Levantamento mostra as ferramentas e técnicas utilizadas e o impacto das atividades maliciosas do grupo
A Trend Micro Brasil, realizou uma pesquisa detalhada sobre o TeamTNT, um dos mais persistentes grupos de hackers maliciosos, que iniciou uma série de campanhas em 2020 e início de 2021.
A maioria dessas campanhas — embora variando as ferramentas, técnicas e finalidade — tinha como alvo ambientes em nuvem.
O TeamTNT vem atacando de alguma forma desde 2011, mas foi só em 2020 que o grupo começou a chamar a atenção. Em abril do ano passado, lançou uma campanha de curta duração com o tema Covid-19, escolhendo palavras relacionadas à pandemia para seus URLs de ataque.
“Um mês depois, a Trend Micro mapeou uma entrada sobre como o TeamTNT estava mirando portas de daemon abertas do Docker, para distribuir a mineração de criptomoedas.
O grupo também provocou outra campanha, no final de 2020, implantando o TNTbotinger, um bot de IRC (Internet Relay Chat) com recursos de negação de serviço distribuído (DDoS). Este ano, focou ainda mais na nuvem, abrangendo diferentes serviços e softwares baseados em cloud”, comenta Rodrigo Garcia, diretor de Vendas da Trend Micro.
Rotinas de infecção e cargas
As rotinas de infecção do TeamTNT geralmente seguem um padrão, no qual o grupo faz o reconhecimento usando seu scanner para escolher as vítimas adequadas. Depois de reduzir seus alvos, ele verifica se há configurações erradas e outras falhas de segurança que podem ser exploradas, tais como:
- Instâncias não seguras do Redis;
- Vulnerabilidades de dispositivos de Internet das Coisas (IoT);
- APIs de Docker expostas;
- Credenciais vazadas;
- Dispositivos acessíveis via Secure Shell (SSH).
Ao encontrar um sistema com falhas de segurança exploráveis, ele começa a entregar suas cargas, que incluem:
- Roubo de credenciais;
- Mineração de criptomoedas;
- Bots IRC;
- Scanners de redes locais;
- Conchas reversas/vinculadas
O roubo de credenciais é muitas vezes um dos objetivos do grupo, se não o principal. O TeamTNT utiliza uma série de técnicas em suas rotinas de captação de credenciais, com scritps próprios que contêm funções projetadas para procurar credenciais de serviços e softwares específicos. Também implementa mecanismos de persistência em algumas de suas expedições, garantindo que o usuário selecionado esteja configurado para ser acessado por SSH. Isso é feito para criar um método de retorno ao sistema após a infecção. Em muitos casos, os invasores implantam suas próprios chaves públicas SSH.
O uso crescente de serviços, software e infraestrutura baseados em cloud tornou a nuvem um alvo atraente para grupos como o TeamTNT. Um roubo bem-sucedido de credenciais em nuvem ou uma rotina de mineração de criptomoedas acaba infectando todo o sistema e pode ter consequências de longo alcance em uma organização – especialmente em termos de interrupção operacional e até mesmo danos à reputação.
“Nosso trabalho acompanhando as atividades do TeamTNT é para garantir um olhar mais atento para um grupo de hackers focado na nuvem. Temos como objetivo ajudar as empresas a entender como o grupo realiza suas atividades e oferecer insights e recomendações para evitar os ciberataques, finaliza Rodrigo Garcia.
Veja uma cópia completa do relatório, aqui.
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