Em suma, a operação irá proporcionar a migração da Ethereum de seu consenso original em Proof-of-Work para um novo consenso baseado em Proof-of-Stake
Por Orlando Telles
Operação, prevista para setembro, provavelmente será o ápice e o momento mais crítico do plano de escalabilidade da Ethereum, que não apenas é a segunda blockchain mais valiosa em termos de MarketCap, como é também de longe a maior plataforma de contratos inteligentes do mundo
Previsto para este mês, o The Merge é o maior e mais aguardado evento da história da Ethereum (ETH), que promete mudar de forma significativa o maior ecossistema cripto da atualidade.
Em suma, a operação irá proporcionar a migração da Ethereum de seu consenso original em Proof-of-Work para um novo consenso baseado em Proof-of-Stake.
De acordo com Orlando Telles, diretor de research da Mercurius Crypto, holding de inteligência em criptomoedas, a operação provavelmente será o ápice e o momento mais crítico do plano de escalabilidade da Ethereum, que não só é a segunda blockchain mais valiosa em termos de MarketCap, como é também de longe a maior plataforma de contratos inteligentes do mundo.
Dada a sua complexidade no curto e longo prazo, Telles aponta que é normal que haja confusões em torno da atualização.
Para ajudar no esclarecimento da comunidade, o especialista traz 10 afirmações mais recorrentes do mercado e classifica entre fake ou fato:
1) O The Merge vai reduzir as taxas e aumentar a velocidade da rede
Fake. O especialista destaca que o The Merge é a migração de PoW para PoS, e muito embora isso faça parte de um grande plano de escalabilidade concebido em 2018, esta etapa, em particular, não é nem nunca foi a responsável por baratear taxas ou tornar a rede mais rápida.
“A escalabilidade era originalmente atribuída aos Shardings, sendo depois remanejada para os rollups, a partir do momento em que a Ethereum adotou o Rollup-Centric Roadmap”, diz.
2) Assim que o The Merge estiver pronto, os valores em Staking poderão ser sacados
Fake. Após a atualização a rede funcionará em modo PoS, mas ainda sem a possibilidade de retirada de valores colocados em Staking.
Telles aponta que a funcionalidade só será possível após outro upgrade chamado Shangai, ainda sem data de previsão.
3) Então, quando o Staking puder ser retirado, vamos ver um despejo de Ethereum
Fake. As retiradas de valores em Staking terão que obedecer limites e cronogramas, ainda não definidos, uma vez que a retirada for habilitada.
“Hoje a rede Ethereum tem apenas 10% dos seus tokens travados em staking, enquanto outras redes PoS possuem de 50% a 75%. É bem possível que o efeito de as retiradas estarem prontas seja o contrário, aumentando a confiança da comunidade e aumentando ainda mais a proporção de tokens travados”, explica.
4) Só pode fazer staking quem tiver 32 ETH
Fake. Para Telles, o requisito de staking 32 ETH é para quem deseja operar um nó validador da rede, sendo capaz de propor blocos e assim recolher diretamente as recompensas da emissão de ETH.
Para quem não tem essa capacidade, existem outras possibilidades, como a utilização de pools, staking em corretoras ou até mesmo staking líquido em plataformas como a Lido Finance.
5) Com o The Merge teremos um novo token ETH2
Fake. Essa confusão se deu por muito tempo, enquanto a Ethereum Foundation se referia a rede proof-of-stake da Beacon Chain como ETH2, mas o fato é que nomenclatura nunca se referiu a um novo token, servindo apenas para diferenciar as redes, aponta o especialista.
“Ainda assim, algumas corretoras cogitaram criar um token ETH2 para diferenciar os tokens que estavam em staking daqueles que não estavam, o que ajudou a criar uma confusão ainda maior. Atualmente, com o The Merge, a ideia é que a fusão entre as redes seja transparente e isso se reflete também nos tokens em staking, que são e continuarão sendo tokens ETH”.
6) Após o The Merge a impressão de novos ETH vai diminuir drasticamente
Fato. Com a mudança de PoS para PoW, não serão mais impressos os ETH destinados a remunerar os mineradores e os validadores passarão a ser remunerados por uma realocação das taxas de transação.
A expectativa é que o upgrade corte a emissão de novos ETH em cerca de 90%, um fenômeno que vem sendo apelidado pela comunidade de Triple Halving, o que seria o equivalente a três halvings do Bitcoin de uma única vez.
7) Com o Triple Halving os ganhos de staking serão triplicados
Fake. Essa é outra confusão que tem se formado na comunidade.
O Triple Halving não tem relação com os ganhos dos stakers, sendo relacionado apenas com a redução na emissão de novos tokens ETH.
De acordo com o especialista, a Ethereum irá destinar uma maior parcela das taxas da rede para remunerar os seus validadores, com a expectativa de que os ganhos de staking aumentem em pelo menos 50%.
8) O The Merge irá tornar as segundas camadas inúteis
Fake. Considerando que o The Merge não irá acelerar a rede nem baratear as taxas, não existe qualquer motivo pelo qual prejudicaria as segundas camadas.
“Na verdade, hoje os rollups são considerados o caminho oficial pelo qual a Ethereum será escalada, e diversos upgrades futuros para o pós-merge são concebidos para ajudar e facilitar a vida dos rollups”, ressalta.
9) Os mineradores da Ethereum podem fazer um hard-fork e teremos duas redes Ethereum
Fato. Esta não é apenas uma possibilidade, mas um movimento que está sendo liderado pelo Justin Suns, dono da corretora Poloniex, com apoio de um grupo de mineradores chineses e suporte de corretoras como BitMex e Huobi.
Na teoria, Telles explica que um hard-fork alternativo continuaria funcionando em modo de PoW e iria concorrer diretamente com a nova Ethereum em PoS, pois fora o mecanismo de consenso, ambas seriam “iguais”.
Contudo, na prática, a rede Ethereum hoje possui muitas dependências externas que não podem ser duplicadas, como stablecoins, tokens sintéticos em pontes, conexões com Oráculos, e muito mais.
“No final das contas, essa Ethereum forkada em modo PoW, caso venha a ser estabelecida, vai ser uma rede extremamente prejudicada e disfuncional”, aponta.
10) O processo de upgrade do The Merge pode dar errado
Fato. Qualquer upgrade em uma blockchain pode dar errado.
Não é à toa que o The Merge chega em setembro, após vários meses de testes e estudos, cobrindo a migração de quatro testnets e diversos shadow-forks com sucesso.
“No final das contas isso não nos dá garantias, mas pelo menos temos a segurança de que o dever de casa foi muito bem feito”, finaliza.
Sobre a Mercurius Crypto
A Mercurius Crypto é uma holding de inteligência em criptomoedas.
A companhia conta com a Mercurius Research, com foco na análise e pesquisa do mercado, e a Mercurius Asset, voltada à gestão de fundos de investimentos regulados pela CVM e Anbima.
Juntas, as frentes de atuação têm forte presença nas redes sociais, bem como a maior e mais experiente equipe de especialistas do mercado.
A empresa conta, ainda, com a Mercurius PRO, a maior plataforma de educação em cripto exclusiva para assinantes.
Mais informações podem ser consultadas por meio do site oficial e nas principais redes sociais.
Como foi o Blockchain Rio Festival na visão de Maria Luiza Reis presidente da Assespro Rio
CESAR participa do Blockchain Rio Festival, maior evento de blockchain da América Latina
BlockchaIn Rio Festival sedia premiação Women In Tech Latam Awards 2022
BlockchaIn Rio Festival lança programação oficial