Na linha de frente desses desafios estão os profissionais de segurança e fornecedores que trabalham incansavelmente para revolucionar o setor
Ao decorrer em que os mercados continuam a flutuar, cortes orçamentários e demissões agora se estendem por toda a indústria de tecnologia, incluindo a de segurança cibernética.
Com isso, muitos investidores estão agindo com cautela e esperando para ver uma correção nas avaliações, enquanto as startups do setor estão examinando seus próximos passos e viabilidade a longo prazo.
Entretanto, o número crescente e a sofisticação dos ataques cibernéticos, reforçam por outro lado uma necessidade de maior conscientização e inovação em segurança.
Na linha de frente desses desafios estão os profissionais de segurança e fornecedores que trabalham incansavelmente para revolucionar o setor.
Reflexo dessa dissonância entre os picos de 2021 e o que parece ser um 2022 preocupante, deixou alguns profissionais e executivos preocupados.
Os veteranos da indústria veem as coisas de maneira diferente, muitos deles enxergam o paradigma em relação às recessões de 2022 em grande parte à bonança de 2021.
Parte desse movimento passa pelo fato de que as empresas estão se alinhando à Nova Economia e estruturando seus modelos através de modos de trabalho remoto, híbrido ou presencial, seguindo uma tendência de trazer seus trabalhadores de volta a seus antigos postos físicos de serviço.
Todas essas ações demandam um custo alto, o que, de certo modo, vem causando diminuição no orçamento destinado a outras áreas, como proteção digital.
O financiamento de segurança cibernética diminui acentuadamente com a abertura de alguns mercados e a flexibilização das restrições sanitárias – como ocorre no ápice de todas as crises globais.
Os retornos gerados após uma recessão, foram mais atraentes em private equity de segurança cibernética e agora, com o aumento de casos em torno de violações virtuais, é o investimento total retornarem a padrões anteriores.
Se retrocedermos, a mistura de oportunidades abundantes e um número limitado de fornecedores de primeira linha no início dos anos 2000 trouxe a uma “idade do bronze” da segurança cibernética, um período de inovação e gastos iniciais.
Após isso, a “idade da prata” surgiu, com a crise de 2008 quando a computação em nuvem começou sua ascensão meteórica e ajudou a estabelecer os gigantes da tecnologia que hoje são icônicos e de propriedade pública.
Avançando neste ambiente e nos próximos dez anos, veremos a “era de ouro” do investimento privado em segurança cibernética, com uma superfície de ataque crescente e a capacidade de abordar vários vetores além da segurança cibernética, incluindo blockchain, computação quântica e outros, os empreendedores terão oportunidades significativas – assim como os investidores também.
Essas crescentes oportunidades de inovação também decorrem dos desafios que os CISOs enfrentam devido à falta de soluções para lidar com os riscos e necessidades de segurança.
Não importa o que a economia faça, ainda é preciso implementar tecnologia em áreas que não tínhamos antes, com lacunas de segurança que precisarão ser preenchidas.
Um grande espaço nesse sentido está aberto para que startups focadas no cliente com um produto forte e capacidade de garantir financiamento tenham chances ainda maiores daqui para frente.
Em 2021, por exemplo, 9 novos unicórnios israelenses de segurança cibernética surgiram no mercado, em oposição a apenas 5 em 2020.
No entanto, é nítido que há uma distinção clara entre os unicórnios que foram coroados devido ao crescimento de três dígitos, com serviços de primeira linha ou produtos sólidos voltados para grandes players e setores, alcançando um alto status ou daqueles que “surfaram” as boas ondas do mercado neste período.
As empresas que alcançaram esse nível com alguns milhões em ARR precisarão claramente demonstrar valor, produto e crescimento acelerado nos próximos anos.
Caso não o façam, podem esperar rodadas baixas. Portanto, é previsto que tenham a responsabilidade de se provarem cada vez mais no segmento.
É importante observar também, que decisões difíceis em rodadas subsequentes após crescimento rápido são uma parte natural do ciclo. Isso sempre aconteceu, o volume só é maior.
Quanto mais inovação emerge, mais paredes de tijolos se elevam, assim como a exigência da indústria como um todo.
Outro aspecto é que existem capital suficiente para refazer as avaliações, com vários investidores trabalhando com startups em rodadas de reestruturação.
Com isso, investidores e fundadores podem considerar períodos de turbulência para abrigar oportunidades de longo prazo.
As empresas podem usar esse momento econômico volátil para introspecção e uma avaliação do que precisa ser cortado, deslocado ou alterado para estimular o crescimento após a tempestade.
As corporações devem avaliar se o que estão fazendo, em termos de orçamento e contratações, por exemplo, está levando ao crescimento.
As taxas de queima podem se tornar mais saudáveis, levando a um caminho equilibrado e baseado em receita para o status de unicórnio sustentável, em oposição ao que aconteceu no ano passado, com um aumento desenfreado na demanda.
No lado do estágio inicial do espectro, é viável que startups estejam mais bem posicionadas para enfrentar essa turbulência.
O investimento na fase inicial não deverá ser diminuído.
As organizações são o ponto de conexão de todos os stakeholders do mercado e devem se concentrar em resolver os problemas dos clientes e atrair novos talentos.
À medida que crescem, devem prestar mais atenção à correlação entre a taxa de crescimento e a taxa de consumo, a economia da unidade em termos de aquisição de clientes e todos os fundamentos importantes – adequação do produto ao mercado, repetibilidade de vendas e muito mais, antes de começarem a escalar.
Em suma, é verdade que a mudança repentina e impressionante de uma alta do setor em 2021 para um ambiente de mercado volátil em 2022 tem repercussões reais e dolorosas para as startups na economia global.
Contudo, os empreendedores de segurança cibernética podem se beneficiar dessa curva saudável e descobrir que a necessidade de seu brilhantismo não diminuiu e continuará alimentando a inovação nos próximos anos.
Isso pode ser um obstáculo desafiador para todos, porém ao final pode começar uma nova era de ouro da segurança cibernética.
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Sobre Adriano da Silva Santos –
O jornalista e escritor, Adriano da Silva Santos é colunista colaborativo do Crypto ID. Formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina. Adriano Silva (@_adrianossantos) / Twitter Adriano Silva | LinkedIn
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