Com a participação de Affonso Nina, Presidente Executivo, Mariana Rolim, Diretora Executiva, Roberta Piozzi, Diretora de Parcerias e Projetos em Educação, e Silvia Sanchez, Diretora de Projetos de Tecnologia e Inovação, a Brasscom apresentou, em coletiva de imprensa, o Relatório de Diversidade do Setor de TIC do primeiro semestre de 2024, com dados relevantes sobre gênero, raça, PCDs e faixa etária.
O setor de TIC no Brasil enfrenta desafios de diversidade e inclusão, com baixa representatividade de mulheres (39%) e negros em cargos de liderança (2%). A disparidade salarial entre gêneros também é preocupante, com homens recebendo em média 37,1% a mais que as mulheres. Apesar de iniciativas como a Lei 14.611/2023 e ações da Brasscom, a mudança exige maior engajamento de empresas e instituições na promoção de um ambiente mais inclusivo e equitativo, com igualdade de oportunidades para todos, independentemente de gênero, raça ou etnia.
A Brasscom, em seu compromisso com a promoção da diversidade e inclusão no setor de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), divulgou o Relatório de Diversidade referente ao primeiro semestre de 2024. O documento, apresentado em uma coletiva de imprensa com a participação de Affonso Nina, Mariana Rolim, Roberta Piozzi e Silvia Sanchez, traz dados importantes sobre a diversidade de gênero, raça, pessoas com deficiência (PCDs) e faixa etária no setor.
A Brasscom passará a divulgar o Relatório de Diversidade do Setor de TIC semestralmente, com dados atualizados.
Alguns dos principais destaques do relatório incluem
- No primeiro semestre de 2024, o setor de TIC (Software, Serviços TIC, Indústria e Comércio) contratou 10.525 profissionais homens e 8.773 mulheres, com um aumento de 1,9% nas contratações femininas e 1,5% nas masculinas. O crescimento das contratações de profissionais negros foi de 6,5%, sendo que mulheres negras registraram um aumento ainda maior, de 7,3%, e homens negros, de 6,0%.
- O setor de TIC tem se destacado na promoção da igualdade de gênero, ampliando as oportunidades para as mulheres em cargos de liderança. Nos últimos cinco anos, a participação feminina em posições de diretoria e gerência no setor de TIC aumentou 1,7 p.p., atingindo 35,6%. Contudo, ao analisarmos as áreas de operações TIC e P&D, observamos que a participação feminina ainda é menor, representando 28,1%. Apesar disso, nos últimos cinco anos, a representatividade de mulheres nessas áreas cresceu 4,6 p.p., evidenciando o compromisso do setor com a equidade de gênero.
- Há 9.902 profissionais PCDs no setor de TIC, o que representa 0,8% do total de profissionais do setor.
- O mercado de trabalho nacional é majoritariamente composto por profissionais de 19 a 29 anos, que representam 35,8% da força de trabalho. No setor de TIC, essa predominância é ainda mais acentuada, com 55,6% dos profissionais pertencendo a essa faixa etária. Esses números refletem a forte concentração de talentos jovens no setor, o que contribui para a inovação e a adoção de novas tecnologias.
Políticas Educacionais
Regina Tupinambá e Susana Taboas, cofundadoras do Portal Crypto ID, um dos associados institucionais da Brasscom, também estiveram presentes na coletiva.
“Acredito muito no desenvolvimento da escola técnica. É uma das fichas que o Brasil tem que apostar para o futuro”, afirma Susana Taboas. “O governo implementa políticas educacionais baseadas em formação através de cursos técnicos, e os jovens acreditam que o curso técnico é a entrada para o mercado de trabalho de uma forma profissional. No entanto, as empresas têm de dar a contra partida e acreditar no lofazendo disso uma política de recursos humanos em lugar de exigir curso superior como unica porta de entrada para posições que não seria necessário esse tipo de pré-requisito”.
Respondendo à fala de Taboas, o Presidente Executivo da Brasscom, Affonso Nina, destacou a importância da formação técnica para o setor:
“Exatamente. Isso faz parte das propostas iniciais do plano que a Brasscom está detalhando nesse momento, que é justamente fomentar a formação de jovens profissionais técnicos. No plano, estamos visando isso, queremos fomentar a inserção de jovens na área de tecnologia. A Brasscom já atua há muitos anos com essa pauta, tentando influenciar o mercado para que, de fato, tenhamos mais jovens trabalhando em tecnologia. Não basta apenas a disponibilização de cursos. É preciso trabalhamos no sentido de que as empresas deem mais valor a esse tipo de profissional: jovem, iniciante e com boa formação técnica”.
Nina ainda complementou: “A Brasscom trabalha em planos estratégicos para implementação de uma formação adequada do ponto de vista de preparação para inserção dos jovens no mercado de trabalho, mas no fim, a empresa tem que estar preparada. E a Brasscom identificou isso, em ações e projetos que realizamos onde verificamos que havia essa dificuldade do lado da contratação, em atividades de desenvolvimento de software, de sistemas, de programação e tudo mais”.
“Esse cenário aponta a importância da formação técnica entre os jovens”, afirma Regina Tupinambá. “Fica claro o interesse dos jovens por conteúdos densos de tecnologia e, consequentemente, seu interesse em ingressar neste mercado de trabalho. Verificamos isso quando analisamos a audiência do Crypto ID que chega a 26% entre jovens de 18 a 25 anos.“
Atração de DataCenters
Affonso Nina, apontou a necessidade de investimentos para atração de datacenters para o Brasil
“Estamos assistindo a tendência de repatriamento de dados pelas empresas, principalmente nos setores varejista e financeiro”, diz Regina Tupinambá. “Essa tendência ocorre em função de custos, vulnerabilidades e a chamada “nuvem tóxica”, que se refere ao uso da nuvem por diversos setores de uma mesma empresa, gerando um ambiente complexo e com riscos de segurança“, complementa.
Silvia Sanchez, complementou a fala de Tupinambá destacando que o uso de inteligência artificial e da computação quântica aumentaram consideravelmente o consumo de banda e espaço em datacenter. “Antigamente você consultava um ou dois buscadores quando queria encontrar uma referência, agora você pergunta à IA e ela pesquisa em uma infinidade links em diferentes buscadores”, explicou Silvia.
Brasscom e o Plano Brasil Digital 2030+
A Brasscom tem um papel ativo na construção de um futuro digital mais inclusivo e próspero para o Brasil. A Associação participou ativamente do Plano Brasil Digital, uma iniciativa que visa impulsionar o desenvolvimento tecnológico e a inclusão digital no país. A Brasscom contribuiu com propostas técnicas relevantes, representando a voz da sociedade civil e do setor de TIC.
O Plano Brasil Digital é um projeto ambicioso que visa preparar o Brasil para os desafios e oportunidades da era digital. Ele abrange diversas áreas, como infraestrutura, educação, pesquisa e desenvolvimento, e inclusão digital. A participação da Brasscom nesse projeto reforça o compromisso da Associação em promover um ambiente favorável à inovação e ao desenvolvimento tecnológico no país.
A Brasscom defende a colaboração entre governo, setor privado, terceiro setor e academia para garantir que os benefícios da tecnologia cheguem a todos os brasileiros, especialmente às comunidades menos favorecidas. A Associação acredita que a educação e a inclusão digital são fundamentais para o desenvolvimento social e econômico do país.
O setor de TIC está mostrando que a diversidade é um motor de inovação e progresso. Os avanços demonstrados no relatório, especialmente a crescente presença de mulheres em cargos de liderança e a maior contratação de negros no setor de TIC, são notícias positivas, mas ainda há muito, muito mesmo, a ser feito nessas frentes e em várias outras, quando falamos em aumento da diversidade no setor. O Plano Brasil Digital 2030+, que a Brasscom organizou sob a liderança do Conselhão, tem como um dos pilares a Inclusão Social e Digital, com ações para aumentar a inclusão das minorias na transformação digital.”
Affonso Nina
Iniciativas de capacitação e o canal TechMe
Durante a coletiva, Mariana Rolim destacou algumas iniciativas da Associação e de seus associados na promoção de programas de capacitação gratuitos para jovens. Essas iniciativas visam ampliar o acesso à educação tecnológica e preparar os jovens para o mercado de trabalho.
Além disso, a Brasscom lançou recentemente uma nova fase do TechMe, um canal que aborda temas como tecnologia, oportunidades de carreira e formação em TIC. Aproveitando a tendência do formato Mesacast, o TechMe traz discussões relevantes e orientação para jovens interessados em ingressar no setor de tecnologia.
Com este relatório e suas diversas iniciativas, a Brasscom reforça seu compromisso em promover um setor de TIC mais diverso e inclusivo, contribuindo para um futuro mais justo e equitativo para todos.
Confira o primeiro episódio do TechMe
Conheça a Brasscom
A Brasscom, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais – é uma entidade sem fins lucrativos de representatividade nacional que congrega dezenas das maiores, mais dinâmicas e inovadoras empresas de TIC alinhadas com a Era Digital. A entidade atua para defender e promover o desenvolvimento do Macrossetor de TIC e de tecnologias digitais, em prol de um País Digital, Conectado e Inovador.
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