O ano começou movimentado para a gestora de fundos Invest Tech. Em dois meses, fechou três investimentos, comprometendo boa parte de seu fundo Capital Tech II.
Os destinatários dos recursos foram a empresa de segurança Aker, a eConstrumarket (uma mistura de rede social e de sistema de gestão voltada ao setor de construção civil) e uma terceira companhia cujo nome não foi divulgado.
Mais uma empresa está em fase avançada de avaliação. Se o negócio for concretizado, o fund o terá aplicado R$ 150 milhões de seus recursos. Entre os investidores do fundo estão o fundo de pensão dos funcionários da Caixa Econômica Federal (Funcef) e a Telefônica.
Criado em 2014 com R$ 200 milhões, o fundo ainda não havia feito nenhum investimento, por cautela dos gestores.
[blockquote style=”2″]Pelo pessimismo e pelo cenário ruim que se traçava, decidimos ser mais conservadores”, disse Maurício Lima, coCEO da Invest Tech. Ao todo, foram avaliados 970 empresas desde a criação do Capital Tech II. No alvo, estão negócios com receita anual de até R$ 200 milhões.[/blockquote]
O primeiro fundo da Invest Tech, o Capital Tech I foi lançado em 2008 com R$ 31,4 milhões. O dinheiro foi investido em seis empresas.
Dessas, quatro já foram vendidas (a consultoria Bertini; a Escola 24 horas, de elearning; a consultoria Firsteam e a empresa de serviços de tecnologia Gemelo), uma está em fase de negociação avançada (a Huntington, de reprodução in vitro) e outra ainda não tem tratativas (a Navita, de serviços de mobilidade). De acordo com Lima, a gestora tem ‘fugido’ de investimentos em empresas de internet. “Não consigo entender o modelo de negócios de investir eternamente”, disse.
Outro fator que segurou os ânimos foi o que Lima classificou como uma supervalorização dos negócios. Com a euforia do crescimento da economia e do acesso à tecnologia por parte dos brasileiros, os empreendedores avaliavam suas empresas com múltiplos de 10 a 14 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
[blockquote style=”2″]Longe da realidade do Brasil”, disse Lima. Com a recessão, os preços caíram consideravelmente: ficam na faixa de cinco a sete vezes o Ebitda.[/blockquote]
Mas isso não quer dizer que as expectativas são menores para as novas investidas.
No caso da Aker e da econstrumarket, a expectativa é que as empresas cresçam Maurício Lima, coCEO da Invest Tech: “Decidimos ser mais conservadores” três e quatro vezes, respectivamente, até 2020, atingindo receita de R$ 100 milhões cada uma.
De acordo com Jorge Alvarez, fundador da eConstrumarket, os recursos captados com a Invest Tech serão usados para ampliar a presença geográfica da companhia. Há uma década no mercado, ela tem uma atuação muito concentrada em São Paulo, Rio, Belo Horizonte e Paraná. Com 110 funcionários, a empresa projeta receita de R$ 25 milhões para 2016.
Na Aker, os recursos serão usados para desenvolver novos produtos, implementar sistemas de gestão e aumentar a capacidade de vendas. Rodrigo Fragola, fundador da companhia, quer fazer acordos com distribuidores para aumentar a capilaridade. A receita é projetada em R$ 30 milhões neste ano. AKer pretende se posicionar como um fornecedor com preços mais acessíveis para ganhar mercado.
Por Gustavo Brigatto | Valor Econômico
Fonte: Blog fusoesaquisicoes.blogspot