Os mercados de crimes cibernéticos também se dividiram em grupos à medida que os bandidos se esforçam para se reunir em conselhos de discussão secretos e exclusivos
Por Adriano Silva
Ao passo em que as organizações se digitalizam, o crime também.
Hoje, o cibercrime é um negócio maciço por si só, e os agentes malfeitores envoltos nesse ecossistema, estão em todos os lugares, clamando para obter uma parte dessa quantia à medida que empresas e consumidores investem trilhões no fluxo de atividades relacionadas ou dependentes de largo universo digital.
Segundo os números do relatório da Cybersecurity Ventures, ano passado o crime cibernético infligiu um dano aos cofres que totaliza a casa do US$ 6 trilhões, equivalente a terceira maior economia do mundo, depois dos EUA e da China.
O cibercrime como país, portanto, estaria muito à frente da Índia, que ocupa o quinto lugar na economia mundial.
Não é de hoje que o cibercrime é uma preocupação crescente e isso passa pelo fato de ser uma ação ilícita menos arriscada do que cometer crimes tradicionais, como assaltos a bancos, sequestros ou pequenos furtos, que de modo geral rende pouco e tem um risco exponencialmente maior do que os virtuais, que são menos rastreáveis.
Para endossar esse cenário alarmante, ainda de acordo com documentos da Cybercrime Magazine, podemos esperar que os custos globais de cibercrime cresça em média 15% ao ano nos próximos cinco anos, atingindo US$ 10,5 trilhões anualmente até 2025, ante aos US$ 3 trilhões em 2015.
Esse montante seria maior do que os danos causados por desastres naturais em um ano, e mais rentável do que o comércio global de todas as principais drogas ilegais combinadas.
Isso representa a maior transferência de riqueza econômica da história, além de representar um alto risco de insegurança digital, que pode resultar em menos incentivos à inovação e ao investimento tecnológico.
Essas atividades de hackers participantes de grupos organizados e uma superfície de ataque cibernético serão uma ordem de magnitude maior em 2025.
De fato, em termos de ganhos, o crime cibernético coloca até mesmo Tesla, Facebook, Microsoft, Apple, Amazon e Walmart em vergonha. Sua receita anual combinada totaliza apenas US $ 1,28 trilhão. Os cibercriminosos de hoje são mais polidos.
Os cibercriminosos avaliam o risco e as recompensas de seus empreendimentos para maximizar seus ganhos, impactando negativamente a economia mundial com as perdas de negócios que desencadeiam.
Com a pandemia Covid-19 que empurrou o mundo inteiro para um experimento global de trabalho de casa, mais funcionários do que nunca na história estão trabalhando em casa – e como a maioria deste trabalho depende da Internet para se manter conectado, e documentos oficiais, arquivos que geralmente têm permissão restrita tornam-se muito mais acessíveis a serem hackeadas quando entram online.
O cibercrime não atinge apenas os suspeitos habituais, como servidores e computadores, mas toda uma cadeia extensa de usuários.
Os mercados de crimes cibernéticos também se dividiram em grupos à medida que os bandidos se esforçam para se reunir em conselhos de discussão secretos e exclusivos para evitar o escrutínio da polícia e dos fraudadores.
Isso implica que os custos globais de cibercrime já haviam superado o tamanho da economia de grandes economias emergentes há alguns anos.
O valor de uma empresa depende em grande parte de quão bem ele protege seus dados, a força de sua cibersegurança e seu nível de resiliência cibernética.
Portanto, antes que as empresas tomem suas atitudes dependentes do medo e receio, é vital que se tome iniciativas de antecipação a essas possíveis e – quase que rotineiras – perdas financeiras.
A ciência da segurança digital está cada vez mais em um eixo de prevenção do que reação a esses raptos monetários.
Para isso, é de suma importância que se freie essa economia trilionária, reduzindo brechas cibernéticas e limitando acesso a usuários externos.
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Sobre Adriano da Silva Santos
O jornalista e escritor, Adriano da Silva Santos é colunista colaborativo do Crypto ID. Formado na Universidade Nove de Julho (UNINOVE). Reconhecido pelos prêmios de Excelência em webjornalismo e jornalismo impresso, é comentarista do podcast “Abaixa a Bola” e colunista de editorias de criptomoedas, economia, investimentos, sustentabilidade e tecnologia voltada à medicina.
Adriano Silva (@_adrianossantos) / Twitter
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