Por Rob Johnson
O estudo Tendências em Data Centers para 2022, desenvolvido pelos experts da Vertiv em dezembro de 2021, revela a complexidade dos desafios desse setor neste ano.
Está claro que a principal tendência é o foco em sustentabilidade e em mudanças climáticas.
Os data centers fomentam os avanços científicos, melhoram os processos empresariais, entregam entretenimento nas casas dos consumidores e possibilitam novas formas de comprar e de se conectar com o mundo.
O data center aporta um valor tremendo para os indivíduos, as empresas e a sociedade. Mas, à medida que a indústria continua a se expandir para atender à demanda – e com estimados 2,9 gigawatts de nova capacidade de data center sendo construída agora mesmo -, há uma preocupação crescente com os recursos que essas instalações consomem.
Embora a indústria tenha avançado nos últimos anos em relação a melhoria da eficiência energética dos data centers, ainda há muito a ser feito.
Os principais especialistas do mercado enxergam 2022 como um ano no qual os operadores de data centers terão uma abordagem mais intencional para ampliar os esforços realizados em anos anteriores.
A meta é ter visibilidade sobre o uso de recursos, as emissões de carbono e o que já foi feito em relação à redução de resíduos.
Os maiores data centers estão caminhando nesta direção. Alguns estabeleceram metas ambiciosas para as suas organizações, como alcançar emissões líquidas zero de carbono e zerar o uso de água nos próximos 10 anos.
Ao perseguirem esses objetivos, os gestores estão estabelecendo um rumo para o resto da indústria. Isso é feito enquanto os data centers aproveitam sua escala para acelerar o avanço de tecnologias que possibilitem operações mais sustentáveis.
Este rumo é claro. Para esses data centers inovadores, os primeiros passos se concentram em igualar o uso de energia com 100% de energias renováveis.
Os gestores estão empenhados, também, em capitalizar sobre novas tecnologias de infraestrutura para melhorar o uso da energia e reduzir a dependência em sistemas de gerenciamento térmico baseados em uso intenso de água.
Ao mesmo tempo em que tomam medidas para reduzir o impacto das suas instalações nas mudanças climáticas, os gestores precisam garantir que os data centers estejam protegidos contra os efeitos das mudanças climáticas.
É fundamental decidir onde e como construir novas instalações e colocar as redes de telecomunicações alinhadas com novos critérios, levando em conta os desafios trazidos por eventos climáticos cada vez mais severos e mais frequentes.
Outro ângulo importante a ser equacionado é o quanto as soluções e serviços de infraestrutura crítica do data center estão alinhados com as metas de sustentabilidade.
Há organizações que investem sem cessar em inovações que possibilitem o uso mais eficiente dos recursos, aumentando o uso de energias renováveis e, ao mesmo tempo, garantindo a continuidade e a resiliência que precisam acompanhar a sustentabilidade.
Algumas destas inovações incluem um novo modo de operação das fontes de alimentação de energia ininterrupta (UPS) que se adapta de forma segura e dinâmica às alterações na qualidade da energia para otimizar a eficiência energética do UPS.
O mercado conta, também, com sistemas que promom o uso eficiente e econômico de energia sem uso de água. Isso proporciona uma alternativa aos sistemas de refrigeração baseados em um uso intenso de água.
No setor de Telecomunicações, em especial, é possível utilizar avançadas soluções de energia solar.
A questão da sustentabilidade é tão urgente que cabe ao fornecedor de soluções e serviços de infraestrutura crítica ir além de seu próprio portfólio, e aderir a alianças que estão efetivamente mudando o mundo.
Vale a pena analisar quem já está trabalhando com grupos de liderança intelectual da indústria como o EcoEdge Prime Power (E2P2), o Projeto de Computação Aberta (OCP) e a Associação Europeia de Data Centers (EUDCA), entre outros.
A meta é contribuir com pesquisas que desenvolvam tecnologias e melhores práticas críticas para que melhorias na sustentabilidade efetivamente aconteçam.
O próximo passo da jornada rumo às operações com emissões líquidas zero requer que se reduza a dependência da rede elétrica. A combinação de células a combustível, armazenamento de energia de longa duração e sistemas inteligentes de gerenciamento de energia tornará viável e economicamente atraente a transformação de energia vinda da rede elétrica para energia renovável gerada localmente.
Esses avanços não são simples nem fáceis. Representam uma mudança fundamental em como os data centers são alimentados.
Para que isso se torne realidade, demandam esforços concentrados e a colaboração entre os operadores de data centers, seus parceiros de infraestrutura e outros stakeholders.
Quem se engajar nessa agenda de transformação gerará um futuro no qual os data centers continuarão a entregar valor ao mundo e, ao mesmo tempo, minimizarão seu impacto no planeta e nas comunidades onde operam.
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