Pesquisas da Trend Micro apontam que o Brasil está entre os 7 países mais vulneráveis do mundo e o 2º na mira de ataques de dados
Por Marlos Brust
Outra pesquisa, da Unisys, registrou que 85% dos entrevistados já foram vítimas ou conhecem alguém que sofreu algum tipo de cibercrime. 75% deles receiam que seus dados financeiros sejam fraudados.
Embora o medo seja real, bem como o potencial das ameaças, os cuidados na prática não recebem o mesmo grau de importância. Há inúmeras ferramentas e soluções que minimizam esses riscos e as empresas em geral têm apostado fortemente em manter seus dados seguros, mas a cultura “do jeitinho” e da “inocência” faz com que os perigos continuem a rondar usuários e grandes companhias.
Por mais que a empresa invista em tecnologias de ponta com várias camadas de segurança, se o colaborador interagir com um e-mail malicioso, tudo isso pode ir por terra, pois pode ser uma porta de entrada para acessar dados sigilosos.
Senhas fáceis, downloads indevidos, instalação de programas e aplicativos duvidosos e desnecessários, uso de redes não seguras, acesso a sites e links não confiáveis, armazenamento ou compartilhamento de informações entre dispositivos sem criptografia ou entre apps e pessoas que não precisariam recebê-los. São muitas as possibilidades para deixar os dados vulneráveis e qualquer descuido pode ser fatal. O uso da tecnologia traz muitas facilidades ao dia a dia, mas infelizmente isso também contempla as pessoas de má índole, já que é muito mais conveniente roubar dados de forma anônima na internet do que fazê-la no mundo real.
O fato é que a cultura de segurança de dados sempre é exposta de “fora para dentro”, ou seja, da empresa para o usuário, mas na verdade, ela é uma via de mão dupla para funcionar adequadamente. É claro que as empresas precisam investir em treinamentos, informações e até testes para manter um ambiente seguro e fomentar a criação de uma cultura em que todos os envolvidos na cadeia estejam engajados em proteger seus dados pessoais e da companhia, mas que tal cada agente pegar pra si um pouco dessa responsabilidade? Atitudes simples fazem muita diferença!
Por exemplo, não adianta criar uma senha “supersegura” se ela fica anotada em um papel na frente do seu computador e ele fica exposto para que outras pessoas acessem.
Vai mandar uma informação confidencial por e-mail? Todas as pessoas que estão ali copiadas realmente deveriam receber esse conteúdo? Além disso, existe a possibilidade de incluir um endereço de e-mail equivocadamente. Imagine enviar uma informação sigilosa de um cliente para um concorrente sem querer? Neste caso, um portal seguro e com acesso restrito é a melhor maneira de manter a confidencialidade e ainda garantir que esses dados não sejam perdidos.
Seus filhos acessam seu celular ou notebook? Mantenha os arquivos importantes armazenados com senha para evitar que eles sejam deletados erroneamente e bloqueie o download de quaisquer aplicativos. Na inocência, seu dispositivo pode ser alvo de malwares e seus dados serem roubados.
Precisa imprimir algum documento? Primeiro se questione se isso é realmente necessário. Em caso afirmativo, pegue-o imediatamente na impressora para evitar que outros tenham acesso. Principalmente em locais públicos e grandes companhias.
Cuidado também com o compartilhamento de informação via WhatsApp e demais aplicativos e o excesso de exposição nas redes sociais. Você só é monitorado se quiser.
Por fim, atente-se também a conversas sigilosas em locais públicos. Imagine que você está falando com um colega de trabalho sobre uma novidade muito importante da empresa e essa informação é vazada porque alguém que não deveria ouviu o diálogo. Você vai prejudicar a si mesmo e a companhia onde trabalha!
Na era da informação, cuidado nunca é demais. Se cada um fizer a sua parte, os riscos de vazamento e perda de dados são menores. Somente assim será estabelecida uma cultura de segurança totalmente eficiente.
Sobre Marlos Brust
Formado em Ciências da Computação pela Universidade Regional de Blumenau e em Gestão Empresarial ERP pela UDESC e MBA em Finanças, Controladoria e Auditoria pela FGV, Marlos Brust é gerente de infraestrutura e back-office da Becomex, e responde pelo comitê de segurança da informação.
Antes, trabalhou na DataSul por 10 anos, como analista de sistemas, coordenador e gerente de Customer Success. Foi gerente de PMO, Qualidade de SW e TI na AUTUS – TOTVS e diretor de operações na Quirius.
Sobre a Becomex
Empresa de consultoria estratégica e tecnologia avançada especializada nas áreas fiscal, tributária e aduaneira. Em 12 anos de existência, a Becomex é a líder em regimes especiais que envolvem operações internacionais. Atende mais de mil clientes, entre eles as maiores importadoras e exportadoras do país. Colabora para a redução do custo tributário das empresas e sua cadeia de fornecedores, aliada ao compliance, com o objetivo de contribuir para o aumento da competitividade nos negócios.
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