Cinco tendências de Data & Analytics para a Nova Era Digital
Por Peter Krensky
Nos últimos anos, a consolidação de informações como um ativo crítico para o funcionamento do ambiente corporativo tem exigido que os líderes de TI alterem suas estratégias de gerenciamento para Data & Analytics.
Entre as ações adotadas, as organizações estão reforçando estruturas e equipes em busca de soluções e habilidades capazes de transformar informações em um ativo corporativo real. Assim, a área de Data & Analytics vem ganhando momento no mercado e a tendência é que cresça nos próximos anos, com as companhias redobrando suas atenções no desenvolvimento de arquiteturas cada vez mais inteligentes no uso de dados e insights.
Com isso, a influência dos processos de analytics nos resultados das empresas aumentará, provocando maior integração entre os times de TI e Finanças na busca pelas melhores condições para agregar valor às informações coletadas pelas ferramentas digitais. Essa cooperação entre as áreas irá aprimorar a utilização dos dados como um diferencial competitivo, acelerando a eficiência operacional e a inovação.
Com base nesse cenário, as principais tendências da área de Data & Analytics para os próximos anos serão:
Até 2022, 90% das estratégias corporativas mencionarão explicitamente os dados como um ativo essencial para os resultados das empresas
Atualmente, menos de 50% das estratégias corporativas documentadas mencionam a área de Data & Analytics como um componente-chave para a geração de valor às empresas. Os líderes empresariais devem passar a observar rapidamente o desenvolvimento das propostas de analytics como um fator estratégico (e não apenas técnico), garantindo que as competências de Data & Analytics sejam incorporadas e trabalhadas nos planos de negócios.
Até 2023, mais de 80% das estratégias de dados e analytics exigirão mudanças na formação das equipes por conta da necessidade cada vez maior de se de expandir a cultura de dados como forma de gerar valor aos negócios
De acordo com pesquisas do Gartner, o cenário atual ainda é marcado por uma barreira de linguagem da informação entre as organizações, sustentada por comunicações ineficazes entre as partes interessadas. Como resultado, os líderes de têm se esforçado bastante para conseguir transmitir suas mensagens, com ativos de informações sendo subutilizados. Por isso, indicamos a necessidade de reformulação das estratégias de alfabetização de dados para a capacitação e formação dos profissionais, com a implementação de programas de conscientização e de educação para todos os funcionários. As organizações devem tomar medidas para educar seus times envolvidos na elaboração de soluções, produtos e serviços orientados por dados. Dessa forma, as empresas poderão impulsionar seus investimentos em tecnologia, extraindo melhores oportunidades a partir das informações.
Até 2022, 30% dos Chief Data Officers (CDOs) farão parceria com os Chief Financial Officers (CFOs) para avaliar formalmente a utilização dos dados para melhorar o gerenciamento das empresas
A presença dos dados como elemento estratégico das organizações fará com que a área de Data & Analytics deixe de ser apenas uma ferramenta de suporte, influindo diretamente na tomada de decisões. Como resultado, é esperado que os líderes de Data & Analytics se aproximem das outras áreas de suas organizações, atuando inclusive em parceria com a diretoria financeira. Essa relação deverá influenciar diretamente a gestão das prioridades, recursos e investimentos em iniciativas de tecnologia e também de informações, principalmente em busca de ferramentas e funcionalidades que agreguem maior competitividade e retorno às companhias. À medida que os líderes de tecnologia e os executivos consigam em conjunto evoluir com essas análises, mais valor poderá ser obtido com as plataformas de dados.
Até 2023, 60% das organizações com mais de 20 cientistas de dados exigirão um código profissional de conduta que incorpore o uso ético de informações, assim como soluções de Inteligência Artificial
A valorização dos dados como um ativo diretamente ligado à rentabilidade das empresas tem implicado no aumento da demanda por novas soluções e por políticas de segurança. Por isso, o Gartner estima que os próximos anos sejam marcados por um movimento de definição de novas regras e de códigos que valorizem ao máximo a integridade e a confiabilidade dos dados. Os CDOs estão tendo que lidar com o impacto das novas regulamentações relativas ao gerenciamento e uso de informações e estão sendo cobrados para garantir a conformidade dos dados para mitigar eventuais riscos. Esse movimento deverá ser acentuado nos próximos anos, demandando que as empresas enderecem estratégias específicas para a utilização dos dados.
Até 2022, mais da metade dos sistemas adotados em novos negócios irão incorporar inteligência contínua que usa dados de contexto em tempo real para melhorar as decisões
Com o aumento recorrente no volume de informações das companhias, encontrar formas para facilitar a análise de dados tem se tornado um ponto latente e imprescindível para o futuro. Nesse sentido, as empresas ampliarão a utilização de sistemas de inteligência contínua – com ferramentas de Inteligência Artificial e Machine Learning, por exemplo – como forma de extrair mais insights estratégicos para os negócios, evitando problemas que impactem as decisões empresariais.
*Peter Krensky é Principal Analyst do Gartner e chairman da Conferência Gartner Data & Analytics