É importante adotar algumas medidas básicas de proteção. Aqui vão algumas dicas que podem ajudar a adquirir criptomoedas
*Por Fernando Bresslau
Segundo recente relatório sobre ameaças à segurança da internet divulgado pela McAfee, empresa americana de informática e software de segurança, tivemos, apenas no primeiro trimestre deste ano, um aumento de mais de 600% no número de ataques de malware de mineração.
Malware de mineração é um tipo de vírus desenvolvido para utilizar o processamento de nossos computadores pessoais para minerar secretamente alguma moeda digital.
Outro levantamento da empresa, o Relatório sobre Ameaças na Blockchain, detalha que os últimos ataques massivos têm sido contra proprietários de criptomoedas, exchanges e outras empresas que fazem uso da tecnologia blockchain.
Há também um relatório feito pela Ciphertrace sobre prevenção à lavagem de dinheiro que apontou um aumento na quantidade de ataques de hackers a exchanges. Esse tipo de ataque foi 3,5 vezes maior (em volume financeiro) do que em 2017. Esses golpes, no entanto, não são resultado de vulnerabilidades das criptomoedas, mas sim de empresas responsáveis pelo câmbio entre diferentes moedas.
Entre as fraudes, o phishing é o mais comum, devido à sua alta taxa de sucesso e fácil implementação técnica. Esse não é um ataque novo e já existia muito antes do Bitcoin. O hacker cria um site exatamente igual ao site que o usuário costuma usar e atrai a vítima através de e-mails, mensagens ou outros sites falsos. Quando a vítima coloca suas informações na réplica maliciosa do site, acaba entregando algo muito valioso ao hacker de bandeja.
Em meio a esse mar de inseguranças, é importante adotar algumas medidas básicas de proteção para não ser a próxima vítima.
Aqui vão algumas dicas que podem ajudar:
– Tenha excesso de cuidado com as senhas. Na hora de comprar Bitcoins ou Ethereum, por exemplo, não tenha preguiça de criar senhas extensas e complexas. Lembre-se: seus investimentos estão em jogo. Há uma série de aplicativos e programas gerenciadores de senha que podem te ajudar a gerar guardar essas senhas seguras. Você não precisa (e não deve) contar só com a memória. Exemplos :Lastpass, 1Password e Keepass;
– Abuse do segundo fator de autenticação (2FA). Todas as exchanges sérias possibilitam ao usuário ativar diferentes formas 2FA. Aprenda a utilizar essa ferramenta (parecida com o token disponibilizado por alguns bancos). Evite usar SMS como 2FA, se possível;
– Tome cuidado ao entrar no site das exchanges através de links, principalmente se os receber por e-mail. Você pode estar sendo alvo de um ataque do tipo Phishing. Prefira digitar você mesmo a URL do serviço ou adicione a página nos seus favoritos!
– Pesquise, pesquise e pesquise! Antes de usar qualquer carteira virtual para criptomoedas, faça uma varredura sobre a reputação dessa marca. Existem muitos aventureiros no mercado e quanto mais reputação positiva ela tiver, mais confiança você pode ter;
Finalmente, lembre-se: as dicas acima valem para toda a sua vida digital, não só para quando estiver lidando com criptomoedas. Afinal, ninguém quer ter o seu e-mail, facebook ou conta do banco invadidos por criminosos.
Poderia ainda listar muitas outras formas de investir em moedas virtuais de maneira segura, mas para não me estender, posso afirmar que esse é sim um setor em expansão e ainda com espaços para atuar de maneira estratégica. Tomando os cuidados necessários, trabalhando com empresas idôneas e estudando, as chances de você sofrer com algum ataque diminuem. Pense nisso.
*Por Fernando Bresslau, Country Manager da Ripio, carteira digital mobile para serviços financeiros.