Para Andrey Nousi, o mercado de criptomoedas no Brasil tende a crescer muito mais e o país se posiciona positivamente no mercado global
Patrimônio líquido do fundo de criptomoedas alcançou R$ 4,8 bilhões no primeiro trimestre de 2022.
De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima), atualmente os fundos que aplicam em ativos digitais pularam de um total de 10 para 30 em 15 meses, um aumento muito significativo, levando em conta que o mercado de criptomoeda ainda é visto com insegurança por grande parte dos investidores.
O salto refletiu também no patrimônio líquido que o fundo alcançou no primeiro trimestre deste ano de R$ 4,8 bilhões, enquanto 13 meses antes o patrimônio do fundo foi de R$ 600 milhões.
Para Andrey Nousi, CFA e fundador da Nousi Finance, o mercado de criptomoedas no Brasil tende a crescer muito mais e o país está se posicionando de forma positiva no mercado global.
“É um cenário que mostra que grandes investidores estão olhando pro mercado brasileiro. Existem dois movimentos de investimentos de grandes empresas de cripto no Brasil. Primeiro, a Coinbase que é uma das maiores corretoras do mundo, está se posicionando para comprar o Mercado Bitcoin que é também uma corretora brasileira, então seria pra fincar o seu pé no Brasil. Outra notícia, é que a Binance, a maior corretora de cripto do mundo, que atualmente só tem uma outra subsidiária aqui nos Estados Unidos, o seu presidente o ‘CZ’ veio ao Brasil algumas semanas atrás e comunicou que vai criar um CNPJ no país, seria Binance Brasil, justamente para atender demandas dos reguladores brasileiros e também demonstrando seu forte interesse no mercado nacional brasileiro”, afirma Nousi.
Segundo o especialista, a consequência do interesse no investimento de criptos no país é refletida na quantidade de fluxos.
“Existem mais 10 milhões de brasileiros que investem em criptomoedas hoje, enquanto são aproximadamente 5 milhões que investem na B3. Ou seja, é o dobro de pessoas investindo em cripto do que em ações brasileiras. E mesmo assim muita gente ainda não conhece”, afirma Nousi.
Para Tasso Lago, gestor de fundo privado em criptomoedas e fundador da Financial Move, o mercado de criptomoedas é muito promissor por ser um mercado de tecnologia de ponta e bem disruptivo que envolve um crescimento exponencial.
“Hoje a gente tem US$ 1,8 trilhões de dólares investindo nesse mercado que já chegou a bater US$ 3 trilhões de dólares. Então quando a gente fala de mercado global esse mercado pode facilmente passar”, afirma Lago.
O fundador da Financial Move, traz como exemplo a bolsa norte-americana, que tem hoje cerca de US$ 40 trilhões de dólar e que flutua de movimentação, para ele, no longo prazo, o mercado de cripto no Brasil pode passar até mesmo a bolsa norte-americana.
“De forma de divisão mais conservadora, a cripto pode atingir US$ 10, US$ 20, US$ 30 trilhões de dólares de investimentos nos próximos dez anos, uma vez que cripto é bem disruptiva”,afirma Lago.
Ainda segundo o especialista, o Hash11 que bateu o segundo lugar em cotistas do ETF em poucos meses, e a volatilidade das criptos atrai pessoas por possíveis ganhos de dinheiro e capital.
“Vejo que ao longo de 2022, as criptomoedas fique na casa dos US$ 3 trilhões de capitalização, US$ 2,5, US$ 3 trilhões. Bitcoin não dá pra falar valor, vai ficar estabilizado na faixa aí dos US$ 60 mil. Talvez bata até US$ 80 oitenta mil e com alvo maior em US$ 100 mil, mas não sei se isso vai ser esse ano”, especula Lago.
Com o mercado em queda no curto prazo, Lago explica que se podem ver as ondas dos US $30 mil dólares como suporte.
“Por enquanto o mercado está lateral que é uma característica de bem normal dos mercados. E as criptomoedas tendem a sofrer junto também com o aumento de juros do FED, que quando você aumenta os juros você diminui o apetite ao risco. Com isso, os investidores vendem ações e creio que tem uma correlação alta ainda com a S&P500”, afirma Lago.
Lago finaliza enfatizando que investir em cripto é investir no longo prazo, sendo necessário conhecimento e entendimento sobre o assunto, ainda mais por se tratar de um mercado volátil e disruptivo.
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