Após cenas lamentáveis de violência na final da Copa do Brasil, entre Atlético Mineiro e Flamengo, na Arena MRV, Minas Gerais toma medidas drásticas para garantir a segurança nos estádios.
Após reunião com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), medidas para coibir a violência em estádios de futebol no estado foram definidas, incluindo o uso de reconhecimento facial.
O reconhecimento facial e um cadastro único de torcedores com restrições de acesso são as principais armas nesse combate. “Não podemos tolerar em Minas Gerais o tipo de comportamento que foi visto na final da Copa do Brasil”, destaca a promotora de Justiça Paula Ayres, em entrevista ao Estado de Minas.
A violência na Arena MRV, que incluiu bombas, invasão de campo e agressões a profissionais, como o fotógrafo Nuremberg José Maria, atingido por uma bomba, acendeu o alerta para a necessidade de medidas mais eficazes. “Estamos examinando todos os incidentes que aconteceram para enxergar quais foram as falhas. O objetivo é nos prevenirmos para evitar que isso volte a acontecer em Belo Horizonte”, completa a promotora.
Reconhecimento Facial: Identificação e Punição
O reconhecimento facial, previsto na Lei Geral do Esporte, será fundamental para identificar e punir os infratores. “A questão do reconhecimento facial é fundamental, inclusive ela é prevista na Lei Geral do Esporte e nós vamos procurar fazer com que, mais do que o cumprimento de uma formalidade, isso seja um instrumento de prevenção e de repressão à criminalidade”, afirmou o promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, em entrevista ao Estado de Minas.
A tecnologia permitirá cruzar dados com o banco nacional de mandados de prisão, impedindo o acesso de criminosos, mesmo que não estejam banidos dos estádios. “A intenção do grupo é fazer com que esse sistema se comunique, por exemplo, com os dados do banco nacional de mandados de prisão”, explica Miranda.
Cadastro Único: Barrando a Entrada de Brigões
Um cadastro único de torcedores com restrições, incluindo aqueles com histórico de violência e envolvimento em crimes, será criado. “Estamos trabalhando na proposta de um cadastro comum e aberto ao público que terá informações sobre pessoas com restrições, sejam elas administrativas ou judiciais”, revela Marcos Paulo ao Estado de Minas. A ideia é que todos saibam quem são os infratores e que eles sejam impedidos de entrar nos estádios.
Rastreabilidade de Ingressos: Combatendo o Mercado Negro
A rastreabilidade de ingressos também será implementada para combater o desvio para cambistas e criminosos. “Não raras vezes esse ingresso vai parar na mão de cambistas, sendo comercializado de maneira clandestina. Em outras ocasiões esse ingresso chega a um criminoso, que vai utilizá-lo para ingressar no estádio e cometer crimes”, alerta o promotor.
Medidas Complementares
Além da tecnologia, outras medidas serão adotadas, como a elaboração de um protocolo de urgência para casos de violência generalizada e o monitoramento sistemático de pessoas envolvidas com a criminalidade nos estádios e nas torcidas organizadas.
Punições Severas
O Atlético Mineiro será denunciado no STJD e poderá sofrer punições como perda de mando de campo e até a interdição da Arena MRV. “O clube será denunciado no STJD. Aguardamos a súmula da partida com os relatos do árbitro. A perda de mandos de campo é uma das sanções que pode resultar da denúncia”, afirmou Paulo Dantas, procurador-geral do STJD, ao UOL.
As medidas visam garantir a segurança nos estádios e punir os responsáveis pelos atos de violência. “Acabei de conversar com o Comando da PM. Não vamos tolerar violência, muito menos no futebol. Já temos 12 presos e vamos seguir identificando e punindo os responsáveis pelo atos de violência no jogo de ontem em BH”, declarou o vice-governador de Minas Gerais, Mateus Simões, em suas redes sociais.
Busca por soluções tecnológicas para garantir a segurança nos estádios e coibir a violência ganha força em Minas Gerais
A Promotora de Justiça Paula Ayres Lima Damasceno, que coordena o Gaeco, tem se destacado nesse movimento. Recentemente, ela participou da Reunião Plenária da Secretaria Executiva das Redes de Controle (Secex), em Belo Horizonte, um evento que reuniu importantes nomes do controle público nacional, como Rodrigo Fontenelle, Controlador-Geral do Estado de Minas Gerais, e Edmar Camata, Presidente do Conaci. Na ocasião, a promotora palestrou sobre “O uso de tecnologias no combate à corrupção”, evidenciando a crescente importância da tecnologia na gestão pública, não apenas para a segurança em si, mas também para garantir a transparência e a eficiência administrativa. A participação de figuras de destaque como Fontenelle e Camata reforça a necessidade de cooperação entre órgãos de controle e a busca por soluções inovadoras, como a biometria, para aprimorar a segurança pública em diferentes áreas, incluindo os estádios de futebol.
Com a implementação da tecnologia biométrica e das demais medidas, espera-se que os estádios de Minas Gerais se tornem ambientes mais seguros para todos.
Com infrmações do MPGM, Estado de Minas, UOL
Foto: Divulgação MPGM
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