembro de 2025 a 38 milhões de emissões, demonstrando o compromisso das Unidades Federativas com o projeto e sua importância para as políticas públicas, segurança e cidadania.”
“É interessante destacar o Pacto Nacional pela Identificação Neonatal e Infantil, um compromisso fundamental firmado durante o Congresso da Cidadania Digital, realizado em Brasília em setembro de 2025. O Pacto foi assinado por representantes de todos os Órgãos Oficiais de Identificação das Unidades da Federação, pelo CONADI e por dirigentes das Polícias Científicas estaduais. o CONDPC, além de outras instituições relevantes, como o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).”
“Assim, a integração entre biometria, órgãos oficiais em identificação e políticas públicas como a CIN e o Pacto consolidam um sistema de identificação moderno, confiável e humanitário, essencial tanto para a gestão de desastres quanto para o pleno exercício da cidadania no Brasil.”
Soluções para identidade vitalícia

Procuramos os executivos da Synolo®, empresa global em soluções para identidade vitalícia e identificação biométrica neonatal e infantil, após conhecermos durante o Congresso de Cidadania Digital um equipamento, na época, recém-lançado que integra captação por contato e sem contato, oferece precisão clínica e atende aos padrões FBI PIV.
Rafael Cury Lucchesi, gerente de desenvolvimento de negócios no Brasil, e Greg Scott, CEO e cofundador da Synolo, explicaram a versatilidade do novo dispositivo, que foi pensado para ser utilizado em hospitais, por agentes federais de fronteiras (para controle migratório e emissão de documentos) e, principalmente, pelos Institutos de Identificação.
“A tecnologia da Synolo® permite a captação e verificação de identidade por meio da biometria de impressão digital desde o primeiro dia de vida de um bebê, garantindo um registro civil completo e seguro. Num mesmo equipamento, é possível reconhecer a biometria de recém-nascidos até a de pessoas em idade adulta, mesmo em condições adversas como com dedos úmidos, ressecados ou em localidades remotas”, explica Rafael Lucchesi.
A solução apresentada pela Synolo® atende diretamente a uma demanda crescente por identificação confiável desde os primeiros dias de vida até a idade adulta, mesmo em ambientes desafiadores. Sobre esse avanço, Greg Scott, CEO e cofundador da empresa, explica a importância da integração tecnológica.

“A integração entre tecnologias de contato e sem contato no mesmo dispositivo amplia o alcance da identificação biométrica. É uma solução pensada para a vida real — útil tanto em hospitais quanto em operações de resgate, sem renunciar aos mais altos padrões de segurança e privacidade”, complementa Greg Scott.
“O Brasil, graças ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, encontra-se avançado na identificação civil desde o nascimento, com foco em garantir que essa identidade seja útil por toda a vida das pessoas identificadas”, conclui Greg Scott.
Pacto Nacional pela Identificação Neonatal e Infantil
Conforme mencionado pelo Dr Antonio Maciel, o Pacto Nacional pela Identificação Neonatal e Infantil foi lançado durante o Congresso da Cidadania Digital, em cerimônia realizada na manhã de 24 de setembro de 2025.
A iniciativa estabelece a importância e apoio para a implantação da identificação neonatal e infantil vinculando obrigatoriamente a biometria da criança à de sua mãe e preferencialmente também com a de seu pai, com o objetivo de assegurar a identidade legal desde o nascimento e reforçar a proteção integral da criança evitando sua subtração e respeitando as diretrizes do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).

O Pacto é uma iniciativa do InterID – Instituto Internacional de Identificação, com o apoio da Abrid – Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital e da FrenID – Frente parlamentar Mista para Garantia do Direito à Identidade, foi inaugurado com a assinatura de representantes de todos os Órgãos Oficiais de Identificação das Unidades da Federação e do CONADI, além dos Dirigentes das Polícias Científicas dos estados e do seu Conselho Nacional de Dirigentes de Polícia Científica – CONDPC.
De acordo com o presidente do InterID Célio Ribeiro, esse é um compromisso de todo o Brasil para proteção das nossas crianças.
Se nós conseguirmos evitar a subtração, o tráfico, de um único bebê, de uma única criança, já valeu a pena”.
CÉLIO RIBEIRO
Entre os benefícios esperados estão a prevenção de crimes como trocas indevidas em maternidades, a subtração de recém-nascidos e o tráfico de crianças, além da redução de fraudes em benefícios sociais e maior efetividade das políticas públicas.
O Pacto também contribui para o cumprimento da meta 16.9 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que prevê identidade legal para todos até 2030.
Sobre Synolo Biometrics

A Synolo® Biometrics, fundada em 2021, é uma empresa de tecnologia dedicada à identificação biométrica ao longo de toda a vida — começando no nascimento — com foco na captura sem contato de impressões digitais de recém-nascidos, crianças e adultos. Seu principal produto, o Synolo® Neo, oferece captura de altíssima definição e operação dual-mode (sem contato e por contato), validada por certificação do FBI, o que reforça a qualidade de imagem e a pronta integração com programas de identidade. As soluções da Synolo estão disponíveis no Brasil por meio dos seus parceiros nacionais Golden, Montreal e TechMag.
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Sobre CONADI

A instituição atua na defesa dos órgãos de identificação, promovendo modernização, padronização e capacitação técnica. Também fortalece o intercâmbio científico nacional e internacional, articula questões políticas e jurídicas com os governos e participa da formulação e implementação de políticas públicas voltadas à identificação e à segurança.
Acompanhe como o reconhecimento facial, impressões digitais, biometria por íris e voz e o comportamento das pessoas estão sendo utilizados para garantir a identificação digital precisa para mitigar fraudes e proporcionar aos usuários conforto, mobilidade e confiança.
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