Uma grande quantidade de emails da campanha presidencial francês Emmanuel Macron, presidente eleito nesse último domingo, foi postado online na noite de sexta-feira, antevéspera do segundo turno da eleição no qual ele enfrentou a candidata de extrema-direita Marine Le Pen.
Cerca de nove gigabytes de dados foram lançados por um usuário chamado EMLEAKS para o Pastebin, um site de compartilhamento de documentos que permite postagem anônima. Não estava imediatamente claro quem era responsável por postar os dados ou se os emails eram genuínos.
Em um comunicado, o movimento político de Macron En Marche! confirmou que tinha sido alvo de hackers.
“O Movimento En Marche foi vítima de um ataque de hackers maciço e coordenado esta noite, que deu origem à difusão em mídias sociais de várias informações internas”, informou o comunicado.
Um funcionário do Ministério do Interior se recusou a comentar, citando as regras francesas que proíbem qualquer comentário que possa influenciar uma eleição, e que entraram em vigor à meia-noite de sexta-feira (horário da França).
As pesquisas de opinião mostram que o independente Macron, de centro, está perto de vencer a candidata da Frente Nacional, Le Pen, na votação de domingo, vista como a eleição mais importante da França em décadas.
Em 26 de abril, a equipe de campanha disse que foi alvo de uma série de tentativas de roubo de credenciais de email desde janeiro, mas que os suspeitos até o momento não tinham conseguido comprometer os dados da campanha.
Em fevereiro, o Kremlin negou que estivesse por trás de tais ataques, apesar de a campanha de Macron ter renovado as acusações contra a mídia russa e um grupo de hackers operando na Ucrânia.
Em seu comunicado nesta sexta-feira, o En Marche! disse que os documentos divulgados online só mostravam o funcionamento normal de uma campanha presidencial, mas que documentos autênticos haviam sido misturados com falsos nas mídias sociais para semear “dúvida e desinformação”.
“Não toleraremos que os interesses vitais da democracia sejam colocados em risco”, acrescentou.
Fonte: Reuters – Reportagem de Eric Auchard em Frankfurt e Michel Rose e Bate Felix em Paris