Por Susana Taboas
Em uma era dominada pela conveniência das transações remotas, a ascensão das deepfakes representa uma ameaça sinistra que exige atenção imediata.
Criminosos cibernéticos estão explorando essa tecnologia de manipulação de mídia para enganar até mesmo os profissionais de cibersegurança mais experientes, gerando perdas financeiras e danos irreparáveis à reputação.
Imagine a seguinte situação: você recebe uma videochamada de seu gerente bancário, solicitando a confirmação de uma transação urgente. A imagem é perfeita, a voz é idêntica, e até mesmo o ambiente do banco ao fundo parece real. Sem hesitar, você fornece seus dados. Dias depois, descobre que foi vítima de uma deepfake, uma falsificação digital criada para roubar suas informações.
Infelizmente, esse cenário não é ficção. Deepfakes estão sendo utilizadas em golpes cada vez mais sofisticados, explorando a confiança depositada em interações digitais. Ataques de phishing, engenharia social e roubo de identidade se tornam ainda mais perigosos quando combinados com a capacidade de falsificar a realidade.
O caso do CEO de uma empresa de energia do Reino Unido, que repercutiu mundialmente em 2019 que envolveu a trasferência de € 220.000 para golpistas que usaram uma deepfake de áudio para imitar a voz de seu chefe, ilustra a gravidade da ameaça. E não são apenas CEOs que estão vulneráveis.
Celebridades como Tom Cruise e Barack Obama já foram vítimas de deepfakes, demonstrando o potencial dessa tecnologia para manipular a opinião pública e causar danos à reputação.
O Brasil não está imune a essa onda de crimes digitais. Recentemente, figuras públicas como Pedro Bial, William Bonner, Drauzio Varella, Cesar Tralli e Anitta, e até mesmo a modelo Gisele Bündchen, tiveram suas imagens manipuladas em vídeos deepfake para promover produtos duvidosos, como remédios para calvície, jogos de azar e promoções de jóias, calçados e bolsas.
Pedro Bial, por exemplo, na época denunciou publicamente a situação, expressando sua indignação com o uso indevido de sua imagem e a falta de medidas para combater esse tipo de crime. A proliferação de deepfakes manchando reputações e colocando em risco a integridade das informações, levanta sérias preocupações sobre a segurança das figuras públicas na era digital.
Diante desse cenário preocupante, a tecnologia biométrica surge como uma poderosa aliada na luta contra a fraude. Soluções de “liveness detection”, ou prova de vida, são capazes de diferenciar entre uma pessoa real e uma representação digital, adicionando uma camada crucial de segurança às transações remotas.
Liveness Detection: Desvendando a Máscara Digital
A tecnologia de liveness detection utiliza algoritmos avançados para analisar características únicas e dinâmicas de um indivíduo, como microexpressões faciais, movimentos oculares, padrões de piscadas e até mesmo a textura da pele. Através da análise em tempo real, o sistema é capaz de determinar se a pessoa presente na interação é real ou uma tentativa de falsificação, como uma foto, vídeo ou máscara 3D.
Existem diferentes abordagens para a prova de vida, cada uma com seus próprios mecanismos de detecção:
- Detecção de movimento: Solicita ao usuário que realize ações específicas, como piscar, sorrir ou mover a cabeça, para analisar a naturalidade dos movimentos.
- Análise de textura: Examina a textura da pele em busca de sinais de artificialidade, como a ausência de poros ou irregularidades.
- Detecção de profundidade: Utiliza sensores 3D para mapear o rosto do usuário e identificar a presença de objetos tridimensionais, como máscaras.
- Análise de microexpressões: Avalia as microexpressões faciais, que são difíceis de reproduzir artificialmente, para confirmar a autenticidade da pessoa.
Como funciona a detecção de vivacidade de última geração?
- Capturar Rosto: O usuário é guiado por um processo simples e intuitivo de captura de rosto, sem necessidade de instruções complexas ou desafios cognitivos.
- Análise de vivacidade: A imagem capturada, juntamente com outros sinais do dispositivo, são analisados em busca de sinais de falsificações, como fotos, vídeos, máscaras 3D ou até mesmo deepfakes. Essa análise pode incluir a detecção de movimento, análise de textura da pele, detecção de profundidade e avaliação de microexpressões faciais.
- Resultados de vivacidade: Resultados altamente precisos são retornados em segundos, confirmando a autenticidade da pessoa e permitindo que a transação prossiga com segurança.
A combinação dessas técnicas garante a robustez do sistema de liveness detection, tornando-o uma ferramenta essencial na prevenção de fraudes em transações remotas. Ao integrar essa tecnologia em plataformas de videoconferência, aplicativos bancários e sistemas de autenticação online, empresas podem fortalecer a segurança e proteger seus clientes contra as ameaças crescentes das deepfakes.
O Futuro da Segurança Digital
À medida que a tecnologia deepfake evolui, a corrida pela segurança digital se intensifica. A liveness detection, em conjunto com outras ferramentas de cibersegurança, como autenticação multifator e inteligência artificial para detecção de anomalias, desempenhará um papel fundamental na proteção de indivíduos e organizações contra as novas formas de fraude.
É crucial que empresas e governos invistam em pesquisa e desenvolvimento de soluções de segurança cada vez mais sofisticadas, garantindo que a inovação tecnológica seja utilizada para proteger, e não para prejudicar. A educação e a conscientização também são pilares importantes na construção de uma cultura de segurança digital, empoderando os usuários a reconhecer e evitar as armadilhas do mundo virtual.
Em um futuro próximo, a liveness detection será tão essencial quanto o login e a senha, garantindo a autenticidade das interações digitais e protegendo a integridade das transações remotas. A era da deepfake exige uma resposta robusta, e a biometria está pronta para liderar essa batalha.
Acompanhe como o reconhecimento facial, impressões digitais, de íris e voz e o comportamento das pessoas estão sendo utilizados para garantir a identificação digital precisa para mitigar fraudes e proporcionar aos usuários conforto, mobilidade e confiança. Crypto ID é, sem dúvida, o maior canal brasileiro sobre identificação digital. Leia outros artigos aqui!
Sobre Susana Taboas
Susana Taboas | COO – Chief Operating Officer – CryptoID. Economista com MBA em Finanças pelo IBMEC-RJ e diversos cursos de extensão na FGV, INSEAD e Harvard University. Durante mais 25 anos atuou em posições no C-Level de empresas nacionais e internacionais acumulando ampla experiência na definição e implementação de projetos de médio e longo prazo nas áreas de Planejamento Estratégico, Structured Finance, Governança Corporativa e RH. Atualmente é Sócia fundadora do Portal Crypto ID e da Insania Publicidade.
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