Ao serem integrados aos sistemas de manufatura, eles oferecem coleta de dados em tempo real, permitindo um monitoramento preciso
Por Ricardo Macchiavelli, Chief Operating Officer (COO) da Blockbit
Desde o advento da Revolução Industrial, a indústria de manufatura tem estado na vanguarda da inovação, em uma incessante busca por eficiência que levou a avanços significativos, desde a mecanização até a automação, visando sempre ampliar a produtividade para atender um mercado que se habituou com o fácil acesso a produtos cada vez mais modernos e aprimorados.
Em meio a esta jornada de evolução, a indústria enfrenta agora um novo paradigma: a integração de tecnologias digitais em seus processos.
A transformação digital tem redefinido o cenário da manufatura moderna, marcando a transição de processos tradicionais para ecossistemas interconectados, impulsionados por tecnologias avançadas. Essa evolução, que começou com os primeiros passos da automação, agora é dominada pela Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial, abrindo caminhos para otimizações de processos e melhorias na eficiência operacional.
Em meio a esse cenário, os dispositivos de IoT emergem como elementos-chave, desempenhando um papel vital para o aumento da lucratividade. Ao serem integrados aos sistemas de manufatura, eles oferecem coleta de dados em tempo real, permitindo um monitoramento preciso e constante do desempenho dos equipamentos.
Essa riqueza de dados não só facilita a implementação de manutenção preditiva, mas também fornece informações valiosas para a melhoria da eficiência na produção. Além disso, a IoT contribui para a simplificação da gestão da infraestrutura, permitindo um controle mais centralizado e uma resposta mais ágil às mudanças nas condições de operação e nas demandas do mercado.
Essa tecnologia tem o potencial de transformar radicalmente a indústria ao otimizar processos produtivos, reduzir períodos de inatividade, aprimorar a segurança no local de trabalho e viabilizar a manutenção preditiva. No entanto, esses avanços também trouxeram consigo novos desafios, com a segurança cibernética emergindo como um componente essencial para a sustentabilidade e integridade das operações industriais.
À medida que as fábricas se tornam mais interconectadas e dependentes de sistemas automatizados, a superfície de ataque para possíveis ameaças virtuais também se expande, com potenciais impactos que vão desde interrupções na produção e roubo de propriedade intelectual até riscos diretos à segurança dos trabalhadores.
Neste contexto, surge uma questão crucial: como podemos avançar na jornada tecnológica da indústria mantendo a segurança cibernética no cerne de nossas operações? As estratégias e soluções que adotarmos agora não apenas definirão o curso da manufatura moderna, mas também estabelecerão as bases para uma era industrial mais segura e resiliente.
É importante dizer que a segurança digital na manufatura transcende a simples proteção de dados, ela engloba a proteção dos ativos digitais e físicos da empresa. Neste ambiente, equipamentos de produção que estão conectados à rede como máquinas CNC (Computer Numeric Control), robôs industriais e sistemas de automação não são apenas componentes essenciais do processo produtivo, mas também potenciais alvos de ataques maliciosos.
Essa interconexão cria uma superfície de ataque ampliada, na qual a segurança cibernética torna-se imprescindível não só para preservar a integridade das informações, mas também para garantir a continuidade operacional e a segurança física das instalações.
Estimativas indicam que mais de 60% das empresas de manufatura esperam sofrer tentativas de ataques este ano. É de conhecimento dos executivos dessa indústria que eventuais interrupções nas operações podem resultar em implicações financeiras graves e afetar a reputação corporativa de forma permanente.
Portanto, é fundamental investir em medidas de segurança cibernética que não apenas protejam contra ameaças, mas também fortaleçam a resiliência operacional. Isso inclui a capacidade de se recuperar rapidamente de incidentes para minimizar o tempo de inatividade e preservar a continuidade dos negócios.
Com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) em vigor no Brasil desde agosto de 2020, as empresas estão cada vez mais pressionadas para priorizar a segurança digital e proteger dados pessoais que acessam.
Para tanto, um conjunto de soluções de proteção começou a fazer parte do dia a dia dessas companhias, como firewalls, criptografia e autenticação multifatorial, somados a uma rotina contínua de treinamentos para capacitar funcionários em relação a melhores práticas de uso de e-mails, links e sistemas que colocam o meio empresarial em risco.
Além de implementar medidas de segurança, as empresas devem adotar uma abordagem proativa e contínua de proteção. Isso inclui a revisão regular de políticas de privacidade, avaliação de riscos, auditorias internas e a nomeação de um encarregado de proteção de dados para supervisionar a conformidade.
A segurança cibernética, sem dúvida, desempenha um papel vital na proteção dos ativos digitais, na garantia da integridade dos processos de produção e na preservação da propriedade intelectual. A conscientização, a educação e a implementação de políticas de segurança cibernética robustas são fundamentais, mas são as soluções digitais inovadoras que efetivamente bloqueiam acessos indevidos e neutralizam riscos empresariais.
Na era da transformação digital, investir em tecnologias avançadas de proteção não é mais uma opção, mas uma necessidade imperativa para as empresas que buscam prosperar. Diante de uma gama cada vez maior de plataformas de segurança cibernética, negligenciar essas soluções digitais pode representar um risco desnecessário e crítico para a continuidade e o sucesso da indústria.
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